Dee Snider critica bandas que demoram a se aposentar e alfineta Kiss, Ozzy e Scorpions

Vocalista entende que artistas que não estejam falando sério sobre o assunto deveriam apenas seguir em frente, sem prometer o que não irão cumprir

Quando o Twisted Sister encerrou sua segunda temporada no mundo do rock/metal, em 2016, foi para não voltar mais. Exceção a uma breve reunião quando foram indicados ao Heavy Metal Hall of Fame, no início do ano atual, a banda persiste em sua intenção de não retornar, mesmo que já tenha até mesmo recebido propostas neste sentido.

Durante sessão de perguntas e respostas no evento de lançamento de “Frats”, sua novela gráfica, o vocalista Dee Snider falou sobre o tema novamente. Como de costume, o cantor aproveitou para distribuir alfinetadas em alvos fáceis e garantidos. Conforme transcrição do Blabbermouth, ele declarou:

“Eu vejo pessoas cantando ‘Crazy Nights’ (referência à música do Kiss) e elas não são mais tão crazy. Não vou citar nomes. Eu sempre reclamo sobre as pessoas que se aposentam, nos vendem a camisa ‘No More Tours’ (Ozzy) e então voltam alguns anos depois: ‘nós amamos vocês, nós amamos vocês’. Isso é besteira. E as pessoas dizem: ‘bem, isso é uma m*rda’. Não. Apenas fique para sempre, cara. Fique para sempre. Não queremos que você vá embora. Só não faça uma turnê de despedida de três anos, como o Scorpions, e depois diga que mudou de ideia. Por que você não tocou em todos os lugares? Não, você já tocou em todos os lugares – duas vezes. O Blue Öyster Cult tem jaquetas ‘On Tour Forever’. Para sempre. Deus os abençoe. Faça o mesmo.”

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O frontman ainda deixou claro que seguirá sendo uma pessoa criativa enquanto tiver energia para tal.

“Não perdi a paixão pela música. Meus dois últimos álbuns solo, ‘Leave a Scar’ e ‘For the Love of Metal’, foram um ressurgimento ainda mais forte, artisticamente falando. Apenas não tenho vontade de envelhecer no palco. Não quero que vocês me vejam definhando.”

A seguir, Dee citou a própria banda como exemplo. E deu um checkup de sua forma física atual.

“Eu li uma crítica uma vez que dizia – e na verdade era uma crítica positiva sobre a reunião do Twisted Sister, há muito tempo – mas dizia: ‘Quando uma banda se reúne e eles são bons, isso faz você se sentir jovem novamente. Mas quando eles são ruins, isso faz você perceber quantos anos você envelheceu’. As pessoas vinham nos ver e sorriam.

Hoje mal consigo levantar meus braços. Dói quando eu faço os chifrinhos no ar. Não quero que me vejam assim. Então, prefiro sair de cena com alguma dignidade e deixar uma memória positiva. É melhor parar deixando um gostinho de ‘quero mais’ a exagerar e fazer todo mundo pensar: ‘nossa, quando esse cara vai sair da p*rra do palco?’.”

O livro “Frats”

“Frats” é a primeira incursão de Dee Snider pela literatura de ficção. Anteriormente, ele havia lançado o livro de crônicas “Teenage Survival Guide: Or How To Be A Legend In Your Own Lunch Time” (1987, reeditado em 2019) e a autobiografia “Shut Up and Give Me the Mic” (2012).

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A história é ambientada nos anos 1970 e lida com os efeitos de um ambiente nocivo na vida de uma pessoa. O principal mote da trama é a masculinidade tóxica. De acordo com o autor, ela foi inspirada em fatos reais.

Sobre Dee Snider

Nascido em Nova York, Daniel Snider entrou para o Twisted Sister em 1976. Apesar de a banda já existir à época, assumiu a liderança, sendo responsável pela composição das músicas. Foi o frontman dos cincos discos de inéditas e todos os outros lançamentos.

Após o primeiro fim, se juntou a Bernie Tormé, Clive Burr e Marc Russel no Desperado. O grupo existiu entre 1988 e 1990, mas teve seu único disco, “Bloodied But Unbowed”, lançado apenas em 1996.

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De 1991 e 1994 comandou o Widowmaker. Novamente com o baixista Marc Russel e o baterista Joey Franco, além do guitarrista Al Pitrelli, lançou dois discos antes da separação.

Em carreira solo, disponibilizou mais cinco obras, além do Van Helsing’s Curse, espetáculo teatral onde era narrador e atuava.

Entre várias aparições em TV e rádio, foi o apresentador do “Heavy Metal Mania”, primeiro programa especializado no gênero a ser produzido pela MTV.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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