Praticamente todos os fãs reconhecem Myles Kennedy como o vocalista do Alter Bridge e do The Conspirators, banda de apoio de Slash. Porém, ele iniciou a carreira como guitarrista, instrumento que ainda usa em profusão, especialmente em seu grupo principal.
Em artigo à Guitar World, o músico listou seus 10 nomes preferidos na função. E explicou cada escolha.
Os guitarristas que moldaram Myles Kennedy
1. Jimmy Page: “Como compositor, guitarrista e produtor, Jimmy Page é único. Ele tem uma abordagem verdadeiramente especial. E o que é louco é que vimos isso desde o início, mas ele conseguiu mantê-lo ao longo de sua carreira. Mas acho que o que amei em Jimmy e ainda amo é esse abandono imprudente. Ele é um compositor e arranjador incrível, ótimo no estúdio, mas quando executa suas partes, eu não sei… há algo muito perigoso na maneira como toca. Não é perfeito, é quase punk rock em sua essência, mas, na verdade, é destemor. Eu sempre adorei isso na maneira de tocar de Jimmy.”
2. Eddie Van Halen: “Com Eddie, obviamente, o som era todo dele. E quando você coloca isso no contexto de quando o primeiro álbum do Van Halen foi lançado, é uma loucura. Naquela época, ninguém tinha esse som. E ninguém mais tocou assim. O ‘brown noise’ foi revolucionário – inspirou toda uma geração de guitarristas nos anos 80. E as pessoas podem dizer o que quiserem, mas, no final das contas, todos estavam perseguindo esse som. Foi um momento especial e temos que agradecer a Eddie por isso. Sua técnica de duas mãos foi uma virada de jogo que inspirou um monte de shredders naquela época, e ainda o faz até hoje. Devemos muito a Eddie pelo que ele trouxe para a festa.”
3. David Gilmour: “Lembro-me de estar no acampamento de verão quando criança e, enquanto eu estava lá, alguém tocava The Wall na íntegra. Aquilo me surpreendeu. Não tenho ideia de por que o álbum estava sendo tocado naquele ambiente, mas quando ouvi o solo de ‘Comfortably Numb’ como um garoto de 14 anos, cara, isso trouxe lágrimas aos meus olhos. Era tão bonito e livre, e tinha uma alma profunda enquanto ainda era extremamente melódico. Adoro a forma como David toca – durante aquele solo, ele tocou todas as notas certas. Então, para mim, como guitarrista, foi um ponto crucial. Foi aí que percebi que, embora ouvisse muito Eddie Van Halen e Yngwie Malmsteen, a técnica não era tudo. Era sobre evocar emoções através das notas e ser lírico. David é tão vocal em sua abordagem. Ele fala com as pessoas. Eu amo isso.”
4. John Sykes: “Eu sei que John tocou com o Thin Lizzy por um tempo, mas eu o descobri através de suas coisas do Whitesnake. Aquele álbum de 87 [Whitesnake] foi enorme, muito disso foi devido ao som dele. Era pesado, mas tinha esse elemento de blues misturado com agressão crua. Lembro-me de ter ficado impressionado com o quão poderoso era. Adorei seus álbuns com o Blue Murder depois que deixou o Whitesnake. Mas acho que seu som, em conjunto com seu vibrato, me influenciou significativamente. Passei muito tempo tentando imitar por conta de como era emocionante.”
5. Ian Thornley: “As pessoas não falam o suficiente sobre Ian, mas é um amigo meu e é incrível. Ele está em uma banda canadense chamada Big Wreck, o conheço desde os meus dias de Mayfield Four. Nós viajamos juntos naquela época, éramos esses jovens fanfarrões que estavam subindo na classificação. Lembro-me de ter ficado maravilhado depois de ouvir uma música chamada ‘The Oaf’ no rádio. E então, cerca de três semanas depois, eu estava em uma loja de música em Nova York e, quando entrei, ouvi um cara destruindo em um canto. Era Ian e começamos a conversar. Desde então, somos amigos íntimos e acho que ele é um dos segredos mais bem guardados da guitarra.”
6. Warren Haynes: “Warren é outro daqueles caras que não toca muitas notas, mas toca as notas certas. Além disso, eu amo o tom dele. Tem um som que te prende. E tive algumas experiências incríveis em que pude me apresentar e tocar com ele ao longo dos anos, todas as quais foram destaques absolutos. De todos os momentos legais que tive na minha carreira, se alguém me pedisse para citar os melhores momentos, estar no palco com Warren é o melhor. Observá-lo fazer essas seções de solo longas e estendidas enquanto eu estava lá, cara, por um segundo, esquecia qual era o meu nome. Ele sempre será um dos meus favoritos, não apenas por ser tão bom, mas porque é como um Mestre Jedi. Tão calmo e cheio de sabedoria que você não pode deixar de se alimentar dele.”
