O MRC Data, órgão que monitora os números da indústria musical nos Estados Unidos, apontou um crescimento no consumo das obras de Neil Young e Joni Mitchell em âmbito online na semana entre 27 de janeiro e 3 de fevereiro.
O músico encabeçou uma campanha contra o Spotify que foi acompanhada pela cantora. Os dois determinaram as retiradas de suas músicas da plataforma em protesto pela livre disseminação de notícias falsas sobre a pandemia. O principal alvo é o podcast The Joe Rogan Experience, produto exclusivo do serviço de streaming.
Conforme apontado pela Rolling Stone, Young viu um aumento de 4% em seus números de streaming sob demanda, além de volumoso crescimento de 80% nas vendas de álbuns. No período logo após a saída de Neil do Spotify, a Apple Music lançou uma nova campanha de marketing promovendo a disponibilidade de seu extenso catálogo.
Joni Mitchell, primeira grande artista a seguir o exemplo de Young, viu um salto ainda maior em seus números de streaming sob demanda, que subiram de 2,3 milhões para pouco mais de 3 milhões, representando 32% a mais. O resultado também se refletiu nas vendas de discos e faixas digitais avulsas, o primeiro saltando de 1.274 para 2.878 (125% a mais) e o segundo de 1.205 para 3.540 (avanço de 193%).
Outros músicos se juntaram à causa, como Nils Lofgren, India.Arie e a banda Failure, além dos colegas de Neil no Crosby, Stills, Nash & Young.
Críticas ao Spotify
No fim do ano passado, 270 médicos, cientistas e especialistas na área da saúde assinaram carta aberta pedindo ao Spotify que o podcast The Joe Rogan Experience fosse excluído das playlists devido às “teorias da conspiração infundadas” do apresentador e “o histórico de transmissão de desinformação”.
Fundador da plataforma, o CEO Daniel Ek prometeu intensificar o combate a fake news, além de implantar avisos sobre os conteúdos veiculados. Por sua vez, Joe Rogan declarou que faria “o melhor para equilibrar a situação no futuro, além de pesquisar mais sobre os assuntos em pauta”.