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Venda online de ingressos para show do Ghost em SP é marcada por problemas

Entradas começaram a ser comercializadas pela Livepass às 10h desta quinta (13), mas site de compra se mostrou instável desde o primeiro minuto

Diversos internautas relataram problemas relacionados à compra online de ingressos para o show do Ghost em São Paulo, anunciado para o próximo dia 21 de setembro.

O início das vendas foi anunciado para esta quinta-feira (13), às 10h, por meio do site Livepass. Porém, simulação realizada pela reportagem de IgorMiranda.com.br indicava setores esgotados desde o primeiro minuto – o que seria humanamente impossível de acontecer.

- Advertisement -

Diversos testes foram realizados nas duas horas seguintes. Comportamentos distintos foram notados, especialmente quando setores antes apresentados como esgotados voltavam a estar disponíveis. Mesmo assim, em nenhum momento foi possível seguir para a página que conclui a compra, independentemente do setor – até aqueles que se encontravam disponíveis no minuto da tentativa.

Mensagem de erro apresentada mesmo quando era possível selecionar ingressos para um setor específico

O Espaço Unimed, local escolhido para a apresentação, tem capacidade máxima para 8 mil fãs. Uma pré-venda para clientes do cartão Porto Seguro foi iniciada na terça-feira (11), com uma quantidade limitada de ingressos à disposição – por isso, é improvável que a venda antecipada tenha esgotado os tickets previstos para o acesso geral, agendado para esta quinta (13).

Na seção de comentários da Livepass no Facebook, dezenas de internautas publicaram reclamações. Em outras redes, como Twitter e Instagram, também é possível conferir manifestações de fãs que também tiveram problemas.

https://twitter.com/ohyeahtine/status/1646527344373534726
https://twitter.com/freddiemoonie/status/1646515333753376771

Também pelas redes, fãs relatam que páginas de revenda de ingressos, como Viagogo, contam com entradas disponíveis para o show. Porém, os valores praticados são bem mais altos e não há qualquer garantia de que os tickets sejam confiáveis.

Resposta da Move Concerts

Procurada pela reportagem, a produtora Move Concerts, responsável pela realização do show do Ghost no Brasil, enviou o seguinte comunicado:

“No exato momento em que iniciamos a venda de ingressos recebemos um altíssimo número de acessos ao site, com milhares de usuários tentando realizar suas compras simultaneamente, o que ocorre frequentemente com artistas com grande engajamento com sua base de fãs.

Logo nos primeiros minutos a totalidade dos ingressos foi selecionada para compra, sendo que a partir desse ponto os mesmos passaram a compor o que chamamos de ‘Carrinho de Compras’. Vale dizer que nem todos os ingressos inseridos nesses carrinhos têm suas compras concluídas, uma vez que há desistências por parte de clientes, cartões não autorizados pelas instituições financeiras, entre outros motivos. Quando isso ocorre, os ingressos são liberados novamente para compras por outros consumidores. Por este motivo, em determinados momentos o setor ou tipo de preço pode se apresentar como indisponível, mas logo voltam a aparecer ingressos novamente. Essa dinâmica é comum nos momentos de picos de venda no site.

Sobre sites de ‘cambistas’ ou de ‘revenda’, como Viagogo, a Move informa que não tem qualquer relação de negócio ou contato com essas empresas, e que não incentiva esse tipo de revenda, e ao contrário disso, recomenda que o público não compre ingressos de cambistas e procure somente os canais oficiais de venda.”

O espaço está aberto caso a Livepass queira se manifestar.

Críticas a outras empresas do ramo

Outras empresas de vendas de ingressos online foram alvo de críticas nos últimos tempos devido a problemas técnicos na comercialização, entre outras questões. No último mês de janeiro, o Procon-SP notificou a tiqueteira Eventim devido a questões similares ocorridas no início das vendas para shows do grupo RBD. Novas apresentações foram anunciadas, devido à alta demanda por entradas.

Taxa de conveniência mantém serviço instável

Na opção de compra online, a Livepass, como outras empresas do ramo, cobra uma taxa de conveniência correspondente a 20% do valor do ingresso sob a justificativa de oferecer o serviço fora do ponto de venda físico. Segundo a empresa:

“A Taxa de Serviço remunera a disponibilização, ao Usuário, de um canal de compra de ingressos adicional à Bilheteria Oficial do evento. Por se tratar de prestação de serviço efetiva, que ocorre a partir da navegação, pela reserva e no momento da conclusão da compra pelo Website, App ou PDVs, seu valor não será passível de restituição e/ou reembolso, em qualquer hipótese.”

O valor é cobrado mesmo considerando que o serviço prestado conta com falhas e instabilidade, caso notado na recente sessão de vendas da Livepass.

Em outubro de 2020, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) readequou em maioria um entendimento anterior sobre a cobrança de taxa de conveniência na venda de ingressos online. Segundo a nova compreensão, a prática só é abusiva quando se verifica o descumprimento do dever de informação na fase pré-contratual.

A temática é debatida em âmbito judicial desde 2013, quando a Associação de Defesa dos Consumidores do Rio Grande do Sul moveu ação contra a Ingresso Rápido. Segundo o site do STJ, o processo questionou a taxa de conveniência pela venda online e a cobrança de taxa de entrega, caso o comprador deseje receber o ingresso em casa. A sentença foi favorável à associação.

