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Local Natives se mostra regular e satisfatório com “Time Will Wait For No One”

Coeso, quinteto de Los Angeles tenta se levar mais a sério; resultado é disco com boas letras e estrutura sonora, mas sem clímax

Num cenário tão dinâmico, é normal que o fã de música se perca em meio ao vasto número de lançamentos que chegam ao seu streaming de preferência todas as semanas. Bandas veteranas, outras um pouco novas, projetos individuais de artistas… Tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo.

Mas você pode ir com calma, afinal, a arte existe para para organizar e dar sentido às coisas – não para ser mastigada como qualquer pastel. Sendo assim, achei interessante voltar o olhar para o lançamento de uma banda que já teve seus dias de relevância, mas que hoje pode passar batida: o Local Natives, com “Time Will Wait For No One”.

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Os californianos apareceram para o mundo por volta de 2008, em meio àquela onde de bandas indie da época. Na mesma janela que outras duas bandas partiram dali: o Young the Giant e os Cold War Kids. “Gorilla Manor” (2009), o álbum de estreia, teve ótima recepção e entrou de cara no Top 200 da Billboard, arrebatando um terceiro lugar entre novos artistas na lista.

Já são 15 anos desde “Gorilla Manor” e o Local Natives não cravou seu espaço na memória pública como algumas das bandas contemporâneas. O que mudou nesse tempo é que eles mantiveram sua essência – um indie rock singelo, que pode lembrar bandas com sonoridade que navega entre algo festivo e certa densidade, mas também demonstram maior consciência musical e entendimento das possibilidades que sua arte pode atingir.

Para a produção de “Time Will Wait For No One”, convidaram o produtor John Congleton, que já colaborou com Wallows, St. Vincent e Angel Olsen. Juntos, eles conseguem estabelecer uma atmosfera onde a banda explora um som enérgico.

Abrindo com “Just Before the Morning” (que deveria servir como a principal música), há esse ânimo, mas que por detalhe não chega lá. E temos outros momentos mais densos, onde as harmonias de teclados, guitarras e violões orbitam em torno dos coros de vozes para valorizar a poesia – o que acontece nas faixas “Empty Mansions”, “Featherweight” e “Hourglass”. “Ava” também é uma declaração de amor que não soa piegas. 

Como Ryan Hahn (guitarra e voz) e Matthew Frazier (bateria) contaram em entrevista a Brian Burns da WUNC Music, a banda tinha músicas sendo trabalhadas, mas faltava uma “casa” para elas. De fato, essa casa tomou forma, o álbum tem cara, apresenta uma banda madura e alinhada com o momento.

Porém, quando não repetitivo – o que acontece em mais de um momento –, contrasta demasiado com o ritmo estabelecido ao longo da audição. É o que acontece com “NYE”, por exemplo, um deslize do equilíbrio do conjunto e deslocado da identidade, como se fosse uma música de outra fase da banda.

Ainda assim, o resultado agrada e revela que mesmo com o tempo os músicos não se deixaram estigmatizar e dar novas formas à personalidade do Local Natives.

Ouça “Time Will Wait For No One” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.

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Gabriel Caetano
Gabriel Caetano
Publicitário que escreve sobre arte e entretenimento. Desde 09 tô na internet falando do que gosto (e do que não gosto) para quem possa gostar (ou não) também.

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