7. Pat Metheny: “Muitas pessoas pensam em mim apenas como um cara do hard rock, mas também sou influenciado por músicos de jazz. Pat Metheny está no topo dessa lista. Lembro-me de ouvi-lo quando adolescente, quando seu álbum ‘Still Life (Talking)’ foi lançado. E há uma música nesse álbum chamada ‘Third Wind’ que tem uma pausa onde Pat ataca a guitarra de uma forma que eu nunca tinha ouvido antes. Para mim, foi supertranscendente. Você pode não pensar, mas Pat é altamente influente em mim de várias maneiras.”
8. Chris Whitley: “Aqui está um cara que as pessoas não conhecem, o que é triste. Mas Chris foi um artista importante nos anos 90 para quem o ouviu. Conversei com Joe Bonamassa sobre ele e acho que John Mayer também gosta. Era um talento monstruoso. Ele estava tocando nas ruas da cidade de Nova York e Daniel Lanois, que produziu muitos discos importantes na época, o encontrou. Ele ouviu, colocou-o sob sua proteção e Chris acabou fazendo um monte de discos para a Columbia. Perdê-lo foi um grande golpe, era muito talentoso. Foi definitivamente uma grande influência, não apenas como guitarrista, mas seus vocais também eram incríveis.”
9. Danny Gatton: “Danny era um gênio. Nunca vi ninguém tão aterrorizante com uma Telecaster nas mãos. Lembro-me da primeira vez que o vi. Estava na capa de uma revista onde diziam que ele era um dos maiores talentos desconhecidos. E estavam certos. Mas naquela época eu pensava, ‘Já ouvi isso antes, vamos ver’. Então, fui e peguei seu disco, ‘88 Elmira St.’, e fiquei totalmente impressionado.
Sua habilidade bruta de misturar diferentes influências criou algo inteiramente seu. Mas é isso que grandes artistas fazem, certo? Eles juntam todas as coisas que os interessam, colocam sua marca neles e criam algo atraente. O que mais amava era a fisicalidade da performance de Danny. Você podia ouvir quanto poder ele tinha nas mãos, era assustador.”
10. Jeff Buckley: “Além de Eddie Van Halen e Jimmy Page, em muitos aspectos, Jeff Buckley foi uma das grandes razões pelas quais eu precisava perseguir ser um guitarrista. Ele foi uma das pessoas que me motivou ao longo do caminho depois que ouvi seu álbum ‘Grace’ em 1994. Naquela época, o grunge estava na moda. E enquanto eu aprecio o grunge, Jeff Buckley forneceu algo muito diferente dessas coisas.
Sua música era tão etérea e especial, mas você também podia ouvi-lo puxando de Jimmy Page, Robert Plant, world music e todas essas coisas únicas. E então, cerca de cinco meses depois de comprar ‘Grace’, tive a sorte de ver Jeff se apresentar em Seattle em um pequeno teatro que acomodava talvez 500 pessoas. Foi quando a gravidade total de suas habilidades vocais e de tocar guitarra me atingiu.
Até hoje, sua forma de tocar é muito subestimada. Ele usou muitas afinações estranhas que faziam sentido com sua voz. Era um talento tão louco e tão único. O que ele fez naquela época me afetou profundamente e ainda hoje.”
Sobre o músico
Nascido em Boston, Myles Richard Bass construiu reputação participando de grupos como Cosmic Dust, Citizen Swing e The Mayfield Four, com sonoridades bem distintas entre si.
Em 2001, fez uma ponta no filme “Rock Star” como o fã que subiu ao palco com o Steel Dragon após Izzy Cole dar no pé durante um show. Nos bastidores, conheceu o baterista Jason Bonham, o que renderia um futuro convite para ensaiar e compor com os músicos do Led Zeppelin.
Dois anos mais tarde, se juntaria aos instrumentistas do Creed no Alter Bridge, banda que já lançou sete discos de estúdio e se consagrou como um dos principais nomes no hard rock de sua geração.
Paralelamente, desde 2009, acompanha Slash em sua carreira solo, junto do The Conspirators. Ainda lançou dois álbuns próprios: “Year of the Tiger” (2018) e “The Ides of March” (2021).
Em 2015, criou a fundação Future Song com sua esposa, Selena. O projeto financia aulas de música em escolas públicas.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Facebook | YouTube.