“E.T. O Extraterreste” se tornou um dos filmes mais conhecidos do renomado cineasta Steven Spielberg, senão o mais famoso. Blockbuster imediato e um dos grandes clássicos da década de 80, o longa lançado em 1982 se tornou a produção de maior bilheteria de todos os tempos até perder o posto para “Jurassic Park” (1993), curiosamente também dirigido por Spielberg.
No entanto, o cineasta revelou que se arrepende de uma mudança que fez em “E.T.”. Não na versão original, mas para a edição de 20 anos do longa.
A alteração citada ocorreu na cena em que agentes perseguem E.T e as crianças. No filme original, esses homens aparecem portando armas de fogo. Já para a adaptação de 20 anos, Spielberg as substituiu por walkie talkies.
Durante sua participação no evento Time 100 Summit (via Variety), Spielberg revelou que se arrepende de ter mudado a cena e ainda sugeriu que nenhum de seus colegas faça o mesmo.
“Aquilo foi um erro. Nunca deveria ter feito aquilo. ‘E.T’ é um produto de sua era. Nenhum filme deve ser revisado baseado na ótica em que estamos agora, seja voluntariamente ou se foi forçado a fazer isso. ‘E.T’ foi um filme no qual tive sensibilidade com o fato de que agentes federais estavam procurando crianças com armas de fogo expostas e decidi tirá-las e colocar walkie talkies. Os anos se passaram e mudei minhas visões.”
O cineasta complementa:
“Nunca deveria ter mexido nos arquivos de meu próprio trabalho e não recomendo a ninguém que faça isso. Todos os filmes são meio que um sinal de onde estávamos quando eles foram feitos, como o mundo era e o que o mundo recebia quando apresentamos essas histórias. Então, eu realmente me arrependo de ter feito isso.”
Steven Spielberg, “E.T.” e as mudanças
Após a fala, o apresentador do evento lembrou Steven Spielberg de que muitos livros clássicos estão passando por mudanças para serem apreciados pela ótica atual. O cineasta, então, respondeu o seguinte, com uma pitada de humor:
“Ninguém nunca deve tentar tirar o chocolate de Willy Wonka! Nunca! Para mim, é algo sacrossanto. É nossa história, é nossa herança cultural. Não acredito em censura feita desta forma.”
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