Como Scott Travis elevou o nível do Judas Priest, segundo K.K. Downing

Revelado pelo Racer X, baterista substituiu Dave Holland e estreou no álbum “Painkiller” (1990)

Após trabalhos com sonoridade voltada ao estilo do hard rock americano, o Judas Priest resolveu intensificar o peso em “Painkiller” (1990). A formação trazia uma mudança, com a entrada do baterista Scott Travis no lugar de Dave Holland, membro mais longevo no instrumento até então.

Em entrevista ao podcast The Jeremy White Show (transcrita pelo Blabbermouth), o guitarrista K.K. Downing – atualmente no KK’s Priest – reconheceu que o sangue novo ajudou a erguer o nível da banda naquele momento.

“Conhecíamos a capacidade de Scott através de sua antiga banda, Racer X, que era ótima. Seu estilo, usando bumbo duplo, abriu portas para mim e Glenn (Tipton, outro guitarrista da formação clássica). Pudemos ter novas ideias rítmica e musicalmente. Sabíamos que ele tinha capacidade de tocar qualquer coisa que pedíssemos – por mais rápido que fôssemos nas guitarras, conseguiria nos igualar no kit. O que ajudou muito a expandir a composição depois de tantos anos, na verdade, no que diz respeito ao lado mais veloz do metal.”

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Em recente bate-papo com o podcast “Drumtalk” (também transcrito pelo Blabbermouth), Scott abordou seu cartão de visitas oficial: a intro da faixa-título do álbum.

“Pessoalmente, sempre adorei a introdução de bateria de certas músicas. Todos nós conhecemos ‘Rock and Roll’ do Led Zeppelin, ‘Walk This Way’ do Aerosmith e, claro, ‘Hot for Teacher’ do Van Halen. Então, de qualquer forma, eu cresci assim, sempre almejando: ‘Cara, se eu pudesse criar uma introdução de bateria característica – sem guitarras; apenas bateria – e torná-la realmente impactante’. Até hoje fico emocionado, agora que toco há tanto tempo, por ter conseguido criar algo assim. Ela se tornou uma assinatura do Judas Priest, o que nunca em um milhão de anos teria imaginado.”

Judas Priest e “Painkiller”

Além da estreia de Scott, “Painkiller” marcou a despedida do vocalista Rob Halford, que retornaria na década seguinte. A produção ficou a cargo de Chris Tsangarides, que havia sido engenheiro de som em “Sad Wings Of Destiny” (1976). Desde “Killing Machine” (1978) o grupo trabalhava exclusivamente com Tom Allom na função.

O trabalho vendeu cerca de 2 milhões de cópias, ganhando discos de ouro nos Estados Unidos e Canadá. A turnê marcou a primeira passagem do Judas Priest pelo Brasil, tocando na segunda edição do Rock in Rio.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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