A capacidade de Ringo Starr nunca foi questionada entre os grandes nomes da bateria. Um furto da década de 1950, o músico dos Beatles não deve ser balizado por comparações com gerações posteriores – que influenciou, diga-se de passagem. Sua técnica é simples, direta e muito precisa, recorrendo a soluções fora do comum em vários momentos – vide o medley que encerra o álbum “Abbey Road” (1969).
Sendo assim, não nos surpreende que Paul McCartney coloque o colega entre os maiores da história. A revelação nada surpreendente ocorreu em dezembro de 2020, no programa do radialista americano Howard Stern. Questionado sobre os 3 melhores nas baquetas em toda a história, o baixista e vocalista respondeu, conforme transcrição do The Paul McCartney Project:
“Coloco Ringo no topo. Ele é incrível. Em segundo fica Bonzo (John Bonham, do Led Zeppelin). E em terceiro Keith Moon (The Who). Esses são os meus escolhidos. Bateristas muito bons da minha geração.”
Durante o discurso de indução a Ringo como artista solo no Rock and Roll Hall of Fame, em 2015, Paul relembrou como se deu a parceria com o último membro a entrar nos Beatles. Conforme transcrição do Showbiz CheatSheet, ele disse:
“Uma noite nosso baterista na época, Pete Best, não estava disponível, então Ringo se apresentou. Eu me lembro do momento. Pete foi ótimo e nos divertimos muito com ele. Mas eu, John e George – Deus os abençoe – estávamos na linha de frente cantando, o que geralmente estávamos, e atrás de nós tínhamos um cara com quem nunca tínhamos tocado antes. E eu me lembro do momento em que ele começou a tocar, acho que era ‘What’d I Say’ de Ray Charles. A maioria dos bateristas não conseguia acertar a parte da bateria. Era um pouco difícil de fazer. Mas Ringo acertou em cheio. E eu me lembro do momento, apenas parado lá, olhando para John e depois para George. Os olhares em nossos rostos diziam ‘F ***. O que é isso?’ E esse foi o momento. Esse foi o verdadeiro começo dos Beatles.”
Paul McCartney, Ringo Starr e a música final dos Beatles
Atualmente, Paul e Ringo estão envolvidos no projeto da recuperação de uma faixa que será lançada como a última do Fab Four. O projeto envolve uso de inteligência artificial para conseguir oferecer a melhor qualidade de áudio possível aos vocais de John Lennon. Os envolvidos garantem que a tecnologia não substituirá os registros dos músicos, apenas servindo como auxílio.
Embora o nome da música não tenha sido divulgado ainda, tudo leva a crer que se trata de “Now and Then”. Registrada por Lennon em 1978, seria a terceira inédita do projeto “Anthology”. Porém, a dificuldade de trabalhar com os recursos disponíveis nos anos 1990 impediu que ela entrasse no terceiro volume da compilação. Com isso, apenas “Free as a Bird” e “Real Love” foram incluídas.
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