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A discordância com Roger Waters que mais irritou David Gilmour

Discussão sobre tracklist de “The Wall” em restaurante japonês contou com murro na mesa e palavras nada amistosas

As relações dentro do Pink Floyd nunca foram as mais amistosas — com destaque a David Gilmour e Roger Waters. De fato, a formação do grupo se deu muito mais pelos interesses artísticos em comum do que por um sentimento de parceria e camaradagem.

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Ainda assim, alguns momentos foram menos ou mais harmoniosos. E o lado negativo foi sacramentado de vez justamente no período de “The Dark Side of the Moon” (1973), maior êxito da banda.

O sucesso fez com que a convivência fosse cada vez menos necessária. Os músicos se encontravam apenas na hora das atividades profissionais. Então namorada do guitarrista David Gilmour – esposa entre 1975 e 1990 –, Ginger recordou a dinâmica em resgate da Classic Rock.

“Havia este conflito terrível. Roger e Carolyne, sua nova esposa, sempre se deslocavam em uma limusine separada, ficavam em um hotel separado… sempre separados. Ela estava construindo a crença para que ele pudesse se libertar das correntes que achava que tínhamos.”

O ápice dos ânimos esquentados aconteceu em 1979. Justamente em uma música que andou suscitando polêmicas em tempos recentes.

“Estávamos em Los Angeles e eles estavam trabalhando na finalização do álbum ‘The Wall’. Houve uma reunião em um restaurante japonês para tratar de royalties. O dia aparentemente foi muito difícil, porque Roger não queria ‘Comfortably Numb’ no disco. David não demonstra raiva com muita frequência, mas naquela noite, se ele soubesse caratê, teria quebrado a mesa com a força com que bateu nela. Ele disse: ‘Essa p*rra tem que estar no álbum’.”

Para Ginger, a ausência da canção teria inviabilizado o disco.

“Bem, para mim, tendo passado por aquele verão em que havia tanta angústia no trabalho das demos, vendo isso evoluir para algo que poderíamos apreciar, ela representa a nossa jornada arquetípica com o caos. Quando ‘Comfortably Numb’ chega é a libertação, uma esperança. Ele está lá em cima do palco, a luz muda totalmente e você fica absolvido de toda a angústia. Se ela não existisse, seria um álbum terrível.”

Pink Floyd e “The Wall”

Um dos trabalhos conceituais mais conhecidos de todos os tempos, “The Wall” conta a história de Pink, personagem criado por Roger Waters, baseado em seus traumas, medos e lembranças, além também contar com traços da personalidade de seu antigo colega de banda, Syd Barrett.

Chegou ao primeiro lugar na Billboard 200, principal parada dos Estados Unidos, e vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo até hoje.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

11 COMENTÁRIOS

  1. Sou fã do Pink Floyd e em particular do Guilmor, um guitarrista e vocalista q dispensa comentários. Já o Walters pra mim não passa de um babaca q se acha um Deus.

  2. Comfortably numb é um testamento musical. Seus solos de guitarra são de outro mundo. Roger Waters deve ter um sentimento de inferioridade muito acentuado com relação ao David Gilmour, e com razão

  3. Dois gênios…..e quando dois gênios se encontram esse é o resultado…..Pena que Roger seja um gênio desequilibrado…..encarnou Syd Barret…..Já o Gilmour…..Seu semblante passa paz e equilíbrio…..Mas ambos são gênios…..senão jamais teríamos álbuns como o que foram produzidos.

  4. Por tudo que já li sobre a personalidade e a relação de ambos, cheguei há tempos à conclusão que a inteligência emocional de Gilmour é extrema e foi indispensável para que tenhamos essa obra de arte à nossa disposição.
    Conviver com um boçal como Waters em nome da arte é uma grande demonstração de devoção e respeito ao trabalho.

  5. Arrogante, megalomaníaco e alguns outros adjetivos que não me vêm a cabeça no momento. Porém, apesar do fantástico músico, compositor e vocalista incrível que é o Gilmour, sem o Roger Waters o Pink Floyd seria uma banda comun de rock progressivo, assim como Gênesis, Yes e outros, que são bandas incríveis, mas jamais serão o Pink Floyd.

    • Discordo. Musica não é futebol ou corrida de fórmula 1 para dizer que A é melhor que C. Ai, acaba perdendo mais ainda partindo pra quem ”vendeu mais discos”, ”quem influenciou mais”, quem fez ”mais sucesso”. etc. Genesis na fase Peter Gabriel, era a maior deste planeta terra, porém anos depois, ambos Genesis quanto Pink Floyd, sofreram com mudanças de formação e ficaram mais ”pop” do que prog rock, sem querer gerando espaços para o surgimento de outras lendas como Dream Theater, Marillion, Queensrÿche.

  6. Roger muito alem, além de musico impar ainda é um humanista chamndo atenção para questões social gritante e que fez do Pink Floyd uma banda diferenciada…

  7. Uma pena que a convivência entre os dois tenha ficado insustentável. As letras do Roger Waters são absurdas, mas eu o acho um cantor bem meia boca. Já o David Gilmour canta muito, sem contar os solos de outro mundo. Eles se odeiam, mas se completam.

  8. O camarada escreve a letra e depois não quis por ela no álbum por que? Queria ver o motivo do Roger além de um apanas “quero não, vlw” kkkk essa fonte é de onde? Tentei pesquisar em inglês e não achei nada.

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