Olá pessoal, tudo bem com vocês? Primeiramente, vou me apresentar: meu nome é Tatiane Correia, atualmente trabalho como jornalista e é a minha primeira lista de melhores do ano que será publicada aqui no site.
E posso dizer sem sombra de dúvidas que 2022 foi um ano PROLÍFICO em lançamentos. Sério, foi a lista mais difícil que fiz nos últimos anos.
Embora a pandemia tenha afetado a indústria musical de forma expressiva (seja financeira ou emocionalmente – vide a morte dos vocalistas do Power Trip e do The Black Dahila Murder), estamos vendo um renascer que traz boas perspectivas, principalmente com a volta das turnês.
Diante da dificuldade que tive até mesmo em listar os 10 melhores discos do ano, já que o único que tenho absoluta certeza de ser meu favorito é o número 1, o critério que adotei foi a quantidade de vezes que ouvi, reouvi e fiquei de boca aberta.
Senhoras e senhores, os meus favoritos de 2022!
Os melhores discos de 2022 na opinião de Tatiane Correia
10) Blind Guardian – “The God Machine” (power metal)
Definitivamente, meu disco de power metal do ano. A vibe remete aos clássicos mais pesados – inclusive, acho que esse é o disco mais pesado desde “A Twist in the Myth” (2006). “Violent Shadows”, “Deliver us from Evil” e “Secrets of the American Gods” são os meus destaques.
9) Gaerea – “Mirage” (black metal)
Black metal lusitano que precisou de algumas audições para chamar minha atenção, principalmente em um ano onde os segmentos mais extremos foram inundados de excelentes lançamentos. No meu caso, exigiu um pouquinho, mas a experiência compensa.
8) Messa – “Close” (doom metal)
Admito que tenho fugido de doom metal (a não ser os clássicos) pois há tempos não teve nada que me chamasse a atenção como o Messa. Acho que isso se deve às várias influências que podem ser percebidas e ao trabalho da vocalista Sara – que considero uma das melhores para o estilo. Se você gosta da vibe anos 70, vai que é sucesso garantido.
7) Psycroptic – “Divine Council” (technical death metal)
Como diz um amigo meu, metal gago da mais alta qualidade. Mas, ao contrário do Fallujah, esses carinhas precisaram fazer um trabalho sensacional para chamar minha atenção diante de tantos discos de tech death que foram lançados neste ano. E o peso e os riffs me prenderam, assim como a arte SENSACIONAL. Se você curte bandas como Obscura, pode ir sem medo.
6) Fallujah – “Empyrean” (progressive / technical death metal)
Olha, devo admitir que achava muito difícil esses norte-americanos voltarem a fazer algo no nível do “Dreamless” (meu disco favorito) principalmente após o lançamento de “Undying Light”, em 2019. Ledo engano! Scott Carstairs conseguiu trazer de volta a mesma vibe do combo “The Flesh Prevails” / “Dreamless”, com peso, vocais femininos etéreos, bons riffs, velocidade e muita técnica.
5) An Abstract Illusion – “Woe” (progressive death metal)
Uma das grandes surpresas deste ano. Mas assim, surpresa MESMO. Eu nunca tinha ouvido falar dessa banda, mas depois de ver algumas resenhas bem favoráveis, resolvi dar uma chance. E QUE DISCO MEUS AMIGOS. Tem prog metal, tem tech death, tem violinos e uma das artes mais bonitas para o gênero. Uma festa para fãs de bandas como Ne Obliviscaris (aliás, o single “Equus” tem uma vibe do debut “The Portal of I” que não dá pra ignorar).
4) Blackbraid – “Blackbraid I” (atmospheric black metal)
Um debut inesquecível. Sgah’gahsowáh, responsável pelo projeto, consegue levar o ouvinte para a região das montanhas Adirondack, nos Estados Unidos, em uma experiência que mistura black metal, lendas indígenas e a necessidade de mostrar que os indígenas norte-americanos são resistência.
3) Russian Circles – “Gnosis” (post-metal / instrumental)
Admito que tenho uma certa reticência com discos instrumentais. Mas esse aqui me pegou pelo contrapé por ser intenso, variado, envolvente. E por ser instrumental, por várias vezes foi a trilha sonora que usei para trabalhar e me concentrar. Quem diria, nem o Animals as Leaders conseguiu fazer isso (desculpa Tosin).
2) Det eviga leendet – “Reverence” (black metal)
Segundo disco desse grupo de black metal sueco. E não, os integrantes não se identificam, a não ser pelo vocalista deste disco: Jacob Buczarski – o cidadão por trás do combo chamado Mare Cognitum (se você não conhece a banda, PARE DE LER AGORA, VÁ OUVIR O DISCO SOLAR “PAROXYSM” [2021] E ME AGRADEÇA DEPOIS). Melódico, intenso, pesado, com uma produção DECENTE.
1) Besna – “Zverstvá” (post-black metal)
Post-black metal com toques de progressive metal vindo de um país improvável como a Eslováquia, cantado em seu idioma natal, com letras que abordam atrocidades (“Zverstvá” significa “atrocidade” em eslovaco) como o abuso cometido por governos totalitários e os crimes cometidos pelo regime tchecoslovaco em favor da Alemanha nazista. Foi o disco que mais ouvi, que mais me emocionou e me ganhou ao ponto de eu cogitar tatuar a arte da capa. Não se deixe enganar pela delicadeza da arte, pois cicatrizes de guerras demoram mais a fechar do que se imagina.
Menções honrosas
Wiegedood – “There’s Always Blood at the End of the Road” (black metal)
Toadeater – “Bexadde” (post-black metal)
Sigh – “Shiki” (avant-garde / black metal)
Sonja – “Loud Arriver” (heavy / gothic metal)
Ante-Inferno – “Antediluvian Dreamscapes” (black metal)
Vital Spirit – “Still as the Night, Cold as the Wind” (black metal)
Ofdrykkja – “After the Storm” (post-black metal / neofolk)
Black Void – “Antithesis” (black metal)
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