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O grande problema dos guitarristas atuais, segundo Marcelo Barbosa

Integrante do Angra acredita que grande quantidade de conteúdo disponível na internet pode atrapalhar quem quer tocar o instrumento

Com a internet e as redes sociais, muitas maneiras de aprender um instrumento surgiram para além das tradicionais aulas, DVDs, revistas e partituras. No YouTube, por exemplo, há incontáveis vídeos ensinando a tocar guitarra, como também guitarristas divulgando o próprio trabalho, seja com covers ou faixas autorais, e incentivando outros músicos. 

Diante de tanto conteúdo disponível, pode ser um problema especializar-se no instrumento, na opinião de Marcelo Barbosa. Em conversa com o guitarrista Mateus Starling (transcrição via Whiplash), o guitarrista do Angra e professor explicou por que:

“Por causa da escassez de conteúdo, eu lembro que às vezes comprava um método, como o ‘Frank Gambale, Speed Picking’, e só tinha aquilo para estudar. Então, eu tirava tudo, da primeira à última página, porque não tinha outra coisa e eu queria aprender coisas novas. Eu fiz isso com alguns livros e métodos. E isso é totalmente inconcebível num momento em que você segue 60 guitarristas bons pra caramba, excelentes, do mundo, e cada vez que você abre o YouTube tem 70 novas aulas. Não dá para se aprofundar em nada, você vira especialista em generalidades.” 

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Marcelo, que começou a tocar o instrumento aos 12 anos de idade (hoje tendo 48), frisou a importância da “repetição” de um método no momento de aprendizado. Ainda, comentou sobre as dificuldades em encontrar materiais sobre guitarras no passado: 

“Pouca gente ainda vai em banca de revista comprar [revistas especializadas em guitarra], as pessoas olham no YouTube. Eu lembro que eu não encontrava a ‘Guitar Player’ americana e até a brasileira em qualquer banca em Brasília e era cara. Eu saía de casa, dava o maior rolê, meia hora para ir, meia hora para voltar, para comprar a revista. Porque tinham as entrevistas que eu queria ver, as aulas, as colunas. As VHs [de aulas] eram a cópia, da cópia, da cópia, ninguém tinha a original. E você normalmente conseguia essa cópia com um cara, mas ele não tinha a cópia do livro que vinha junto. Então você tinha que anotar as coisas também. Eu lembro que eu via aula do Paul Gilbert anotando.” 

Angra atualmente 

“Cycles of Pain”, novo álbum do Angra, sai em 3 de novembro – dois dias antes no Japão. Décimo trabalho de estúdio da banda, já teve confirmadas as participações de Kiko Loureiro (ex-integrante, atual Megadeth), Lenine, Fernanda Lira (Crypta), Amanda Somerville (Avantasia, HDK, Kiske/Somerville) e Vanessa Moreno.

Será o primeiro álbum a repetir uma formação desde “Aurora Consurgens” (2006). O grupo conta hoje com Fabio Lione (voz), Rafael Bittencourt (guitarra), Marcelo Barbosa (guitarra), Felipe Andreoli (baixo) e Bruno Valverde (bateria), a mesma configuração responsável pelo antecessor, “Ømni” (2018).

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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“Por causa da escassez de conteúdo, eu lembro que às vezes comprava um método, como o ‘Frank Gambale, Speed Picking’, e só tinha aquilo para estudar. Então, eu tirava tudo, da primeira à última página, porque não tinha outra coisa e eu queria aprender coisas novas. Eu fiz isso com alguns livros e métodos. E isso é totalmente inconcebível num momento em que você segue 60 guitarristas bons pra caramba, excelentes, do mundo, e cada vez que você abre o YouTube tem 70 novas aulas. Não dá para se aprofundar em nada, você vira especialista em generalidades.” 

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“Pouca gente ainda vai em banca de revista comprar [revistas especializadas em guitarra], as pessoas olham no YouTube. Eu lembro que eu não encontrava a ‘Guitar Player’ americana e até a brasileira em qualquer banca em Brasília e era cara. Eu saía de casa, dava o maior rolê, meia hora para ir, meia hora para voltar, para comprar a revista. Porque tinham as entrevistas que eu queria ver, as aulas, as colunas. As VHs [de aulas] eram a cópia, da cópia, da cópia, ninguém tinha a original. E você normalmente conseguia essa cópia com um cara, mas ele não tinha a cópia do livro que vinha junto. Então você tinha que anotar as coisas também. Eu lembro que eu via aula do Paul Gilbert anotando.” 

Angra atualmente 

“Cycles of Pain”, novo álbum do Angra, sai em 3 de novembro – dois dias antes no Japão. Décimo trabalho de estúdio da banda, já teve confirmadas as participações de Kiko Loureiro (ex-integrante, atual Megadeth), Lenine, Fernanda Lira (Crypta), Amanda Somerville (Avantasia, HDK, Kiske/Somerville) e Vanessa Moreno.

Será o primeiro álbum a repetir uma formação desde “Aurora Consurgens” (2006). O grupo conta hoje com Fabio Lione (voz), Rafael Bittencourt (guitarra), Marcelo Barbosa (guitarra), Felipe Andreoli (baixo) e Bruno Valverde (bateria), a mesma configuração responsável pelo antecessor, “Ømni” (2018).

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