Apesar de já ter idade para ser chamado de “dinossauro”, o Iron Maiden ainda atrai uma boa quantidade de público jovem para suas turnês. Bruce Dickinson explicou que há um planejamento por trás disso, com direito a uma estratégia específica: ingressos um pouco mais baratos do que a média de outros artistas do mesmo porte.
Em entrevista ao Telegraph, o vocalista foi perguntado sobre o preço dos bilhetes e explicou a lógica por trás da ideia. Adolescentes e jovens adultos geralmente têm um poder aquisitivo menor e não poderiam pagar tickets muito caros. Isso ajuda a trazê-los e, consequentemente, manter as apresentações quase sempre lotadas.
“Essa é uma das razões pelas quais tem tantos jovens nos nossos shows. Tentamos manter tudo abaixo (do preço) dos outros. Se um ingresso para o Maiden custar 100 libras, os jovens dizem: ‘não posso pagar por isso’. Mas se você abaixa para 60 libras, isso faz uma grande diferença. Fazemos basicamente dessa forma.”
Sobre a ideia de que a banda é uma atração para gente mais velha, Dickinson tem uma teoria que desmente isso. Para ele, o volume de vendas prova que nem só de fãs velhos vive o Iron Maiden.
“Você não consegue vender o número de ingressos que vendemos apenas para gente velha – não tenta tanta gente velha querendo sair de casa!”
É mais barato mesmo, Bruce Dickinson?
A declaração de Bruce Dickinson levanta uma dúvida entre o público brasileiro, (mal) acostumado a pagar caro por grandes eventos internacionais. Em 2022, passaram por aqui Metallica, Guns N’ Roses e o próprio Maiden, três bandas do mesmo porte e segmento, o que nos permite uma boa comparação.
As turnês passaram por cidades diferentes, mas todas fizeram uma parada em São Paulo. Metallica e Iron Maiden tocaram no Estádio do Morumbi, enquanto o Guns N’ Roses se apresentou no Allianz Parque, mas os preços não estão tão distantes – ao mesmo tempo, mostram que a conta de Dickinson faz algum sentido.
Para o show do Metallica – anunciado para 2020 e vendas iniciadas em 2019, mas ocorrido em maio de 2022 –, o ticket mais caro era a Pista Premium inteira, no valor de R$ 780. Já o mais barato, a meia-entrada para a Arquibancada 2, custava R$ 145. Aqui, os valores podem estar um pouco mais baixos devido a boa parte das entradas ter sido comercializada antes da pandemia.
No caso do Guns N’ Roses, que tocou em setembro, no Allianz, a Pista Premium inteira saiu por R$ 950, enquanto o ingresso mais barato era a Cadeira Nível 2, meia-entrada, a R$ 190.
Vinte dias antes, o Iron Maiden tocou no Morumbi com ingressos que variavam de R$ 750, no caso da inteira para Pista Premium, a R$ 120 para a meia-entrada da Arquibancada C. Uma diferença não tão grande, mas notória.
Iron Maiden e a “The Future Past Tour”
Atualmente, o Iron Maiden excursiona pela Europa com a “The Future Past Tour”. O show une os conceitos do álbum mais recente, “Senjutsu” (2021), ao mesmo tempo em que resgata o clássico “Somewhere in Time” (1986).
O setlist tem como principais destaques a inclusão de músicas não tocadas há muito tempo e a estreia de “Alexander the Great”, uma das mais pedidas pelos fãs ao longo da carreira do grupo. Não há planos para Brasil e América do Sul até o momento, já que o sexteto rodará apenas pelo Velho Continente e Canadá em 2023.
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