Desde criança, Kiko Loureiro apresentava afinidade com a música. Aos 11 anos de idade, o guitarrista do Megadeth e ex-Angra começou a ter aulas de violão clássico. Então, algum tempo mais tarde, teve contato com o rock e o heavy metal e percebeu sua real vocação.
Para além de suas influências já conhecidas, como Black Sabbath, Led Zeppelin, Deep Purple, Iron Maiden e Van Halen, o Kiss desempenhou um importante papel nesse período de “descoberta”. Em participação no programa “Conversa com Bial”, transcrita pelo site, o instrumentista explicou a ligação entre os mascarados e o seu amor pela música pesada.
Primeiramente, Kiko destacou como, apesar da maior proximidade com o gênero, possui apreço pela MPB. Sua lista de “heróis musicais” sempre incluiu grandes nomes da música popular brasileira.
“Eu desandei para o heavy metal, mas ainda tenho no meu pedestal de ídolos o Edu Lobo, Egberto Gismonti, Chico Buarque, etc. Eles estão ali do lado do Eddie Van Halen, Ronnie James Dio — ou até mais acima, eu diria, mas foi só para não parecer que não sou da turma do heavy metal. Ainda gosto muito de música brasileira e isso faz parte da minha educação musical e meu gosto musical.”
Porém, inevitavelmente, ainda durante a pré-adolescência, o rock ganhou a sua atenção. Isso porque ele ficou fascinado com a proposta teatral do Kiss – e com as místicas ao redor do grupo – quando o quarteto veio pela primeira vez ao Brasil, em 1983.
“Em algum momento ali entre 11 e 12 anos de idade… acho que foi o Kiss, quando veio em 1984 [nota da edição: 1983]. Eu nem era tão ligado em música, embora estivesse começando a tocar violão. Mas aquela coisa de ‘ah, eles vieram matar pintinho’, tinha toda uma mística de ser ‘do demônio’, achei legal. Aí em 1985 teve o Rock in Rio, que foi marcante, por conta da televisão. Eu era muito novo, não fui, mas tinha Ozzy Osbourne, Whitesnake, Queen, Yes, George Benson, AC/DC, os guitarristas Jake E. Lee, John Sykes… aí fui do violão para a guitarra e, enfim, para os palcos.”
Kiss e Rock in Rio
Ao portal Guitar Clinic em 2007 (via Guitarra do Zero), Kiko Loureiro tinha contado uma história parecida:
“Eu já estava começando a ouvir rock e heavy metal e logo em seguida, teve o Kiss no Brasil, teve o Rock in Rio em 85, um tempo legal e ainda no final da ditadura militar. O Rock in Rio foi uma febre, eu não fui, mas vi uns trechos na televisão […]. O empresário trouxe caras como o Queen, o Yes, o Ozzy, Whitesnake, Scorpions, o AC/DC, George Benson, James Taylor, grupos assim que eram tops. De heavy metal tinha o Iron Maiden na época do álbum ‘Powerslave’, a melhor época da banda. Isso mexeu com a cabeça dos adolescentes da época. Hoje em dia tem show toda semana, então fica mais disperso. Mas na época foi uma coisa forte. Os programas de videoclipes começaram a passar mais vídeos dessas bandas, falando na televisão, você começa a ficar meio tomado por aquilo.”
Sobre Kiko Loureiro
Nascido no Rio de Janeiro, Pedro Henrique Loureiro começou a carreira profissional tocando na banda de apoio do grupo Dominó. Também passou por A Chave, Blesqui Zátsaz e Supla.
A notoriedade veio quando se juntou ao Angra. Permaneceu como membro de palco até 2015, embora ainda atue na parte de negócios e tenha feito participações especiais nos álbuns “Ømni” (2018) e “Cycles of Pain”, com lançamento previsto para o próximo dia 3 de novembro.
Com a saída do grupo, juntou-se ao Megadeth, substituindo hris Broderick, atual membro do In Flames. Até o momento ele gravou dois álbuns de estúdio: “Dystopia” (2016) e “The Sick, the Dying… and the Dead!” (2022). Ambos alcançaram o 3º lugar na Billboard 200, principal parada dos Estados Unidos.
Ainda possui cinco álbuns solo de estúdio. O mais recente, “Open Source”, saiu em 2020. Também gravou com nomes como Tarja Turunen, Derek Sherinian e Soulspell, entre vários outros.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Threads | Facebook | YouTube.