O 4 Non Blondes teve uma vida curta, com apenas um álbum de estúdio lançado: “Bigger, Better, Faster, More!”, de 1992. A banda se separou apenas 2 anos depois, mas fez bastante sucesso enquanto esteve na ativa – muito devido ao single “What’s Up”, um hit de histórico relativamente improvável.
O problema de “What’s Up” é o mesmo que permeia todo o álbum de estreia do 4 Non Blondes na opinião da vocalista e guitarrista Linda Perry: soa pop demais. A artista, que repudia a forma como o hit foi retratado no disco, fez fama nos anos seguintes compondo para artistas como Christina Aguilera, Gwen Stefani, P!nk, Adele, Alicia Keys, James Blunt e vários outros.
De fato, o álbum do 4 Non Blondes foi marcado por uma guerra entre Linda e o produtor David Tickle, que seria o responsável por tornar o som mais “pasteurizado”. Isso fica bastante evidente em “What’s Up”, cujo título, curiosamente, não aparece na letra: a canção se chamaria “What’s going on?”, principal frase do refrão, mas o grupo teve receio de que rolasse alguma confusão com o hit de mesmo nome de Marvin Gaye, lançado em 1971.
Linda Perry produziu “What’s Up”?
Ao longo dos anos, Linda Perry sempre defendeu que a versão demo de “What’s Up” era superior à que acabou em “Bigger, Better, Faster, More!”. Por outro lado, em entrevista para a revista TapeOp, a cantora afirmou que a gravação disponibilizada no álbum foi produzida por ela, e não por David Tickle.
“O produtor não tinha a menor noção do que era a música. Fui à gravadora e disse: ‘essa música é ruim, não é a música que compus’. Peguei a banda durante um intervalo e fomos até o (estúdio) Record Plant. Comecei a mexer nela.
Estava no meio dos vocais quando David Tickle apareceu. Fiquei incomodada… já tínhamos feito a porcaria da música. Terminamos o vocal e mixamos naquela noite… essa foi a versão que estourou no mundo inteiro. Já contei essa história o suficiente para que as pessoas saibam que David Tickle não produziu a música. Fui eu.”
O estouro do 4 Non Blondes
De fato, “What’s Up” bombou no mundo inteiro, trazendo consigo o álbum de estreia do 4 Non Blondes, também campeão de vendas. A banda, vale destacar, também contava com Shauna Hall na guitarra (substituída na gravação por Roger Rocha), Christa Hillhouse no baixo e Dawn Richardson na bateria.
Todavia, a música nunca foi uma unanimidade. Enquanto alguns gostavam da simplicidade da canção, outros, como a jornalista Tara Dublin, do Huffington Post, a classificaram com “a pior música dos anos 1990”.
Curiosamente, a própria Linda Perry parece concordar com a maior parte das críticas negativas. Em entrevista à Rolling Stone, ela contou o que realmente acha da música e do 4 Non Blondes, no geral, e explicou por que não toca “What’s Up” com seu novo projeto, Deep Dark Robot.
“Eu não deveria estar dizendo isso e meu assessor me disse ‘por favor, não diga isso’ – mas eu realmente não era uma grande fã da minha banda. Não gostei nada do disco. ‘Drifting’ era a única música que eu amava.
Eu amava ‘What’s Up’, mas odiava a produção. Quando ouvi nosso disco pela primeira vez, eu chorei. Não soava como eu. Me tornou beligerante e uma verdadeira idiota. Eu queria dizer: ‘nós somos a p**ra de uma banda legal e bad-ass, não somos essa porcaria fofinha e polida que vocês estão ouvindo’. Foi realmente difícil.”
Goste ou não, “What’s Up” foi um grande sucesso, alcançando o primeiro lugar nas paradas de vários países da Europa, além de bom desempenho na Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e Canadá. O álbum “Bigger, Better, Faster, More!” vendeu 6 milhões de cópias em todo o mundo, com 1,5 milhão só nos EUA.
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Pelo contrário, Whta´s up teve sucesso instantâneo, mas o single Spaceman teve sucesso mais longo, inclusive mais em alguns países que a própria What´s up.
Em quais países? E como foi mensurado esse sucesso mais longo? Porque os números oficiais indicam o oposto disso.