Ao contrário de muitos músicos de antigas gerações, Blackie Lawless não parece nada desconfortável em reconhecer que conta com uma ajudinha da tecnologia em seus shows atuais. Durante sessão de perguntas e respostas com os fãs no último sábado (26), em Orlando, Flórida, o vocalista e guitarrista do W.A.S.P. foi questionado sobre sua opinião em relação ao uso de faixas pré-gravadas.
Talvez a pessoa que fez a pergunta esperasse outro tipo de resposta, mas o frontman não se fez de rogado ao reconhecer que faz uso do expediente, conforme transcrito pelo Blabbermouth.
“Sim, nós usamos. Quer saber o motivo? Antes, só preciso deixar claro que sou eu cantando ao vivo. Porém, quando vamos a um estúdio, fazemos refrãos, dobramos, triplicamos, quadruplicamos os vocais. Um dia vi uma gravação de um show nosso no YouTube e o som parecia magro. Quando começamos a complementá-lo com essas faixas, ficou melhor.”
Para justificar sua opção, Lawless usou exemplo de outros grupos.
“Se eu sou um fã e estou indo para um show, quero que aquilo soe o melhor possível. Existem outras bandas – os Queens do mundo – que não podem duplicar 24 vocais ao mesmo tempo, como nos discos. Se você quer que soe igual, tem que ter alguma ajuda. Por outro lado, é justo se usarem apenas isso? Não, nesse caso não é.”
Prosseguindo com sua explicação, Blackie lembrou a turnê de 20 anos do álbum “The Crimson Idol”.
“A primeira vez que tocamos as músicas ao vivo fizemos sem as orquestrações. Soou bem, no estilo do The Who no álbum ‘Live At Leeds’. Porém, quando chegou a hora de celebrar os 20 anos, decidimos usar bases pré-gravadas da orquestra. Lembro de ouvir pela primeira vez nos ensaios e ficar arrepiado. Era como eu gostaria de escutar caso fosse um fã.
Então, resumindo: se você quer usar isso pensando em enganar as pessoas, sou contra. Mas acho válido quando se trata de um complemento para o que é feito no palco.”
W.A.S.P. atualmente
Atualmente, o W.A.S.P. percorre os Estados Unidos com sua turnê comemorativa de 40 anos. O Armored Saint acompanha como atração de abertura – além do Michael Schenker Group, que participou de algumas datas no início de novembro.
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