Roger Waters diz que história de ataque do Hamas a Israel é “muito suspeita”

Defensor da causa palestina, músico cogitou que ataque de 7 de outubro pode ter sido "operação de bandeira falsa" e mencionou conspirações sobre o 11 de setembro

Nenhum músico é tão crítico à política de apartheid do estado de Israel para com palestinos quanto Roger Waters. Por isso, era inevitável que o inglês teria opiniões fortes sobre a situação atual, na qual a Faixa de Gaza está sujeita a bombardeios constantes após integrantes do grupo Hamas terem montado um ataque contra civis israelenses dia 7 de outubro.

Atualmente em turnê pelo Brasil, o ex-integrante do Pink Floyd foi convidado a dar uma entrevista para Glenn Greenwald em seu canal de YouTube, durante passagem pelo Rio de Janeiro. O músico foi perguntado sobre sua reação à ofensiva inicial, que partiu do Hamas. Ele declarou:

“Minha primeira reação foi: ‘vamos esperar e ver o que aconteceu’. Minha segunda reação foi pensar: ‘como diabos os israelenses não sabiam que isso ia acontecer?’. E eu ainda sigo um pouco com essa dúvida. Quer dizer… o exército israelense nesses 10 ou 11 campos não ouviu o estrondo quando houve a explosão? Quando explodiu o que eles precisavam explodir para cruzar a fronteira? Há algo muito suspeito nisso.”

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O cantor e baixista condenou os ataques do Hamas a civis, mas ainda assim apontou a proliferação de notícias falsas.

“Quanto a atacar civis e sequestrá-los, é claro que não apoio isso. Mas o problema é que isso tomou outra proporção quando os israelenses inventaram histórias sobre a decapitação de bebês. Eles conseguiram até que o presidente dos Estados Unidos, claro, afirmasse que viu fotografias. [Depois, a Casa Branca admitiu que não viu.]”

Veículos de comunicação conhecidos por espalhar propaganda antiárabe proliferaram fake news sobre o conflito. Enquanto isso, os bombardeios à Faixa de Gaza promovidos pelo exército de Israel continuam.

Roger Waters e teorias da conspiração

Mesmo com esse aviso sobre a propagação de fake news, Roger Waters levantou a possibilidade dos ataques serem uma operação movida pelo próprio estado de Israel contra sua própria população. Waters ainda aludiu a teorias da conspiração sobre 11 de setembro:

“Mas o que sabemos é: seja essa uma operação de bandeira falsa ou não, o que quer que tenha acontecido, qualquer que seja a história por trás, nós não sabemos se algum dia saberemos muito da história real. É muito difícil saber o que realmente aconteceu. Estão chamando de 11 de setembro deles’. O que aconteceu no 11 de setembro americano? Ninguém sabe. A narrativa oficial tem enormes lacunas.”

Nas quatro semanas desde os ataques do Hamas contra instalações militares e ocupações israelenses na fronteira da Faixa de Gaza, ainda não se tem certeza sobre vários elementos. Investigações ainda serão lançadas, mas relatos iniciais apontam a causa sendo uma falha catastrófica nos serviços de inteligência, não uma operaão de bandeira falsa.

Em entrevista ao Washington Post (via Rolling Stone), um oficial de inteligência israelense anônimo caracterizou a causa por trás de tudo:

“Isso acontece quando você esquece que qualquer linha de defesa pode ser rompida e são rompidas, historicamente. Isso acontece quando você subestima o inimigo.”

O inimigo em questão, apontado pelo oficial, é uma população cuja média etária está em 18 anos — ou seja, metade está abaixo da maioridade. Em entrevista ao programa do jornalista Leandro Demori na TV Brasil, Waters falou sobre o sofrimento do povo palestino:

“Por isso é extremamente importante resistir e dizer ‘basta de genocídio’. Quer que eu seja mais direto? Em Gaza! Parem o genocídio! Eu estou quase chorando aqui agora, sentado nesse estúdio de TV. O meu coração não está aqui em Brasília, está lá. Não tem como aceitar o que está acontecendo, o que estão fazendo, o que o governo israelense está fazendo, e com a permissão dos Estados Unidos, do Reino Unido, da França e da maior parte da Europa.”

Roger Waters no Brasil

A turnê de Roger Waters pelo Brasil continua nesta terça-feira (7), com show em Belo Horizonte. A agenda no país será concluída com duas apresentações em São Paulo, neste sábado (11) e domingo (12). Waters ainda tocará no Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Costa Rica, Colômbia e Equador, permanecendo na América do Sul até o início do próximo mês.

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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