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Rogério Skylab compara Rafael Bittencourt ao PSDB: “muito chato”

Músico relembrou participação no Flow Podcast com guitarrista do Angra e Supla, outro alvo de críticas: “ele acha que a música dele é boa”

O músico Rogério Skylab voltou a falar sobre sua participação no Flow Podcast, ocorrida em 2022, ao lado do guitarrista Rafael Bittencourt (Angra) e do cantor Supla. O assunto foi abordado em outro programa do gênero, o podcast Fala Ordinário.

Inicialmente, conforme transcrição do site, Skylab disse ter sido um dos convidados mais frequentes do Flow, com “quatro ou cinco” entrevistas. Porém, após o último convite, disse que não retornaria por ter tido que dividir espaço com Bittencourt e Supla.

“Falei: ‘nunca mais venho aqui’. Porque me colocaram ao lado do Supla. Sabe o que é isso? Você não tem ideia do que é uma entrevista ao lado do Supla.”

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Em seguida, o artista comentou o que mais incomodava no colega punk rocker, primeiro alvo das críticas.

“O Supla começa a falar e se lembra de uma música dele. E canta a música. Moral da história: essa entrevista teve cinco horas com eu ouvindo o repertório do Supla. Não tem tortura maior. E ele acha que a música dele é boa, sensacional. O pior é isso. Porque é filho mimado, nascido de família mimada, mimaram o ego dele lá em cima e ele acha que é um grande compositor.”

Ainda sobre Supla, Skylab disse que teve “educação diante do Flow” ao aceitar ficar ouvindo o filho dos políticos Eduardo e Marta Suplicy.

“Aquilo é uma m#rda. E eu tive que aguentar cinco horas de Flow. Não é fácil. Ele pode ser muito gente boa, mas como compositor, músico, é musiquinho vagabundo. Agora, ele é gente boa. É progressista — muito em função do pai, não da mãe —, muito educado, mas é chato como músico. Ninguém aguenta aquelas musiquinhas que ele acha que são boas.”

Rogério Skylab sobre Rafael Bittencourt

A segunda parte da declaração foi dedicada a criticar Rafael Bittencourt. Rogério Skylab comparou o guitarrista do Angra ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

“Aguentar o Rafael Bittencourt do Angra não é fácil. Porque o Rafael Bittencourt é muito chato. Você imagina um PSDB. E ele conversando… vi um programa ali que está fazendo sucesso [‘Amplifica’], jamais iria no programa dele. Não vou. Vou aguentar?”

Os apresentadores mencionaram que Rogério chegou a ser convidado por Rafael para participar de seu podcast, Amplifica, talvez até em função das críticas feitas em outra ocasião. Contudo, Skylab reafirmou que não participaria do programa e aprofundou-se nas razões para sua decisão.

“Muito chato aquilo. Começou a falar umas coisas de um jeito meio PSDB, inteligente, intelectual. Aí, com ele, eu não aguentei. Com o Supla, eu ainda tive uma certa educação. Já com ele, eu não aguentei. Falei: ‘cara, tu tá falando bobagem’. Começou a falar de educação, ideologia… não estava aguentando. Foi a última vez que fui ao Flow. Aguentar Rafael Bittencourt e Supla no mesmo programa durante cinco horas… não desejo isso ao meu pior inimigo.”

A declaração pode ser conferida a partir de 52min30seg do vídeo a seguir.

Crítica anterior

Logo após ter participado do mencionado episódio do Flow Podcast, em abril de 2022, Rogério Skylab publicou um texto com críticas a Rafael Bittencourt e Supla. Na ocasião, Igor 3K era o único apresentador, já que Monark, ex-ocupante da função, havia sido desligado após dizer que defendia a criação de um partido nazista no Brasil.

“Senti saudade do Monark. […] Monark tinha uma ingenuidade selvagem. Era curioso. Porque muitas vezes eu o sentia muito próximo de mim. Só que de repente, ele caía pro outro lado. Ele concluía de forma atabalhoada, como se não pudesse trair a ‘cartilha’ – essa ‘cartilha’ que acabou deixando-o em maus lençóis.”

O que fez Rogério Skylab sentir falta de Monark foi a forma como Rafael Bittencourt e Supla se portaram durante o episódio mais recente. Na visão do músico, ambos são inocentes, mas de formas distintas.

“No caso do episódio dessa quarta-feira, eu me vi cercado por outros dois tipos de ingenuidade: a ingenuidade do bom vivant, do menino mimado, nascido em berço de ouro, acostumado a ser o foco da atenção; e a ingenuidade de quem se acha inteligente e de bom gosto. Eu te confesso que me foi torturante essa sessão e em alguns momentos eu deixei isso claro.”

Em relação ao companheiro ‘inteligente’, era muito fácil desarmá-lo. Bastava seguir a linha das suas argumentações, todas elas fundadas no bom senso e numa pretensa racionalidade. ‘Pretensa’ porque no fundo era delirante como eu fiz ver em relação a sua famigerada ideia sobre ‘educação’.

Daí porque sugeri maconha pra mesa. A maconha desarma os espíritos. Nos deixa desatentos, faz aparecer buracos. O que seria intolerável para o armadíssimo Supla, com a sua velhíssima performance ou fórmula, sem a qual tudo nele se desmorona. Por isso que ele falou: só depois da conversa.

Já o inteligente, prontamente me perguntou: mas você fuma maconha, Rogerio? Ele não entendeu que a minha sugestão era pra ser aplicada naquele momento e só tinha sentido se todos na roda aderissem.”

Desse modo, Skylab destacou que Bittencourt se tornou seu “alvo” durante o bate-papo.

“A essa altura dos acontecimentos, o meu alvo era o inteligente. Até porque ele era o alvo mais fácil: a ingenuidade da ‘inteligência’ salta aos olhos, já diria Nietzsche.

Quando ele falou na questão da ‘atitude’ dos punks, aí foi mamão com açúcar. Me veio à mente toda a pretensa superioridade do rock progressivo. Como se a atitude estivesse em oposição à estética. Como se o vocalista dos Sex Pistols não tivesse criado uma nova estética. Como se a maneira de cantar do funk não fosse um ato estético.

Do outro lado, o menino mimado e deslumbrado, seguia à risca a sua atuação, apresentando, vez por outra, as suas musiquinhas constrangedoras. A ingenuidade do Monark pelo menos era mais livre, ainda que não isenta a cair em terríveis armadilhas.”

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Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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