Desde sua ascensão ao mainstream com a versão viral de “Beggin’”, o Måneskin é alvo de críticas por parte do público. Do som considerado muito pop e pouco rock às performances fora dos padrões, o estilo dos músicos gera questionamentos.
Após serem censurados na cerimônia do MTV Video Music Awards (VMA) 2022 por conta das roupas do vocalista Damiano David e da baixista Victoria De Angelis, os membros do grupo trouxeram à tona o que pensam sobre as diversas opiniões relacionadas ao visual adotado.
Em entrevista à Guitar World (via Guitar Magazine), Victoria abordou a relação da banda com os figurinos que usam no palco. De acordo com a baixista, o visual é uma questão espontânea.
“Não sentimos que deveríamos nos restringir de forma alguma. Existem bandas underground que dizem ‘não vamos nos arrumar’ e tudo mais, e isso é legal. Mas não nos importamos com isso. Adoramos nos vestir e nos divertir. Sabemos que podemos entregar a música, então não somos só imagem. Mas esse visual é apenas quem somos. É rock’n’roll.”
De Angelis ainda destacou a importância da banda seguir os seus princípios e como isso comunica com os fãs.
“Acho que outras bandas se esforçam demais para fazer o que a indústria lhes diz, mas os fãs podem dizer se é falso. Se tentássemos seguir esse caminho, saberíamos imediatamente que não estávamos sendo genuínos. Não seria satisfatório fazer o que você não acredita, então não fazemos.”
Måneskin e a censura no VMA
A censura ao Måneskin durante a última cerimônia do VMA, em agosto último, talvez seja o episódio que melhor apresente a situação. Damiano David usava uma calça de couro com fenda nas nádegas, enquanto Victoria De Angelis tinha adesivos cobrindo os mamilos.
Mesmo com nada explícito, a MTV censurou a transmissão da apresentação dos italianos, trazendo takes distantes com poucos close-ups. A atitude da emissora foi duramente criticada pelos fãs. Semanas mais tarde, foi divulgada uma versão sem o corte de imagens, mas ainda relativamente censurada.
Em entrevista à NME, Damiano comentou o ocorrido.
“Mostra o quanto ainda há preconceito contra bandas de rock e mulheres. Há muito a ser feito para vencermos isso. Estamos colaborando com a nossa parte.”
De Angelis, constante alvo de comentários sexistas por conta de seus figurinos, aproveitou a oportunidade para defender a autonomia e liberdade do corpo feminino.
“É uma situação triste, que precisamos abordar conversando e pensando sobre o assunto. É estúpido que ainda haja controle e censura sobre os corpos dos outros.”
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