Uma das maiores críticas de muitos fãs do Queen em relação a “Bohemian Rhapsody” foi a presença de erros cronológicos em várias passagens do filme.
Para ficar em uma que nos diz respeito, as apresentações da banda no Brasil, ocorridas em 1981 e 1985, são realocadas nos anos 1970. O Rio de Janeiro, que recebeu a segunda passagem, é retratado por algo que ocorreu pela primeira vez em São Paulo – a plateia entoando “Love of My Life” – como se fosse tudo a mesma coisa.
Em entrevista à Classic Rock, o baterista Roger Taylor defendeu a maneira como a obra foi editada.
“O importante é que isso não ficcionalizou a história real. Sim, é verdade que mexeu com a linha do tempo. Mas quando você está fazendo um filme que tem aproximadamente cem minutos de duração, pode ser necessário para fazê-lo funcionar. Essa é a prioridade número um.
Mesmo alguns documentários não seguem a ordem cronológica absoluta. Fatos são espremidos, ajustados e alterados para serem eficazes. No fim das contas, o que interessa é que ficou um filme f*da.”
As adaptações feitas no roteiro, tanto em termos de linha temporal quanto de “domesticação da imagem de Freddie Mercury” tiraram o ator Sacha Baron Cohen do papel principal. Na mesma entrevista, Roger não mostrou qualquer remorso com a mudança.
“Acho que o filme teria ficado uma m*rda total com Sacha, que é uma pessoa agressiva e difícil de lidar. Além disso, vi seus últimos filmes e cheguei à conclusão que não se trata de um grande ator. Como comediante sim, é subversivo e brilhante.”
O sucesso de Bohemian Rhapsody
“Bohemian Rhapsody” ganhou quatro Oscars, incluindo o de melhor ator para Rami Malek, que assumiu o papel que seria de Sacha. Ele também foi premiado na mesma categoria pelo Globo de Ouro, Bafta e Screen Actors Guild.
Orçada em US$ 52 milhões, a obra já faturou quase US$ 1 bilhão desde o lançamento.