Os 7 baixistas que moldaram o som de Duff McKagan

Membro do Guns N’ Roses foge do trivial e cita até mesmo músicos que você não identificaria na função

Reconhecido mundialmente como baixista do Guns N’ Roses, Duff McKagan possui uma história anterior ligada ao punk que muitos não conhecem. Por isso, não é de estranhar que vários nomes do movimento estejam entre suas principais influências. Mas não para por aí.

A Guitar World pediu que o músico citasse 7 nomes do instrumento que o influenciaram. Sobrou espaço até para quem não é naturalmente lembrado pela função, mas a desempenhou com eficiência.

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Prince: “No início eu não era um ‘baixista’ em si. Mas quando decidi que faria isso, quis ser diferente. E durante esse tempo, fui muito influenciado pelo baixo de Prince tocando no estúdio. Ele tinha um som sofisticado e eu incorporei isso ao meu som no Guns N’ Roses, o que você pode ouvir já em ‘Appetite for Destruction’. Está tudo lá. O baixo incrível de Prince me ajudou quando eu criei meu som.”

Lemmy Kilmister: “O baixo de Lemmy me lembrou que você ainda pode ser punk pra c*ralho no baixo. Mas o problema é que você tem que acertar as notas, sabe? Não pode sair por aí e ser um filho da p*ta desleixado. Ele mostrou a importância de ser agressivo. E isso ao tocar com uma palheta. Você pode pular, mas não toque duas notas ao mesmo tempo.

O som do baixo dele era enorme. Parecia que era apenas uma bagunça, mas ele estava acertando todas as notas. Se você viu Mötorhead ao vivo, entenderá que ele sabia o que estava fazendo. Era óbvio. Mas também, vamos lá, cara, Lemmy era um amálgama de todas as melhores coisas do punk e do metal.”

Paul Simonon: “Eu vi o The Clash em 1979, quando não tinha certeza do que queria ser. Isso mudou minha vida. Eu seria Joe Strummer [guitarra], Terry Chimes [bateria] ou Paul Simonon [baixo]? Isso era o que estava passando pela minha cabeça. Mas eu vi Paul e sabia que a vibe dele iria vencer. E é meio óbvio para mim olhando para trás, porque suas linhas de baixo, se você ouvir com atenção, são tão estelares. Ele criou seu próprio estilo, dou a ele muito crédito por me influenciar quando comecei a levar o baixo a sério, em 1984. Havia tantos bons músicos para admirar naquela época, mas Paul foi um que se destacou.”

Donald “Duck” Dunn: “Outro cara com um estilo único que eu admirava. Na verdade, conversei com ele algumas vezes durante os últimos anos de sua vida e peguei algumas palavras de sabedoria. Eu o conheci e disse: ‘ei, cara, adoraria ter aulas com você’, porque eu estava tendo um monte de aulas por volta de 2008, 2009 e 2010. Foi uma época interessante, aprendi muito aproveitando todos esses grandes baixistas de diferentes gêneros que eu estava observando e tentando aprender. E com Duck, na verdade não tive aulas, mas consegui pegar algumas ótimas dicas sobre o baixo. Sou grato por isso.”

Randy Rampage: “Outro que adoro é Randy Rampage do D.O.A. – ele realmente me influenciou. Se você olhar as fotos do final dos anos 70, ficará tipo: ‘ah, sim, aquele cara influenciou tudo de Duff.’ Não sei se recebeu o crédito que deveria, mas Randy era um ótimo baixista e um péssimo filho da p*ta. Ele era igual ao Lemmy: um f*dão. Aquela seção rítmica que ele formou com Chuck Biscuits [bateria] era incomparável, principalmente no punk rock. Eles estavam representando seriamente aquela cena e eram incríveis. Lembro-me de ser um adolescente naquela cena, pensando: ‘ok, tenho que ser pelo menos tão bom assim’. Acho que ter marcas altas para tentar alcançar são boas.”

Steve Jones: “Ouça o baixo de Steve Jones em ‘Never Mind the Bollocks’. É excelente e foi extremamente influente para mim desde o início. As pessoas não percebem quando ouvem esse álbum, mas Paul Cook é um baterista tão bom. Ele é descolado e você realmente não percebe isso, mas seu bumbo está em um só lugar e sua caixa está por trás da batida. Isso criou esse groove que deu o tom. E então, quando Steve Jones – que toca baixo no quase todo o disco – está lá, realmente se trata da colocação de seus licks.

Para mim, a colocação do baixo de Steve dentro desses grooves foi super importante. Levei isso a sério. Então, se você está lendo e é um jovem baixista, não importa o que esteja fazendo, ouça onde o posicionamento do baixo está dentro da batida. Às vezes, você precisa estar à frente, outras vezes precisa estar atrás e, há aquelas em que precisa estar no topo. Mas Steve Jones encontrou o ponto ideal com Paul Cook, o que realmente influenciou a forma como abordei os bass grooves pelo resto da minha vida.”

John Paul Jones: “Quando eu estava na sexta série, meu irmão mais velho me mostrou três acordes no violão: Sol, Lá e Ré. Então, ele me ensinou ‘The Birthday Song’ no baixo, que é uma escala maior de blues, mas eu não sabia o que era. Só descobri anos depois. Mas uma vez que você entende aquela escala maior de blues de 12 compassos, reconhecerá em outras coisas, sabe? Então, eu cresci ouvindo Led Zeppelin, e foi aí que percebi o quão bom John Paul Jones é. Também descobri que ele era quase inatingível. Não sabia o que ele estava fazendo e só consegui isso aos 20 e poucos anos.

Não quero me aprofundar muito nisso, mas ele colocava uma nota menor – não sei exatamente como se chama porque não sou musicólogo – em uma escala maior de blues sem esforço, como se nem pensasse nisso. Realmente me ocorreu quando fiz parte de um tributo a Jimmy Page em Seattle e fui aprender as coisas dele. Foi quando ganhei um verdadeiro apreço por John Paul Jones. Ele era fluido, sem esforço e belo.”

Duff McKagan e “Lighthouse”

“Lighthouse”, terceiro álbum solo de Duff McKagan, sai no próximo dia 20 de outubro. Contando com 10 composições – e uma reprise da faixa-título – o trabalho traz participações do colega de banda, Slash, além de Abe Laboriel Jr (Paul McCartney), Jerry Cantrell (Alice in Chains) e Iggy Pop.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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