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Os 10 discos que mudaram a vida de Sammy Hagar

Da soul music ao prog metal, o Red Rocker demonstra apreciar diferentes abordagens e épocas da história

Quem conheceu a carreira de Sammy Hagar a partir do Van Halen – maior parte das pessoas fora dos Estados Unidos – muitas vezes nem imagina o tamanho de sua história. A realidade é que o cantor não foi uma revelação descoberta por Eddie e Alex. Longe disso.

Há, inclusive, registros da formação original dos gigantes do hard rock tocando músicas da banda que revelou o frontman, o Montrose. Sendo assim, não é de se estranhar que o Red Rocker esteja conectado com diferentes fases da história do rock.

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Em artigo à revista Goldmine, Sammy Hagar citou os 10 álbuns que mudaram sua vida. Confira abaixo.

Jeff Beck Group – “Truth”: “No início da minha carreira musical, tive a sorte de ver essa banda ao vivo e fiquei completamente tomado por inveja e admiração. A maneira como Rod Stewart cantava era exatamente a que eu queria cantar. O jeito que Jeff Beck tocava guitarra era exatamente o jeito que eu queria tocar. Então, é claro, fui aprender todas as músicas desse disco, tanto cantando quanto tocando. Ele tem muito a ver com quem e o que eu sou como artista até hoje.”

David Bowie – “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars”: “Este disco chegou a mim em um momento da vida em que eu era totalmente fascinado por OVNIs, alienígenas e espaço. Quando saí do Montrose, queria começar uma banda chamada Sammy, Wild e Dust Cloud, para escrever canções de ficção científica. Tenho que agradecer a Ziggy Stardust pela inspiração para músicas como ‘Space Station #5’ e ‘Love Walks In’, e ainda é uma grande parte da minha criatividade. Até hoje, eu ainda gostaria de fazer um registro 100% sci-fi. Obrigado, Starman.”

Procol Harum – “Procol Harum”: “Quando ouvi pela primeira vez ‘A Whiter Shade of Pale’, passei a pensar muito mais profundamente como cantor e compositor. Embora não tivesse ideia do que Gary Brooker estava cantando, a letra soava e parecia profunda, então meu interesse aumentou e continuei a seguir a banda. Seus próximos dois álbuns, ‘Shine on Brightly’ e ‘A Salty Dog’, tiveram profunda influência na maneira como canto. Gary Brooker tinha muita alma e alcance. Dou crédito a ele e a outros cantores de soul por me influenciar a forçar tanto minha voz.”

Otis Redding – “The Immortal”: “Sempre adorei a música soul e lendas como James Brown, Wilson Pickett, Sam & Dave e, claro, Aretha Franklin. No entanto, ‘The Immortal Otis Redding’ sempre terá um lugar especial em meu coração. Tenho memórias incrivelmente boas de misturar músicas como ‘Hard to Handle’ e ‘Nobody’s Fault But Mine’ em setlists estranhos e ecléticos acompanhados por Rolling Stones, Led Zeppelin e Cream, quando tocava em bandas cover igualmente estranhas e ecléticas.”

Cream – “Disraeli Gears”: “Este álbum me leva de volta a quando eu comecei a tocar guitarra, tentando escrever músicas e entrar em bandas. O Cream é provavelmente a razão pela qual montei meu primeiro supergrupo, HSAS, depois o Chickenfoot e agora The Circle. Inspirou-me a tocar com músicos do mais alto calibre ao meu redor. Para mim, foi o primeiro supergrupo de verdade. Eles tinham uma química única que só esses três caras poderiam ter. Faziam música como uma orquestra, o som era grande demais para apenas três caras. Escreveram algumas obras brilhantes. ‘Sunshine of Your Love’ é uma das 5 melhores músicas do rock para mim. Foi um dos primeiros solos de guitarra complicados que aprendi nota por nota. Esse álbum mudou minha vida.”

