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Tony Martin quebra o silêncio com “Thorns”, seu melhor disco solo

Terceiro álbum fora de bandas traz o melhor do ex-vocalista do Black Sabbath, da sonoridade típica do passado aos momentos de ousadia

A maneira como Tony Martin é visto pelos fãs do Black Sabbath mudou muito com o passar dos anos.

Quando estava na banda, o vocalista era o elefante na sala, o maior empecilho para as sonhadas reuniões, fossem com Ozzy Osbourne ou Ronnie James Dio. Porém, quando o caminho ficou aberto e o frenesi causado pelos reencontros passou, as pessoas passaram a dar maior valor para o cantor que ajudou a segurar a onda nos piores momentos.

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Pessoalmente, entendo que as duas posições são deveras exageradas. Mas fã é passional mesmo, não dá para esperar reações frias e realistas.

O fato é que Tony deixou bons discos com seu xará Iommi e quem mais estivesse na formação. Ao mesmo tempo, não dá para equipará-los aos melhores momentos de uma banda que revolucionou um estilo e criou todo um novo gênero que se tornou um dos mais populares de todos os tempos.

Dito isso, é perfeitamente possível e até mesmo necessário apreciar o que Martin fez fora do grupo que o tornou conhecido. A frequência não é das mais constantes, mas quase sempre há algo que faz a audição valer a pena.

“Thorns”, seu terceiro disco solo, não é exceção. A base sonora identifica o cantor com seu passado. Porém, também há espaço para sonoridades que não se encaixariam na proposta, com algumas influências de um hard rock mais melódico. Um exemplo é “Passion Killer”, que poderia facilmente ter entrado em algum disco do auge comercial do Whitesnake – aliás, lembremos que Tony também foi frontman do M3, projeto sucessor do The Company of Snakes, que reunia antigos instrumentistas do grupo de David Coverdale.

Mas é claro que o principal aqui é o heavy metal cavernoso, com pegada blueseira sombria e letras que transitam entre o infantil e o terror. A trinca de abertura, com o single “As the World Burns”, “Black Widow Angel” e “Book of Shadows”, irá arrancar lágrimas de saudosistas mais emotivos.

Ainda há espaço para sonoridades acústicas, como em “Crying Wolf” e “This Is Your Damnation”, que pode até soar deslocada, mas não deixa de ser um destaque. Assim como a faixa-título, que encerra o tracklist e conta com a participação de Pamela Moore, a eterna Sister Mary de “Operation: Mindcrime”, do Queensrÿche.

A banda de apoio traz como principal compositor o guitarrista Scott McClellan, conhecido na cena americana de southern metal, além de tocar em um tributo ao Pantera chamado Cemetery Gatez. Os outros nomes são músicos experientes, como os baixistas Greg Smith (ex-Rainbow, Alice Cooper e Blue Öyster Cult, entre tantos outros) e Magnus Rosen (Shadowside, ex-Hammerfall), além do baterista Danny Needham (Venom).

Mesmo sendo lançado recém em 14 de janeiro, é plausível imaginar que “Thorns” irá figurar nas listas de melhores álbuns de 2022 dos maníacos pelo Sabbath e de saudosistas em grande escala. Com méritos, afinal Tony Martin soube oferecer o seu melhor e ainda se permitiu ousar com belos resultados em vários momentos. Vale a conferida e a oportunidade de se despir de alguns conceitos prévios em relação ao vocalista.

“Thorns” é um lançamento da Dark Star Records / Battlegod Productions e está saindo em CD no Brasil via Hellion Records. Ouça a seguir, via Spotify.

O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!

Tony Martin – “Thorns”

  1. As The World Burns
  2. Black Widow Angel
  3. Book Of Shadows
  4. Crying Wolf
  5. Damned By You
  6. No Shame At All
  7. No Where To Fly
  8. Passion Killer
  9. Run Like The Devil
  10. This Is Your Damnation
  11. Thorns

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

3 COMENTÁRIOS

  1. Tudo que tem ligação com o Black Sabbath eu amo, com o Tony não seria diferente, mas esse álbum Thorns superou todas as barreiras, é extraordinário, magnifico! fico super feliz que o Tony esta na ativa com um material exemplar.

  2. Que disco bom!!!!!!!!!
    Superintendente!!!!!
    Com belos arranjos e nada previsível!!!
    Parabéns Tony Martin e banda!!!!
    Muito obrigado pela excelente crítica.

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