Ajuda de Vinnie Vincent ao Kiss em “Creatures” é superestimada, diz Gene Simmons

Guitarrista participou das sessões de gravação e acabou sendo efetivado para a turnê no lugar de Ace Frehley

Apesar de ter aparecido na capa, nas fotos e entrevistas promocionais, além do videoclipe de “I Love it Loud”, Ace Frehley não tocou uma nota sequer no álbum “Creatures of the Night”, do Kiss. O guitarrista original não teve um substituto imediato, com vários instrumentistas contribuindo em diferentes faixas. A escolha definitiva do substituto acabou recaindo sobre Vincent Cusano, mais conhecido como Vinnie Vincent.

Em recente bate-papo com a Guitar World, divulgando o box comemorativo de 40 anos de “Creatures”, o baixista e vocalista Gene Simmons reduziu a importância do músico para a qualidade do disco.

“Acho que as contribuições de Vinnie são superestimadas. Para começar, ele nem toca em todo o álbum. Sim, ele ajudou, mas as contribuições de Adam Mitchell também estão lá. E até isso foi um problema, porque estávamos escrevendo na casa de Adam, quando Vinnie me encurralou e disse: ‘Ei, esqueça esse tal de Adam. Eu deveria estar escrevendo as músicas. Não precisamos dele.’ Foi sorrateiro e um indicador inicial do caráter dele, mas nós concordamos.

E uma das primeiras coisas que inventamos foi ‘I Love It Loud’. Eu estava morando com Diana Ross na casa dela em Beverly Hills. Um dia lembrei de ter feito uma versão inicial dessa música. Foi uma coisa simples, estava fazendo referência à melodia de ‘My Generation’ do The Who e criei os acordes e a melodia. Lembro de ligar para Vinnie, envolvê-lo e ele realmente escreveu a maior parte da letra.”

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Simmons também ressaltou as dificuldades que Vincent teve para se adaptar ao estilo do Kiss. Um músico tecnicamente envolvido com as novas práticas da guitarra, ele fugia da pegada setentista característica do grupo.

“Eu me lembro que Vinnie trouxe ‘Killer’ Nós gostamos, mas ele lutou com unhas e dentes pelo solo. Queria fazer de cada um deles algo enorme. Tudo que tocava soava como Yngwie Malmsteen fumando crack. Você sabe, o tipo de coisa que o resto de nós, seres humanos normais, odeia. Era ridículo e certamente não era Kiss. Chegou o momento em que tivemos que dar um basta e dizer que ele apenas gravaria o que mandássemos.”

Kiss e Vinnie Vincent

Vinnie Vincent participou da turnê – que passou pelo Brasil –, gravou o disco seguinte – “Lick it Up” (1983) – e fez os shows de promoção. Porém, seu comportamento e postura vaidosa acabaram causando a demissão.

Ele se reencontraria com Gene e Paul para colaborar em composições para “Revenge” (1992). Também marcou presença em eventos recentes com Simmons e outros ex-membros, além de convenções de fãs. Apesar disso, não possui uma carreira constante desde o final dos anos 1980.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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