O TikTok virou uma importante ferramenta musical. O aplicativo popularizou faixas, revelou novos artistas e alavancou a carreira de outros.
Além disso, a plataforma ficou conhecida pelos “trends” – diferentes tipos de conteúdo, como desafios ou coreografias, que são reproduzidos diversas vezes pelos usuários e ficam em alta. Uma dessas novas tendências, conforme observado pela Classic Rock, é acelerar músicas clássicas do rock.
Depois de um meme envolvendo o personagem Kratos, do jogo “God of War”, caindo de um penhasco, “Dream On” (1973), do Aerosmith, viralizou na plataforma em julho do ano passado.
Diante disso, um perfil deu uma repaginada na canção, a usando de forma mais rápida do que a original em uma postagem sobre o prêmio de futebol Bola de Ouro. Com o registro, ele acumulou mais de três milhões de visualizações e o remix acelerado foi utilizado em outros 50 mil vídeos.
“Remember (Walking in the Sand)”, cover do Shangri-Las lançado pela banda de Steven Tyler em 1979, já havia obtido atenção anteriormente no TikTok, em 2020. Uma versão acelerada, que repetia a frase “oh no”, esteve presente em mais de 19 milhões de criações.
Já o Pink Floyd tem feito parte de uma trend que consiste em usar trechos de “The Great Gig in the Sky”, faixa com emblemáticos vocais de Clare Torry, em situações que denotam algum tipo de ansiedade ou desespero.
O Ghost também esteve nos holofotes com a faixa “Mary On A Cross”, faixa de 2019 que não chega a ser um clássico, mas ganhou destaque após ser usada em um post sobre a série “Stranger Things”. Com o sucesso na rede, ela se tornou a música mais ouvida do grupo sueco no Spotify – acumulando 264 milhões de reproduções – e recebeu no TikTok tanto remixes acelerados quanto mais “demorados”. Inspirada pelo acontecimento, a banda lançou oficialmente uma versão “mais lenta” e com reverb da canção.
“Goo Goo Muck” (1981), faixa do The Cramps usada na trilha sonora da série “Wandinha”, é outro clássico bastante usado em versões rápidas na plataforma. Os vídeos com a hashtag “speed up song” (em português, “música acelerada”), contêm mais de 360 milhões de visualizações.
TikTok e o rock acelerado
Em entrevista à Classic Rock, Clive Rozario, gestor na parte de música do TikTok, explicou como as gravadoras e os artistas abraçaram essas versões. Ele também opinou por que, em sua opinião, elas conseguem tanto sucesso:
“Acho que quando a música está acelerada, você precisa de menos energia e menos concentração porque a conexão com ela é mais imediata. Você consegue se conectar com muita naturalidade e rapidez, ainda mais se estiver familiarizado com a canção (…). Os fãs acham interessante e emocionante ouvir algo que já conhecem de uma nova maneira, uma nova versão de sua música favorita.”
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