A apresentação do Iron Maiden em Zagreb, Croácia, reservou mais surpresas aos fãs do que a inclusão de músicos do álbum “Senjutsu” no setlist da Legacy of the Beast Tour. O momento mais marcante daquele domingo, 22 de maio, ocorreu nos bastidores. Morando na cidade desde o início do ano por conta de tratamentos para seus problemas de saúde, Paul Di’Anno protagonizou um reencontro com o baixista Steve Harris e o empresário Rod Smallwood.
Em entrevista ao The Metal Voice (transcrita pelo Blabbermouth), o cantor falou mais sobre o momento.
“O fim de semana passado foi absolutamente incrível. Steve e eu trocamos mensagens sobre futebol no passado (nota do redator: além de corintiano honorário no Brasil, Paul torce para o West Ham, assim como Steve), mas na verdade não nos víamos cara a cara há muito tempo. Primeiro reencontrei sua irmã, Linda, que também não via há cerca de 30 anos. Agora estar com Steve foi incrível, assim como Rod. Ganhei meu ano inteiro. Foi fantástico. Foi muito incrível.”
A última vez que Di’Anno havia visto o empresário foi no Rock in Rio 2013. À época, o cantor subiu ao palco com o Kiara Rocks na mesma noite que foi fechada por sua antiga banda.
“Eu perdi o show do Maiden naquela noite porque fiquei falando com a imprensa e outras coisas. Então, não pude fazer nada para assistir a banda.”
Sem estranheza entre Paul Di’Anno e Steve Harris
Perguntado se foi “estranho” encontrar Steve Harris pela primeira vez em 30 anos, Paul Di’Anno negou.
“Não. Foi ótimo. Eu gostaria de não estar nesse tipo de posição, em uma cadeira de rodas. Mas foi muito emocionante. Se fosse a primeira vez que conversávamos em 30 anos, talvez tivesse sido um pouco mais estranho. Mas, como eu disse, sempre nos falamos sobre futebol e coisas assim. Steve me ligou algumas vezes de sua casa nas Bahamas.
Somos dois caras felizes e sortudos do East End de Londres. Devo um jantar a ele, pois tratou muito bem minha esposa e filho nos Estados Unidos na última turnê do Maiden, quando foram vê-los em Connecticut, em Hartford. Ele realmente cuidou deles, deu-lhes coisas VIP nos bastidores e tudo isso. Foi ótimo. Então, quando eu recuperar minhas pernas, vou levá-lo para jantar.”
Irritação com boatos
Paul ressaltou não ter qualquer problema com ninguém de sua antiga banda, além de elogiar a performance em Zagreb.
“O que me irrita é que todo mundo espalha rumores de que não gostamos um do outro e coisas assim. Eu não tenho nada contra o Iron Maiden. E te digo, o show foi brilhante no domingo, absolutamente incrível.”
Problemas de saúde
Hoje com 64 anos, o frontman dos dois primeiros discos do Iron Maiden foi internado em 2016 para remover um abscesso “do tamanho de uma bola de rugby” em seus pulmões. Também passou por substituição de ambos os joelhos após vários acidentes de motocicleta ao longo da vida. Mas acabou contraindo sepse, infecção ocasionada por bactéria que não se resolve com antibiótico.
O pub inglês Cart & Horses, onde o Maiden realizou shows no início da carreira, criou uma vaquinha online arrecadando aproximadamente 13 mil libras (cerca de R$ 95 mil) para a operação. O valor atingiu 50% da meta estipulada.
Com isso, vários fãs em todo o planeta se mobilizaram. Entre os projetos envolvendo brasileiros, destacam-se:
- uma live feita pela Children of the Beast;
- uma página de financiamento coletivo do Manifesto Bar, de São Paulo, para ajudar nas despesas da cirurgia;
- uma sequência de shows promovida por Leo Lee Rock, vocalista brasileiro que mora nos Estados Unidos, com bilheteria e leilões de itens colecionáveis do Maiden em prol de Di’Anno.
Além da Donzela de Ferro, Paul teve as bandas Di’Anno, Killers e Battlezone. Também se envolveu em projetos com o Praying Mantis e Architects of Chaoz. Nas últimas décadas se apresentou com dezenas de grupos executando repertório de sua fase mais gloriosa.
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Deu até vontade de ouvir o primeiro disco do Maiden!!!! valeu!!!!