Ícone da música brasileira, João Donato morre aos 88 anos

Artista enfrentou recentemente uma série de problemas de saúde; cerimônia de despedida acontecerá no Theatro Municipal carioca

O músico João Donato morreu aos 88 anos na madrugada desta segunda-feira (17), no Rio de Janeiro, em decorrência de uma série de problemas de saúde. A família confirmou a notícia pelas redes sociais e comunicou que uma cerimônia de despedida acontecerá no Theatro Municipal carioca, em horário a ser divulgado.  

O comunicado diz:

“Hoje o céu dos compositores amanheceu mais feliz: João Donato foi para lá tocar suas lindas melodias. Agora, sua alegria e seus acordes permanecem eternos por todo o universo.”

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No último mês de junho, o artista enfrentou uma infecção pulmonar e passou 26 dias internado no hospital. Pelas redes, manifestou alegria por ter recebido alta.

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Ele era uma das atrações confirmadas do Coala Festival, marcado para os dias 15, 16 e 17 de setembro, no Memorial da América Latina, em São Paulo. Para a ocasião, faria apresentação conjunta com Martinho da Vila. O evento não se pronunciou ainda. 

Sobre João Donato

Nascido em 1934 em Rio Branco, no Acre, João Donato de Oliveira Neto foi pianista, acordeonista, arranjador, cantor, compositor e pioneiro da bossa nova. Desde cedo apresentou conexão com a música e, logo criança, aprendeu a tocar acordeon.

Aos 11 anos de idade, mudou-se para o Rio de Janeiro com a família. Na época, começou a frequentar e a tocar em festas de colégios da Tijuca. Poucos anos depois, já mais experiente, participou de jams na casa do cantor Dick Farney e também no Sinatra-Farney Fan Club – dedicado, sobretudo, ao jazz. 

Durante a carreira, fez parte dos grupos Donato e seu Conjunto, Donato Trio e Os Namorados. Em 1956, lançou o seu primeiro disco, “Chá Dançante”, com direção musical de Tom Jobim. Focado no piano, dois anos mais tarde, gravou as faixas “Minha Saudade” e “Mambinho” junto de João Gilberto – com quem excursionou pela Europa.

De volta ao Brasil, nos anos 1960, disponibilizou os discos instrumentais considerados clássicos “Muito à vontade” e “A Bossa muito moderna de João Donato”. No fim da mesma década, dirigiu-se aos Estados Unidos e trabalhou com nomes internacionais, entre eles, Chet Baker, Nelson Riddle, Herbie Mann e Bud Shank.

Nos períodos seguintes, estabeleceu parcerias com Chico Buarque, Aldir Blanc, Arnaldo Antunes, Cazuza e Gilberto Gil, e disponibilizou uma série de projetos, principalmente por gravadoras independentes. “Serotonina”, seu álbum inédito mais recente, saiu em 2022. 

Em 2010, ganhou um Grammy Latino na categoria de Melhor Álbum de Jazz Latino com “Sambolero” (2008). Já em 2018 conquistou o título de Melhor Álbum Eletrônico, no Prêmio da Música Brasileira, pelo disco “Sintetizamor” (2017), lançado ao lado do filho Donatinho. 

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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