Tony Iommi é considerado um dos melhores guitarristas de todos os tempos. Transformou o que poderia ser uma deficiência física num som único até então, com afinações mais graves e riffs monolíticos. Mesmo assim, Geezer Butler, seu companheiro de Black Sabbath, ainda acha que o cara merece mais respeito.
Em um novo clipe da versão audiobook de seu livro de memórias, “Into the Void: From Birth to Black Sabbath” (transcrição via Guitar.com), Butler contou sobre a ocasião em que a banda, lutando contra um bloqueio criativa, foi salva pelo gênio de Iommi. A situação ocorreu durante as gravações do álbum “Sabbath Bloody Sabbath” (1973).
“Eu lembro de Tony entrando no estúdio e dizendo ‘bem, eu tenho uma coisa’, antes de começar a tocar o riff de ‘Sabbath Bloody Sabbath’. Foi um momento glorioso. O alívio me tomou, porque aquele riff – um dos melhores que eu já tinha ouvido até então – significava que nós tínhamos um presente e futuro. Não estávamos acabados ainda. Sabbath continuaria a viver!”
Então, aproveitou essa história para falar sobre o que vê como uma injustiça histórica contra o colega:
“Aproveitando que estou no assunto da habilidade incrível de Tony para conjurar um riff monstruoso: eu não acho que ele recebe o crédito que merece como um guitarrista. Recentemente vi uma dessas listas de melhores guitarristas de todos os tempos, e Tony estava na casa dos 30. Enquanto isso, Eddie Van Halen não estava no top 10 e Keith Richards estava na segunda posição. Quem for que escreveu essa lista precisa examinar a cabeça!”
A razão para os elogios
Após afirmar que não existe como determinar objetivamente o melhor de nada, Geezer Butler aproveitou para destacar sua razão para elogiar Tony Iommi.
“Eu sei o quão grande Tony é porque eu tive assento VIP por quase 50 anos, a gente fazendo jams e ele botando riffs de tudo quanto é lugar. E eu desafio qualquer um a dizer três riffs de rock melhores que ‘Iron Man’, ‘Supernaut’ e ‘Sabbath Bloody Sabbath’.”
Vamos deixar abaixo as três canções listadas por Geezer para quem quiser aceitar o desafio.
“Iron Man”:
“Supernaut”:
“Sabbath Bloody Sabbath”:
Sobre Tony Iommi
Anthony Frank Iommi, mais conhecido como Tony Iommi (Birmingham, Inglaterra, 19 de fevereiro de 1948) destacou-se como guitarrista do Black Sabbath, tendo sido um dos membros fundadores da banda em 1967.
Por causa de um acidente de trabalho, quase teve sua trajetória musical encerrada logo na juventude. Num momento de distração ao operar uma prensa mecânica na fábrica onde trabalhava, acabou colocando a mão direita na máquina e, puxando-a de volta por reflexo, teve decepadas a falange distal dos dedos médio e anelar.
Devido à gravidade do acidente, foi desencorajado a voltar a tocar guitarra pelos médicos que consultou. Porém, reencontrou motivação ao ganhar de presente do dono da fábrica um disco do guitarrista belga de jazz Django Reinhardt, que tocava apenas usando os dedos indicador e médio.
Empolgado, Iommi começou a tocar usando encaixes improvisados de plástico derretido – posteriormente substituídos por próteses – nas pontas dos dedos. Isso o levou a preferir afinações mais graves, que deixam as cordas um pouco mais frouxas, levando à criação de um som pesado e único junto ao Black Sabbath – creditado por muitos como a banda responsável por definir os padrões do heavy metal.
Além dos trabalhos no Black Sabbath e do derivado Heaven & Hell, gravou trabalhos projetos solo em parceria com o baixista e vocalista Glenn Hughes e músicos convidados. Em 1968, teve uma breve passagem pelo Jethro Tull, substituindo o recém-saído guitarrista Mick Abrahams na lendária apresentação do filme “The Rolling Stones Rock and Roll Circus”.
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