A tão aguardada volta do Savatage é uma realidade. Quem garante é Jon Oliva, a principal mente por trás do grupo desde sua concepção. Porém, o multi-instrumentista e cantor também deixou claro, em entrevista à edição grega da revista Rock Hard (via Blabbermouth), que o retorno também será o fim.
O músico e compositor de 62 anos garantiu que o primeiro trabalho inédito desde “Poets and Madmen” (2001) será um álbum de qualidade excepcional. Até por isso está demorando tanto.
“O próximo disco do Savatage irá f*der as cabeças dos fãs. É muito bom. Já cometi erros em projetos anteriores e não quero repetir. Por conta disso, não estou com pressa para gravar. Apesar disso, quero lançar até abril do ano que vem, para que possamos sair em turnê. Queremos participar dos festivais no próximo verão. Será, provavelmente, o nosso último álbum. Então, quero ter certeza de que será nota 10.”
De acordo com Oliva, há muitas ideias à disposição.
“Tenho material suficiente para uns três álbuns. Vou tentar condensar em um, além de disponibilizar faixas bônus. Vou gravar tudo quando reunir os caras da banda. Caso queira fazer outro no futuro, já terei tudo pronto. Esse é o plano de jogo.”
Em relação à direção musical, Jon exalta:
“É muito forte. E o fato de que você vai ter eu Zak Stevens compartilhando os vocais e fazendo músicas juntos como um dueto, deixa tudo ainda maior. Escrevi cinco ou seis músicas especificamente para ele cantar. Depois trabalhei em outras com Al Pitrelli [guitarra] que são definitivamente a minha cara. Finalizando, algumas grandes canções épicas.”
Como é de praxe, o “Mountain King” repete o clichê de classificar o disco como o melhor que já fez.
“Tudo o que sei é que os fãs vão ficar boquiabertos quando escutarem. Não ia resgatar o Savatage e apenas fazer um álbum meia-boca. Quando eu parar, quero sair por cima.”
Houve até espaço para adiantar o título de uma faixa.
“‘For The Man Who Would Be King’ é uma ‘Morphine Child’ (referência a uma das músicas de ‘Poets And Madmen’) É uma das que eu e Zak vamos cantar juntos. Ela tem essa grande seção intermediária com todos esses vocais no estilo operístico do Queen.”
Músicos envolvidos e título
Em relação aos músicos envolvidos, além dos já citados Zak Stevens e Al Pitrelli, outros nomes da história do Savatage estarão envolvidos.
“Steve Wacholz, baterista da formação clássica, irá tocar em algumas músicas. Mas a maior parte terá Jeff Plate na bateria, Johnny Lee Middleton no baixo, Al Pitrelli e Chris Caffery nas guitarras, Zak e eu. Também vou ter Jane Mangini, tecladista da Trans-Siberian Orchestra. E talvez o meu amigo ucraniano Vitalij Kuprij, porque algumas coisas no teclado estão além das minhas capacidades de tocar. Em vez de passar um mês tentando, vou chamá-lo, pois é um dos melhores do mundo. Mas em geral, quero que seja um álbum de banda completa, todos nós trabalhando juntos. E vai ser ótimo.”
Quanto ao título, Jon Oliva destaca já ter um. Porém, não tem certeza de que será o definitivo.
“O título provisório é ‘Curtain Call’. A última música tem esse nome. Sou apenas eu com um piano, cantando para os fãs, dizendo adeus e obrigado a todos. Toda vez que ouço, eu choro. Todo mundo para quem toquei chora. É muito profunda. Mas é a minha maneira de dizer adeus a todos. ‘Obrigado. Eu amo todos vocês. E este é o meu último adeus. Obrigado. Tenha uma boa vida. E faça o que for.’ Então acho que vou chamá-lo de ‘Curtain Call’, mas ainda não está definido.”
Finalizando, os planos para lançamento e turnê.
“Vamos trabalhar a partir de junho, até o momento em que os ensaios do TSO terão início. Retomamos após a virada do ano para finalizar em fevereiro. Quero lançar em abril, no aniversário de Criss (Oliva, falecido guitarrista do Savatage e irmão de Jon). Depois vamos sair em turnê. Não serão muitos shows, pois não tenho saúde para aguentar viagens. Mas quero tocar no Wacken Open Air. Será minha maneira de dizer adeus a todos.”
Sobre Jon Oliva
Nascido em Nova York, Jon Oliva criou o Avatar com seu irmão, Criss (1963-1993) no ano de 1979. A banda evoluiu para o Savatage. Ele foi vocalista principal na primeira fase e no último disco da banda, que encerrou atividades no início do século, voltando para um show especial em 2015.
Em 1994, gravou o único disco do Doctor Butcher, projeto com o guitarrista Chris Caffery em uma época que precisou se afastar do Savatage enquanto membro oficial.
Seu grande sucesso artístico é o Trans-Siberian Orchestra, desenvolvido em parceria com o produtor Paul O’Neill (1956-2017). O grupo excursiona nos períodos de fim de ano pelos Estados Unidos, tendo um dos maiores faturamentos da indústria a cada temporada.
Lançou o Jon Oliva’s Pain em 2003. A banda é uma espécie de continuação espiritual do Savatage, nas palavras do próprio. “Raise The Curtain”, seu único disco solo oficial, foi disponibilizado em 2013. Também já participou de discos do Avantasia, Kamelot e Soulspell, entre outros.
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Mal posso esperar.