The Rolling Stones – “12×5”: “Há cerca de uma dúzia de discos dos Stones sem os quais eu não poderia viver, mas ‘12 x 5’ é de quando comecei a cantar e tocar guitarra. Muito parecido com o The Jeff Beck Group, Keith Richards e Mick Jagger incorporavam características que eu mesmo desejava ter. Eu queria tocar guitarra como Keith e ser como Mick. Aprendi todas as músicas desse álbum, o que me fez ter vontade de tirar as do próximo também. Foi um ciclo que eu estava fadado a repetir com cada disco subsequente dos Stones. E tudo começou com ‘12 X 5’. Ainda hoje, continuo perseguindo discos que recapturam esse sentimento e me fazem querer aprender cada música.”

Pink Floyd – “The Dark Side of the Moon”: “Eu amo esse álbum porque ele nunca envelhece. Mesmo depois de todos esses anos, sempre que ponho para tocar ele ainda eleva o nível artístico e criativo. Faz dizer a mim mesmo: ‘Ainda não consegui’. É tão profundo que dispensa maiores explicações, não é mesmo? Enquanto eu estava fazendo o primeiro álbum do Montrose, eu ouvia ‘The Dark Side of the Moon’ em um toca-fitas com fones de ouvido, sentado à beira da piscina e desejando estar em uma banda como aquela.”

Tool – “Ænima”: “Este álbum é tão bom musicalmente – e tão distante de qualquer álbum que eu poderia fazer – que me impulsiona e me inspira. ‘Ænima’ é inovador, cru e sombrio. Tornei-me amigo de Maynard Keenan e acho que ele é um dos grandes artistas do nosso tempo. Um gênio e um homem renascentista completo. Somos como um casal estranho.”

Jeff Buckley – “Grace”: “O único álbum de estúdio de Jeff Buckley é um dos melhores e mais completos já feitos. Ouvir a coisa toda é tão emocionante e nunca deixa de me irritar. Ainda me dá arrepios, me sufoca e me inspira a ir mais fundo como artista. É um dos discos mais solitários – é o mais poderoso ouvido sozinho com fones de ouvido. Sua performance vocal durante ‘Lilac Wine’ é incrível. Uau – essa música! Eu posso sentir sua dor só de pensar naquela música agora. Muitas vezes penso no que ele teria criado se tivesse ficado por aqui um pouco mais.”

James Brown and The Famous Flames, “Live at the Apollo, Volume I”: “Você não consegue uma banda mais compacta e uma performance mais empolgante saindo de um pedaço de vinil! Em qualquer festa de Sammy Hagar, esse disco só dá vontade de levantar e dançar. A música ‘Try Me’ apresenta a performance vocal mais apaixonada de todos os tempos. James Brown foi, sem dúvida, o maior performer da história deste negócio. Você pode sentir a energia dele através de seus ouvidos. Era um monstro e fazia jus ao apelido de ‘o homem que mais trabalhava no show business’. Eu posso testemunhar isso! Eu o vi se apresentar três vezes na minha vida e, mesmo no final de sua carreira, ele me superava.”

Sobre Sammy Hagar

Nascido em Salinas, Califórnia, Samuel Roy Hagar despontou como vocalista nos dois primeiros álbuns do Montrose. A estreia é considerada o primeiro disco de heavy metal gravado nos Estados Unidos. Ainda nos anos 1970 deu início a uma carreira solo bem-sucedida, especialmente no mercado norte-americano.

Em 1985 se tornou o segundo vocalista do Van Halen, dando início a uma nova fase da banda em termos de sonoridade. Lançou 4 álbuns de estúdio e 1 ao vivo. Saiu em 1996 e retornou brevemente em 2004.

Sammy Hagar participou de supergrupos como o HSAS, Chickenfoot e o atual The Circle. Paralelamente, é um empresário de sucesso no ramo de bebidas, especialmente com a tequila Cabo Wabo, que nas palavras do próprio, rendeu muito mais dinheiro que qualquer época no meio musical.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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