A associação sueca Vetenskap Och Folkbildning anunciou estar revisando a decisão de condecorar o Sabaton com o Årets Folkbildare 2022. O prêmio é dedicado anualmente a pessoas ou organizações que trabalham em prol da educação e da ciência.
De acordo com nota anteriormente publicada:
“A banda foi escolhida por sua capacidade de fornecer conteúdo factual, se destacando de seus contemporâneos e colegas na cena musical por sua dedicação em proporcionar relatos históricos verdadeiros com a assistência de historiadores e especialistas qualificados.”
O baixista e fundador Pär Sundström chegou a conceder entrevista ao jornal local Dagens Nyheter agradecendo pela indicação.
“É ótimo ter a confirmação de que você está fazendo algo certo. O hard rock vem em primeiro lugar, mas ficamos felizes por nosso lado histórico também receber atenção.”
Porém, a exposição massiva dos últimos dias também trouxe consequências nada agradáveis. Conforme apontado pelo Blabbermouth, a associação e o governo sueco foram informados que o Sabaton se apresentou na Crimeia em 2015, após a anexação ilegal da península ucraniana por parte da Rússia. Para agravar a situação, o evento estaria ligado ao grupo extremista de motoqueiros Nattvargarna, que possui ligações diretas com o presidente Vladimir Putin.
A associação fez com que o governo retirasse a música “Carolus Rex” de uma playlist alusiva ao fato de a Suécia ter assumido a presidência do Conselho da União Europeia recentemente. Em nota oficial, a assessoria de comunicação ressaltou que esse não é o tipo de comportamento com o qual o país gostaria de ser associado.
O mesmo fato já havia feito com que as forças armadas suecas tenham cortado laços com o grupo anos atrás. Em 2015, Pär chegou a emitir uma declaração pública sobre o concerto, tentando se defender.
“Tocamos para os fãs, independente de onde eles estejam. Estávamos lá para divulgar nossa música, como sempre fazemos.”
No ano seguinte, em artigo para a Sweden Rock Magazine, Sundström chegou a declarar que a Crimeia já havia sido invadida anteriormente pela Ucrânia.
“Se você for a Sevastopol, dificilmente sentirá que eles se sentem ocupados – muito pelo contrário. Já estavam ocupados há anos apenas porque acabaram do lado errado quando a fronteira foi traçada entre a União Soviética e a Ucrânia. Todos esses anos eles se sentiram como russos, mas tratados como um pequeno pedaço da Ucrânia.”
Em uma nova declaração ao Dagens Nyheter, o músico tentou esclarecer o comentário.
“Minha citação foi baseada em como experimentei a situação lá e as impressões que levei para casa comigo. Invadir ou ocupar outro país é contra o direito internacional, que eu acho que deveria ser aplicado em vez de alguém recorrer ao conflito armado, como aconteceu agora na Ucrânia. Nosso catálogo de canções é a prova de que já houve combates suficientes.”
A Vetenskap Og Folkbildning anunciou que realizará uma reunião extraordinária em breve para decidir se a homenagem ao Sabaton será mantida. As jornalistas Matilda Skarehag e Eva Ejdeholt também serão celebradas por suas coberturas midiáticas e alertas à população contra negacionistas durante a pandemia de Covid-19.
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