Em 2018 o Uriah Heep lançou “Living the Dream”. O disco trazia a banda colaborando com um produtor da nova geração, Jay Ruston, reconhecido por trabalhos com artistas como Anthrax, Black Star Riders, Stone Sour e Amon Amarth, entre outros. A parceria deu muito certo, com o álbum sendo o melhor da carreira dos veteranos em um bom tempo. Sendo assim, nada mais natural do que repetir a fórmula no play subsequente, “Chaos & Colour”.
O novo trabalho é nada menos que o 25º lançamento de estúdio dos gigantes do hard rock britânico. A audição já começa a toda potência com o single “Save Me Tonight”, típica música de abertura do grupo, mostrando o tradicional entrosamento instrumental e no jogo de vozes. Um delicioso clima setentista se instala logo na intro de “Silver Sunlight”, pontuado pela sempre eficiente guitarra de Mick Box, único membro original ainda presente.
A épica “Hail the Sunrise” destaca Bernie Shaw. Há quase 40 anos na banda, o cantor até hoje não é totalmente aceito, especialmente por conta de comparações descabidas com o passado. O fato é que a vida continuou e ele soube conduzir os rumos com seu registro, sem se tornar uma imitação do lendário David Byron ou qualquer dos seus antecessores. E o faz muito bem, por mais que a chiadeira nunca venha a cessar.
Os teclados de Phil Lanzon abrem “Age of Changes” e conduzem a execução por baixo dos corais feitos com todo cuidado para causar aquela impressão de viagem sonora. É um daqueles momentos que podemos sentir o quanto o Heep foi importante para as gerações posteriores, com características clássicas e contemporâneas se entrelaçando. Uma canção que cresce e mostra novos elementos a cada audição. “Hurricane” também havia sido oferecida antes do lançamento como single e cumpre seu papel sendo mais acessível. Porém, é uma das mais fracas do tracklist.
A segunda parte do play conta com as faixas mais longas. A começar por “One Nation, One Sun”, balada que começa apenas com voz e piano em uma interpretação emotiva de Shaw. A intro de “Golden Light” possui a assinatura típica da banda, levando o ouvinte a quase meio século atrás, enquanto “You’ll Never be Alone” se ampara em mudanças rítmicas e belos fraseados de guitarra com algum toque de modernidade sem descaracterizar a proposta – momento em que o produtor merece o reconhecimento por unir esses mundos.
A introdução de “Fly Like an Eagle” é daquelas que prendem a atenção sem qualquer esforço. A música é uma das mais pesadas do disco – poderia até se passar por algo dos álbuns recentes do Iron Maiden – e tem todo jeito de que funciona ainda melhor ao vivo.
A seguir é a vez da única que ultrapassa 8 minutos de duração. “Freedom to be Free” aproveita bem o tempo que tem disponível para mostrar uma espécie de resumo das qualidades dos envolvidos, com um clima quase de hino. O encerramento vem com o puro rock and roll de “Closer to Your Dreams”, fechando de maneira apoteótica.
“Chaos & Colour” fica um degrau abaixo de “Living the Dream”, mas ainda assim mantém o Uriah Heep como o grupo que tem feito os trabalhos recentes mais relevantes entre os de sua geração. E isso não é pouca coisa. Especialmente quando lembramos que Mick Box, por exemplo, já tem 75 anos.
Ouça “Chaos & Colour” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.
O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!
Uriah Heep – “Chaos & Colour”
- Save Me Tonight
- Silver Sunlight
- Hail the Sunrise
- Age of Changes
- Hurricane
- One Nation, One Sun
- Golden Light
- You’ll Never be Alone
- Fly Like an Eagle
- Freedom to be Free
- Closer to Your Dreams
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