Aos 70 anos de idade, Robert Cray consolidou sua carreira baseado na capacidade de fazer sua guitarra cantar melodicamente nos solos. Assim, construiu uma reputação que lhe rendeu 5 Grammy e milhões de cópias vendidas em sua discografia – que até o momento conta com “That’s What I Heard”, lançado em fevereiro de 2020, como último exemplar.
Porém, algo que pode surpreender os desavisados é o fato de o instrumentista não praticar seus solos. Não é exatamente uma particularidade individual, mas não deixa de ser curioso, especialmente em se tratando de um músico conhecido por reproduzir passagens tão facilmente memoráveis.
Em recente bate-papo com a Guitar World, Cray explicou sua abordagem.
“Meus solos refletem o que sinto no momento. Praticar antes do tempo coloca você em uma posição de ser incapaz de alcançá-lo mais tarde. Eu não concordo com essa teoria ou essa maneira de fazer um solo. Os meus têm tem que sair direto de mim no momento em que estou tocando.”
A situação se reflete nos shows. Robert destaca que tocar a mesma coisa várias vezes por semana, quando em turnê, pode tornar tudo enfadonho.
“Se você fizer isso, não haverá nenhum esforço para sua imaginação, o que não é satisfatório. É sempre melhor buscar algo novo, mesmo que não acabe ficando feliz com o que alcançou, do que tocar a mesma porcaria chata repetidas vezes.”
Sem reproduções exatas
A máxima também vale quando o assunto é não reproduzir os solos exatamente como foram feitos no estúdio – algo que já rendeu críticas e elogios a Jimmy Page durante toda a carreira.
“A meu ver, depois que você sai do estúdio, é momento de apostar. O momento em que você grava uma música no estúdio é um período específico, sabe? Quando ‘Strong Persuader’ foi lançado, em 1986, tentei seguir a ideia de tocar do mesmo jeito. Mas me afastei rapidamente. Você não pode fazer isso ou não estará realmente oferecendo uma performance. Se estiver fazendo exatamente como tocou no disco, não é emocionante.”
Robert Cray e Eric Clapton
No ano de 2021, Robert Cray voltou às manchetes após abandonar a turnê que faria com Eric Clapton. O motivo foi a postura do britânico em relação à pandemia e medidas de segurança, além das manifestações antivacina.
Em breve declaração ao The Washington Post, o americano declarou:
“Prefiro não me associar a alguém tão extremista e egoísta. Não preciso estar próximo a Eric Clapton para seguir com a minha carreira.”
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