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Steve Vai lança o álbum “Vai/Gash”, gravado com vocais em 1991

Sonoridade do disco remete ao lado mais básico do hard rock e presta tributo a vocalista falecido

Steve Vai lançou nesta sexta-feira (27) um novo álbum, “Vai/Gash”, via Favored Nations/Mascot Label Group. A versão em LP no exterior sai dia 24 de fevereiro. O trabalho foi gravado originalmente em 1991, contando com a participação de Johnny “Gash” Sombrotto nos vocais.

Sobre a proposta do trabalho, o guitarrista explica em material promocional:

“Por volta de 1990, fui tomado pelo desejo de arrancar o que eu achava que seria um tipo de disco de rock direto, que continha o tipo de música que eu gostaria de ouvir quando era aquele adolescente enraizado na cultura motociclista.”

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O ponto mais importante do resgate da obra está na história do cantor. Steve conta:

“John nasceu no Queens, em Nova York. Quando jovem, era um ávido entusiasta de motocicletas. Em 1977, aos 21 anos, sofreu um grave acidente que fez com que seu corpo pegasse fogo ao mergulhar 30 pés em uma cerca de arame farpado. Os médicos disseram à sua família que ele tinha queimaduras de terceiro grau em mais de 60% de seu corpo e que, se sobrevivesse, havia uma forte possibilidade de que perdesse o braço direito e a perna esquerda. Enquanto estava na Unidade de Queimaduras, sofreu dores excruciantes, especialmente quando dado o intenso ciclo diário de banhos quentes para suas feridas. Ele seguiu em frente e, depois de um mês, finalmente recebeu alta do hospital. Por sorte, nenhum membro foi amputado. Ficou, no entanto, com uma orelha esquerda parcial e camadas de enxertos de pele no pescoço, braços, pernas e peito inteiro. As histórias que contou sobre sua recuperação e a dor excruciante envolvida foram esmagadoramente dolorosas. Mas ele sobreviveu e, eventualmente, prosperou novamente. Foi para Los Angeles em 1982 e voltou direto para sua motocicleta.”

Os dois se conheceram através de um amigo em comum, Mark Cimino. A figura despertou a atenção de Vai desde o primeiro contato.

“Observava as pessoas interagindo com ele em nossas inúmeras viagens de moto e outras aventuras. À primeira vista, muitos poderiam ser levadas por sua careca, cicatrizes no pescoço e orelha queimada. Olhando como estava e pilotando uma Harley, era fácil supor que talvez fosse um motociclista durão e ameaçador com uma atitude nefasta. Mas depois de se envolver com ele por um minuto, seu charme e carisma magnético os faziam rir e desfrutar completamente sua presença edificante. Ele cativava com sua inteligência, calor e brilho. John se deu bem instantaneamente com as pessoas mais improváveis de todas as idades, cores, tamanhos, convicções políticas ou sexuais. Ele não era superficial e nunca julgava as pessoas. Isso permitia que sua personalidade envolvente e charme inebriante atraíssem você. Sob todas aquelas cicatrizes havia um coração corajoso e destemido que pode ser visto em seus olhos azuis suaves e desarmantes.”

Foi assim que a amizade logo se transformou em uma parceria musical.

“Algo em mim queria levá-lo ao estúdio e ver como ele cantaria essas músicas tipo motociclista que eu tinha em demos, mas nada poderia ter me preparado para a voz que saiu de sua boca. Eu tive que pensar, claro que ele soa assim porque é ele, confiante, autêntico, destemido, mas com uma intenção alegre. Esta era a voz que eu queria ouvir lamentando sobre essas faixas de rock. Fiquei atordoado. Naquela época, eu também estava começando a trabalhar em ‘Sex and Religion’ e esperava gravar mais do que as 8 músicas que eu havia preparado com John para um projeto alternativo. Mas isso se provou impossível. Em 7 de setembro de 1998, dois dias depois que meu pai faleceu, o telefone tocou e era a amada namorada de John, Nancy. Sua voz estava trêmula, e de alguma forma eu sabia o que ela ia me dizer. ‘John sofreu um acidente de motocicleta e morreu’.”

Agora, mais de 30 anos depois dos registros, as canções finalmente chegarão ao público. Steve Vai vê a situação como uma missão cumprida.

“John com certeza seria o maior vocalista de rock que você gostaria de conhecer. Todos os elementos estavam no lugar, mas ele se foi. Desanimado, coloquei o projeto inteiro na gaveta e o ouvia pelo menos uma vez por ano nos últimos 30 anos, especialmente no aniversário de sua morte. Então, recentemente, algo me obrigou a querer lançá-lo agora. Eu gostaria que você tivesse a chance de conhecer John. Acredito que você o teria amado assim como todos nós o amávamos. Por enquanto, ele está ‘In the Wind’.”

Ouça “Vai/Gash” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.

O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!

Steve Vai – “Vai/Gash”

1. In The Wind

2. Busted

3. Let’s Jam

4. Woman Fever

5. She Saved My Life Tonight

6. Danger Zone

7. New Generation

8. Flowers Of Life

* Texto de João Renato Alves editado por Igor Miranda.

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Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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