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The Hellacopters mostra em “Eyes of Oblivion” que, ainda bem, o tempo não passou

Sétimo álbum de estudio da banda sueca é o primeiro em 14 anos e preserva sonoridade enérgica dos trabalhos mais clássicos

A espera acabou. O The Hellacopters acaba de lançar o álbum “Eyes of Oblivion”, seu primeiro trabalho de estúdio em 14 anos. O disco chega por meio da gravadora Nuclear Blast, com edição nacional em CD pela Shinigami Records.

Liderado pelo vocalista, guitarrista e compositor principal Nicke Andersson, o grupo sueco de hard/garage rock passou os anos de 2008 e 2016 sem atividade. A reunião, que trouxe o guitarrista original Dregen (Backyard Babies) no lugar de Robert Dahlqvist (que morreria em 2017), se resumia apenas a turnês até então.

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Também pudera: faltava tempo para Andersson, que seguiu ocupado com o Imperial State Electric, formado após o fim de sua banda principal, e o Lucifer, grupo onde toca bateria ao lado da esposa, a cantora Johanna Sadonis. Os fãs não ficaram sem o multi-instrumentista, também notório por ter integrado o Entombed e vários outros projetos, mas a sonoridade peculiar do The Hellacopters não foi reproduzida em suas iniciativas posteriores. Sequer houve tentativa de sua parte.

Isso ocorre porque, claro, a pegada também depende de seus outros integrantes. A bateria típica de Matz Robert Eriksson, quase sempre acompanhada de outros elementos percussivos como meia-lua, e as teclas de Anderson Lindström estão diretamente associadas a tal característica sonora. Dregen, embora tenha a mão mais “pesada” que Dahlqvist, apresenta boa química com Nicke, enquanto o baixista Dolf DeBorst, desde 2018 ocupando a vaga que foi de Kenny Håkansson dos primórdios até o hiato, cumpre seu papel com discrição.

Todos esses elementos são notados em “Eyes of Oblivion”, um álbum que faz jus ao legado do The Hellacopters. Mais que isso, pois vai além da proposta de mero revival com repertório menos inspirado: serve como um bom cartão de visitas ao trabalho dessa banda que certamente merecia ser mais conhecida.

Como todo o disco é regular, sem pontos baixos, fica difícil pincelar destaques. Até pela curta duração (10 faixas e 34 minutos), ouve-se do início ao fim com facilidade. Ainda assim, há canções que valem menções particulares, como a bela balada retrô “So Sorry I Could Die”; a faixa-título, que parece ter saído direto do clássico álbum “High Visibility” (2000); a intensa “Try Me Tonight”; e a melodicamente agradável “Tim Foil Soldier”.

Se você já conhece o The Hellacopters, não espere grandes mudanças em “Eyes of Oblivion”. Apesar das mudanças serem mínimas – acomodando no máximo algumas composições que remetem ao Imperial State Electric -, ainda é aquele bom e velho som que consagrou os caras, como se o tempo não tivesse passado. Se não conhece, até dá para começar ouvindo os discos mais famosos, mas nem precisaria ir tão longe: esse novo trabalho definitivamente não fica atrás deles.

Ouça “Eyes of Oblivion” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.

O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!

The Hellacopters – “Eyes of Oblivion”

  1. Reap a Hurricane
  2. Can it Wait
  3. So Sorry I Could Die
  4. Eyes of Oblivion
  5. A Plow and a Doctor
  6. Positively Not Knowing
  7. Tin Foil Soldier
  8. Beguiled
  9. The Pressure’s On
  10. Try Me Tonight

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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