O guitarrista Yngwie Malmsteen se pronunciou a respeito da alegação de que teria atrasado de propósito sua passagem de som para que as bandas de abertura de seu show em São Paulo não pudessem tocar. A apresentação ocorreu na última segunda-feira (24), no Carioca Club.
Skalyface e Opus V foram anunciadas como responsáveis por abrir o evento, mas não subiram ao palco. A justificativa dada pela produtora Dark Dimensions, que trouxe a turnê para o Brasil, foi a de que o guitarrista “fez de tudo para atrasar porque ele não queria a apresentação das bandas nacionais”.
Diante disso, Malmsteen se manifestou por meio de um comentário no perfil de Facebook do fotógrafo Gabriel Gonçalves. Ele negou ter cometido qualquer atraso de propósito e alegou que os responsáveis pela produção local não ofereceram o equipamento solicitado (backline) para o show e alegou que as bandas de abertura foram enganadas.
“Que monte de mentiras! Atrasando de propósito? Acho que não! A casa de shows deveria ter deixado tudo pronto, assim como não mentir para as bandas de abertura sobre a verdade de não ter se organizado. Faço isso há mais de 40 anos – não preciso atrasar nada, a menos que o equipamento prometido não seja fornecido em condições de funcionamento. Claro e simples.”
Comunicados das outras partes
O comunicado completo da Dark Dimensions pode ser conferido abaixo. Além de apresentar sua versão dos fatos, a empresa que não irá mais trabalhar com o artista.
“Yngwie Malmsteen no Brasil, quem foi ao show não se decepcionou, uma aula para quem gosta de guitarra!
Segunda vez que trabalhamos com o artista. A primeira foi em 2016, na ocasião foi tudo tranquilo, diferente de ontem (24/10).
Trabalho exaustivo, dobramos a nossa equipe, chegamos cedo (9h) para não ter nenhum tipo de imprevisto!
Mas infelizmente o artista não colaborou, fez de tudo para atrasar porque ele não queria a apresentação das bandas nacionais, quem estava no local viu tudo o que aconteceu, só resta o nosso pedido de desculpas para as bandas Skalyface e Opus V, infelizmente algumas situações fogem das nossas mãos.
Também garantimos que esse foi nosso último trabalho com o artista, muito estresse, descaso e não precisamos disso.
Pelo menos o show valeu a pena.”
Skalyface e Opus V também se manifestaram por meio das redes. A primeira banda declarou:
“Infelizmente as bandas de abertura foram impedidas de se apresentar por motivos que todos sabemos o porquê, mas com toda certeza não por culpa nossas, cumprimos o combinado na chegada e teríamos cumprido até o final sem prejudicar a estrela da noite… mas os motivos de isso não acontecer nos parecem bastante óbvio…
Agradecemos a Dark Dimensions pela oportunidade de fazer parte deste evento, a nossa amiga e grande musicista Karina Menascé que faria uma belíssima participação conosco, agradecemos aos nossos parceiros da Opus V que em matéria de competência não deixam nada a desejar e que junto de nós faríamos o tapete vermelho pra grande atração da noite sem tirar um pingo de brilho dela, e agradecemos PRINCIPALMENTE a todos os que chegaram cedo e que com certeza estavam lá para curtir cada momento dessa grande festa numa atípica segunda-feira.”
Já o Opus V publicou a seguinte nota:
“Por motivos de força maior e situações que não estão em nosso controle a Opus V não se apresentará na abertura do show do Yngwie Malmsteen hoje (24/10)
Lamentamos imensamente o ocorrido e contamos com a compreensão de todos. Nos vemos em breve num próximo show!”
Na seção de comentários da postagem, o grupo afirmou que houve “atraso na passagem de som do artista principal”.
Declarações ao site
Em entrevista ao site IgorMiranda.com.br, conduzida pelo repórter Vagner Mastropaulo (que acompanhou a apresentação em São Paulo), o vocalista da Skalyface, Marlon Bueno ofereceu o seu ponto de vista sobre o ocorrido.
“O combinado era as bandas estarem na casa às 16h30 para se ambientarem e já irem adiantando o que fosse possível em relação ao equipamento próprio da banda, pois já é de praxe. Só que, ao chegar, fomos surpreendidos por não poder acessar o local e, mais ainda, ao ver que inclusive funcionários do bar, segurança, limpeza, caixa, portaria e inclusive o contratante foram proibidos de permanecer em qualquer ambiente do interior do Carioca enquanto o Malmsteen estivesse passando o som.”
Em seguida, o cantor declarou:
“Já imaginávamos que não seria tranquilo, mas a surpresa foi o passar do horário até o momento em que simplesmente não era mais possível subir e montar nossos equipamentos. Dava pra ouvir da rua que ele ainda estava fazendo sua passagem de som, que durou mais de três horas. Para nós, foi simplesmente decepcionante ver que um cara que revolucionou o mundo da guitarra é uma pessoa tão egoísta e m#rda.”
Dio Lima, tecladista da Opus V, também se manifestou ao site. Ele afirma:
“Chegamos no horário, nossa equipe estava com todo o equipamento montado do lado do palco esperando o Malmsteen terminar a passagem para subirmos. Então ele colocou uma cláusula para iniciar o show: teria que ter o intervalo de uma hora entre as bandas de abertura e o show dele. Obviamente não havia mais tempo para as duas bandas tocarem e aí decidimos: se não tocam as duas, não toca nenhuma. E fomos embora.”
Yngwie Malmsteen na América do Sul
A apresentação de Yngwie Malmsteen, parte da turnê que promove o álbum “Parabellum”, foi acompanhada pelo repórter Vagner Mastropaulo e pelo fotógrafo Gustavo Diakov. Apesar do atraso citado pela Opus V para dar início à passagem de som, o músico subiu ao palco apenas três minutos após o horário anunciado para o show em si. A resenha completa e os registros fotográficos da performance podem ser conferidos clicando aqui.
A turnê pela América do Sul, que contemplou o Brasil, foi iniciada com show em Buenos Aires, Argentina, na última quarta-feira (19). O guitarrista também se apresentou em duas noites (sexta-feira 21 e sábado 22) em Santiago, no Chile. O compromisso final é em Assunção, no Paraguai, nesta quarta (26).
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