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) reformou a sentença por entender que a aquisição dos ingressos online não é obrigatória, e sim uma opção ao consumidor, pois a compra presencial também é oferecida.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

2 COMENTÁRIOS

  1. Fora os meios de pagamento desse site, só cartão de crédito, estava sem limite no cartão e fiquei sem o ingresso, mesmo tendo o dinheiro pra compra-lo…

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Entradas começaram a ser comercializadas pela Livepass às 10h desta quinta (13), mas site de compra se mostrou instável desde o primeiro minuto

Diversos internautas relataram problemas relacionados à compra online de ingressos para o show do Ghost em São Paulo, anunciado para o próximo dia 21 de setembro.

O início das vendas foi anunciado para esta quinta-feira (13), às 10h, por meio do site Livepass. Porém, simulação realizada pela reportagem de IgorMiranda.com.br indicava setores esgotados desde o primeiro minuto – o que seria humanamente impossível de acontecer.

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Diversos testes foram realizados nas duas horas seguintes. Comportamentos distintos foram notados, especialmente quando setores antes apresentados como esgotados voltavam a estar disponíveis. Mesmo assim, em nenhum momento foi possível seguir para a página que conclui a compra, independentemente do setor – até aqueles que se encontravam disponíveis no minuto da tentativa.

Mensagem de erro apresentada mesmo quando era possível selecionar ingressos para um setor específico

O Espaço Unimed, local escolhido para a apresentação, tem capacidade máxima para 8 mil fãs. Uma pré-venda para clientes do cartão Porto Seguro foi iniciada na terça-feira (11), com uma quantidade limitada de ingressos à disposição – por isso, é improvável que a venda antecipada tenha esgotado os tickets previstos para o acesso geral, agendado para esta quinta (13).

Na seção de comentários da Livepass no Facebook, dezenas de internautas publicaram reclamações. Em outras redes, como Twitter e Instagram, também é possível conferir manifestações de fãs que também tiveram problemas.

https://twitter.com/ohyeahtine/status/1646527344373534726
https://twitter.com/freddiemoonie/status/1646515333753376771

Também pelas redes, fãs relatam que páginas de revenda de ingressos, como Viagogo, contam com entradas disponíveis para o show. Porém, os valores praticados são bem mais altos e não há qualquer garantia de que os tickets sejam confiáveis.

Resposta da Move Concerts

Procurada pela reportagem, a produtora Move Concerts, responsável pela realização do show do Ghost no Brasil, enviou o seguinte comunicado:

“No exato momento em que iniciamos a venda de ingressos recebemos um altíssimo número de acessos ao site, com milhares de usuários tentando realizar suas compras simultaneamente, o que ocorre frequentemente com artistas com grande engajamento com sua base de fãs.

Logo nos primeiros minutos a totalidade dos ingressos foi selecionada para compra, sendo que a partir desse ponto os mesmos passaram a compor o que chamamos de ‘Carrinho de Compras’. Vale dizer que nem todos os ingressos inseridos nesses carrinhos têm suas compras concluídas, uma vez que há desistências por parte de clientes, cartões não autorizados pelas instituições financeiras, entre outros motivos. Quando isso ocorre, os ingressos são liberados novamente para compras por outros consumidores. Por este motivo, em determinados momentos o setor ou tipo de preço pode se apresentar como indisponível, mas logo voltam a aparecer ingressos novamente. Essa dinâmica é comum nos momentos de picos de venda no site.

Sobre sites de ‘cambistas’ ou de ‘revenda’, como Viagogo, a Move informa que não tem qualquer relação de negócio ou contato com essas empresas, e que não incentiva esse tipo de revenda, e ao contrário disso, recomenda que o público não compre ingressos de cambistas e procure somente os canais oficiais de venda.”

O espaço está aberto caso a Livepass queira se manifestar.

Críticas a outras empresas do ramo

Outras empresas de vendas de ingressos online foram alvo de críticas nos últimos tempos devido a problemas técnicos na comercialização, entre outras questões. No último mês de janeiro, o Procon-SP notificou a tiqueteira Eventim devido a questões similares ocorridas no início das vendas para shows do grupo RBD. Novas apresentações foram anunciadas, devido à alta demanda por entradas.

Taxa de conveniência mantém serviço instável

Na opção de compra online, a Livepass, como outras empresas do ramo, cobra uma taxa de conveniência correspondente a 20% do valor do ingresso sob a justificativa de oferecer o serviço fora do ponto de venda físico. Segundo a empresa:

“A Taxa de Serviço remunera a disponibilização, ao Usuário, de um canal de compra de ingressos adicional à Bilheteria Oficial do evento. Por se tratar de prestação de serviço efetiva, que ocorre a partir da navegação, pela reserva e no momento da conclusão da compra pelo Website, App ou PDVs, seu valor não será passível de restituição e/ou reembolso, em qualquer hipótese.”

O valor é cobrado mesmo considerando que o serviço prestado conta com falhas e instabilidade, caso notado na recente sessão de vendas da Livepass.

Em outubro de 2020, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) readequou em maioria um entendimento anterior sobre a cobrança de taxa de conveniência na venda de ingressos online. Segundo a nova compreensão, a prática só é abusiva quando se verifica o descumprimento do dever de informação na fase pré-contratual.

A temática é debatida em âmbito judicial desde 2013, quando a Associação de Defesa dos Consumidores do Rio Grande do Sul moveu ação contra a Ingresso Rápido. Segundo o site do STJ, o processo questionou a taxa de conveniência pela venda online e a cobrança de taxa de entrega, caso o comprador deseje receber o ingresso em casa. A sentença foi favorável à associação.

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) reformou a sentença por entender que a aquisição dos ingressos online não é obrigatória, e sim uma opção ao consumidor, pois a compra presencial também é oferecida.

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Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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  1. Fora os meios de pagamento desse site, só cartão de crédito, estava sem limite no cartão e fiquei sem o ingresso, mesmo tendo o dinheiro pra compra-lo…

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