A opinião de Kerry King sobre “The Number of the Beast”, do Iron Maiden

Guitarrista do Slayer revela amar os três primeiros discos da Donzela de Ferro igualmente

Em artigo para a Rolling Stone em 2017, Kerry King foi convidado a escolher seus 10 álbuns de heavy metal preferidos. Quando chegou a hora de escolher algo do Iron Maiden, o guitarrista do Slayer cravou “The Number of the Beast”.

Na hora de explicar suas motivações, o músico apontou a evolução da banda como fator preponderante, atribuindo o mérito ao vocalista que estreava naquele momento.

“Tive dificuldade em escolher um álbum do Iron Maiden, porque amo os três primeiros igualmente. Eu fui com ‘The Number of the Beast’ porque esse foi o primeiro disco de Bruce Dickinson e ele pisou na barriga de todo mundo naquele disco. Bruce simplesmente apareceu e destruiu tudo o que se pensava que o Iron Maiden era. E eles já eram ótimos antes. Este álbum é uma banda encontrando o som que os levaria ao longo das décadas.”

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Mas King deixa claro que também curtia o antecessor, com quem chegou a assistir a Donzela de Ferro abrindo para o Judas Priest um ano antes.

“Eu gostava do cantor original, Paul Di’Anno. A música era mais punk na época, o que eu também gosto, mas Bruce foi o cantor que os tornou a realeza do metal. Eles podem ter tirado o elemento punk um pouco depois que ele saiu, porque ‘Number of the Beast’ é mais um álbum de metal, mas acho que Bruce é o que mudou para eles.”

Com isso, não é de se espantar que o próprio Slayer tenha tocado sons do Maiden em seus primórdios.

“Costumávamos fazer covers de todos os tipos de coisas desse disco. Tocávamos ‘22 Acacia Avenue’. Tenho certeza de que tentamos ‘Hallowed Be Thy Name’, mas isso não é algo que tentaríamos tocar ao vivo; esse não é o nosso estilo. Também ensaiamos ‘Number of the Beast’, mas nunca a tocamos ao vivo.”

Curiosamente, uma das músicas que Kerry destaca é a abertura, que o baixista e líder dos britânicos já disse detestar.

“Eu gostei de ‘Invaders’. Alguém estava me dizendo que Steve Harris odeia essa música. Mas eu entendo, porque há um punhado de músicas em nossa história que eu penso, ‘Caramba, eu odeio essa música’. Desprezo ‘Desire’ e odeio ‘Cleanse the Soul’. Mas quando ‘Invaders’ apareceu, eu pensei, ‘Uau, eu gosto disso.’ E então eu tentei começar a pensar sobre porque ele odiaria. Não entendi. Mas ele está perto dela, como eu estou perto das minhas músicas, então é mais do que bem-vinda a sua opinião, Steve. Você escreveu.”

Iron Maiden e “The Number of the Beast”

Lançado em 22 de março de 1982, “The Number of the Beast” contou com atuação importante de Bruce Dickinson em várias composições. Porém, ele não pôde ser creditado por questões contratuais com sua banda anterior, o Samson.

Também foi o último a contar com o baterista Clive Burr. Ele ganhou créditos na faixa “Gangland” e no b-side “Total Eclipse”.

A faixa-título foi inspirada em um pesadelo do baixista Steve Harris após assistir o filme “Damien: A Profecia II”. O ator Barry Clayton narrou a introdução.

Single inicial, “Run to the Hills” foi a primeira música da história do grupo a entrar no Top 10 de músicas avulsas do Reino Unido.

“The Number of the Beast” chegou ao primeiro lugar na parada britânica e vendeu mais de 14 milhões de cópias em todo o mundo.

*Foto: pitpony.photography / CC BY-SA 3.0

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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