Em 2023 o álbum “Born Again”, do Black Sabbath, completa 40 anos. Apesar de contar com admiradores das composições, o trabalho sempre foi muito criticado por conta de sua sonoridade. Os próprios envolvidos reconhecem, alegando situações ocorridas em estúdio que dificultaram o processo de gravação.
Tony Iommi sempre prometeu retrabalhar o play, visando dar uma encorpada no som. Porém, até hoje o projeto não saiu do papel. Com a data comemorativa chegando, o guitarrista foi questionado sobre a possibilidade durante participação no “Trunk Nation” – transcrita pelo Blabbermouth. Ele diz:
“Assim que mencionei que estávamos pensando em remixá-lo, as pessoas pensaram que eu já estava trabalhando nisso. Mas precisávamos passar pelos outros álbuns do catálogo antes de chegar nele. Agora, as fitas estão sendo transferidos de bobina a bobina para o digital, para que possamos dar uma olhada adequada. Mas, novamente, tudo leva tempo e tem que ser feito em etapas. Esperamos lançar todo o material em algum momento. É apenas uma questão de passar por isso pouco a pouco, na verdade. E eu sei que as pessoas ficam ansiosas, mas leva tempo.”
A seguir, Iommi falou sobre o que espera alcançar com as possibilidades que tem em mãos no momento.
“Bem, quando ele foi originalmente gravado, no estúdio soava muito bem. Nós amamos o resultado. Saímos em turnê, deixamos na mão de outras pessoas e, de alguma forma, o som ficou abafado. Se foi da prensagem ou alguma outra coisa, eu não sei. Quando ponho para tocar, há partes onde digo, ‘Oh, isso deveria ter sido mais alto, isso deveria ter sido mais proeminente’ – bateria ou o que quer que tenha sido. Há coisas que realmente precisam ser ajustadas, porque há algumas músicas muito boas.
Mas seria legal dar uma qualidade atualizada e poder ouvir de outra forma. Obviamente, quando você está envolvido mais diretamente, não está ouvindo nada além disso. Então você deixa nas mãos de outra pessoa. Saímos em turnê, voltamos, ouvimos e pensamos ‘Oh meu Deus. O que aconteceu?’ Não queremos que isso aconteça. Eu quero poder pegar as fitas novamente, realmente ouvir bem e ver o que precisamos ajustar, mudar, torná-lo um álbum com melhor som.”
Os planos para outros álbuns
Também foi inevitável falar sobre os planos para os discos seguintes a “Born Again” até “Forbidden”. Especialmente porque, exceção a “Seventh Star”, “The Eternal Idol” e “Dehumanizer”, eles pertencem ao catálogo da gravadora britânica IRS.
“A ideia é incluir nos relançamentos, mas não posso dar como certo e fazer promessas. Espero que consigamos, pois há um ótimo material naqueles discos que meio que passou despercebido por muita gente. Seria muito bom colocá-los nos holofotes outra vez.”
Black Sabbath e “Born Again”
Contando com os três instrumentistas da formação original do Black Sabbath, “Born Again” foi o único disco a contar com Ian Gillan nos vocais. Ele sairia logo após a turnê para participar da reunião do Deep Purple. Apesar dos pesares, o álbum conseguiu chegar ao 4º lugar na parada britânica.
A seguir, a banda se tornaria um entra-e-sai de músicos orbitando em volta de Tony Iommi. A coisa só seria estabilizada de vez após a reunião com Ozzy Osbourne no final dos anos 1990. Um terceiro reencontro com Dio seria realizado posteriormente. Porém, usando um nome alternativo, Heaven & Hell.
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