Desde as primeiras imagens da montagem da estrutura do The Town, o tamanho dos telões do palco Skyline intrigou o público. A questão se arrastou durante os cinco dias de show, e com o encerramento da primeira edição, a vice-presidente do evento esclareceu se as dimensões das telas eram menores do que o de costume.
Em entrevista ao G1, Roberta Medina afirmou que, em comparação com o Rock in Rio, os telões do palco principal do The Town foram maiores.
“Ele não ficou tão pequeno. O palco, na verdade, é maior do que o palco do Rock in Rio em termos de cenografia. O telão do Rock in Rio tem 8,5 metros por 8 metros e esse aqui tem 10,5 metros por 6 metros. Ele é ligeiramente mais estreito, mas ele é mais largo.”
O formato de captação da imagem influenciou na mudança da proporção das telas. Em shows e festivais, as imagens usadas nos telões são capturadas à distância no que é chamado de wide shot — ou plano geral —, e este formato cria tarjas na imagem que podem ser cortadas em uma adequação do tamanho da tela.
“E por quê? O [telão do] Rio é mais alto, mas a captação de imagem é ‘wide’, aí ele não aproveita a parte de baixo de qualquer forma, teria que ser um equipamento específico e que pode interferir na performance do artista. A gente optou por ir pro ‘wide’ mesmo. Agora, se o pessoal quer, a gente vai avaliar se tem que ser maior na próxima, não tem problema, mas acho que ficou bacana. Podemos aumentar, a gente vai aprender muito com esse terreno.”
Os problemas de circulação na Cidade da Música
A principal reclamação do público que compareceu ao The Town teve a ver com a disposição dos palcos e como isso deixou o público apertado. Diferente do Lollapalooza — também realizado no Autódromo de Interlagos —, que aproveita ao máximo o espaço, o The Town teve sua estrutura concentrada em uma região menor e mais estreita.
Com uma grande proximidade entre os palcos principais e com revezamento de atrações entre eles, a plateia enfrentou uma série de congestionamentos no fluxo de pessoas. O deslocamento da multidão ainda foi piorado pelo afunilamento da área e pela presença de ativações ao longo da via de entrada. Enquanto isso, outras partes como a do New Dance Order estavam vazias.
A questão também foi abordada por Roberta Medina, que revelou planos de reposicionar os palcos.
“A gente entendeu agora como é que as pessoas circulam. A gente, com certeza, vai pensar em posicionamento de palco de forma diferente. Tem o compromisso da prefeitura de continuar investindo no espaço para dar mais conforto ao público. Tem muitos aprendizados.”
A mudança da localização das ativações já é um tópico para as obras das próximas edições.
“Na verdade tem três ativações, ou quatro, que ficaram ali em uma reta, que ficou mais constrangida de circulação e é verdade. A gente já identificou isso e estamos trabalhando com a prefeitura nas próximas obras que estão planejadas, agora conhecendo o parque e vendo como funciona a circulação do público, para que isso não se repita, porque não é bom para ninguém e é desconfortável.”
Por fim, a vice-presidente do evento falou sobre o fluxo da saída do público e como a mobilidade foi a fraqueza do The Town.
“O que a gente já pôde fazer é: como a gente tem uma via de saída de emergência atrás, o que a gente tem feito pontualmente, ao longo do dia, é na hora que termina o show no Skyline, abre essa via, escoa o pessoal que quer passear para o resto do parque, fecha a via e tira aquela pressão. Definitivamente, é nosso calcanhar de Aquiles.”
A segunda edição do The Town está confirmada para 2025. As datas não foram reveladas.
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