A relação entre games e música cresceu com o passar das décadas e evolução dos jogos. Especialmente após as mídias de CD tomarem conta do mercado que era dos cartuchos, permitindo que a qualidade sonora possibilitasse experiências mais fiéis nos formatos caseiros.
Franquias como “Guitar Hero” e “Rock Band” não apenas apresentaram sons do passado a novas gerações como ajudaram a oferecer novas possibilidades a artistas contemporâneos – alguém consegue imaginar a carreira do Dragonforce tomando a proporção que assumiu sem os jogos?
Porém, essa história é bem mais antiga do que pode parecer em um primeiro momento. E o pioneiro foi o Journey, em parceria com a produtora californiana Data Age.
Lançado em 1982, o game “Journey Escape” tinha sua temática baseada no álbum homônimo da banda, divulgado no ano anterior. Com músicas como “Don’t Stop Believin’” e “Open Arms”, o disco foi o mais bem-sucedido de toda a carreira do grupo, chegando ao topo da Billboard 200 e vendendo cerca de 12 milhões de cópias em todo o mundo.
O game “Journey Escape”
Disponibilizado para o Atari 2600, console mais popular da época, “Journey Escape” era descrito da seguinte forma no manual:
“Você está na estrada com o Journey, um dos grupos de rock mais quentes do mundo. Uma performance espetacular acaba de terminar. Agora cabe a você guiar cada membro da banda, passando por hordas de fãs apaixonados, fotógrafos sorrateiros e promotores de olhos arregalados até a segurança do veículo Journey Escape a tempo de fazer o próximo show. Seu poderoso gerente e roadies leais estão lá para ajudar, mas a fuga depende de você!”
Obviamente, dadas as limitações técnicas, a aventura ficava muito mais por conta da cabeça do jogador do que pelo que aparecia na tela. Os gráficos e sons rudimentares não colaboravam com o clima.
Havia até um trecho de “Don’t Stop Believin’”, que se tornaria o maior clássico da carreira do quinteto. Porém, um ouvinte menos atento sequer conseguiria identificar.
Confira abaixo um gameplay. Repare nas letras no canto superior direito da tela, representando cada músico (pela ordem: o baterista Steve Smith, o tecladista Jonathan Cain, o baixista Ross Valory, o guitarrista Neal Schon e o vocalista Steve Perry).
Nos arcades
No ano seguinte, um novo game da banda seria lançado para os arcades (os populares fliperamas no Brasil), desta vez usando seu nome. Com a maior potência das máquinas, a Midway – posteriormente consagrada por jogos como Mortal Kombat e NBA Jam – pôde realizar um trabalho mais detalhado, chegando a até mesmo digitalizar fotos dos membros do grupo. A imagem da tela inicial já era baseada em “Frontiers”, disco seguinte.
Não podemos classificar os jogos como grandes sucessos ou de alguma relevância real para a história dos videogames. De qualquer modo, com esses dois projetos, fica impossível não conceder ao Journey o mérito do pioneirismo na relação entre as duas indústrias, que só ganharia mais força com o passar do tempo.
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