Spencer Elden, o bebê que aparece na capa do álbum “Nevermind” (1991), do Nirvana, cresceu e, agora, está em busca de seus direitos.
O homem, hoje com 30 anos de idade, moveu um processo contra os integrantes remanescentes do Nirvana, o espólio do falecido Kurt Cobain, o fotógrafo Kirk Weddle e gravadoras envolvidas com o lançamento do disco.
A alegação feita por Elden é de que eles teriam praticado “pornografia infantil”, desrespeitando leis federais dos Estados Unidos, com a capa de “Nevermind”. São, ao todo, 17 partes acusadas – pede-se indenização de US$ 150 mil (cerca de R$ 787 mil) de cada uma delas no processo, além de um julgamento por júri e proibição das “práticas ilegais” por parte dos envolvidos.
A acusação
A ação foi movida na justiça americana através do escritório de advocacia Marsh Law Firm PLLC e apresentada ao tribunal de Los Angeles. Nela, Spencer Elden alega que foi exposto à “exploração sexual comercial sofrida ainda como menor de idade”.
A acusação completa:
“Os réus conscientemente produziram, tiveram posse e promoveram pornografia infantil comercialmente, retratando Spencer, e eles sabidamente receberam valor em troca de fazê-lo. Apesar disso, os réus não tomaram medidas razoáveis para proteger Spencer e evitar a disseminação de sua exploração sexual e tráfico de imagens.”
Os pais de Spencer Elden, segundo ele, nunca assinaram nenhum contrato que autorizasse a divulgação das fotos. Eles teriam recebido apenas US$ 200 pelas imagens. Afirma-se que os integrantes do Nirvana prometeram cobrir as genitais do bebê, o que não ocorreu.
Até o momento, nenhuma parte relacionada ao processo se manifestou oficialmente.
Nirvana, “Nevermind” e Spencer Elden
Lançado em setembro de 1991, “Nevermind” é o álbum de maior sucesso da carreira do Nirvana e um dos discos mais vendidos da história da indústria fonográfica. Mais de 30 milhões de cópias do trabalho foram comercializadas mundialmente, no embalo de hits como “Smells Like Teen Spirit”, “Come as You Are”, “Lithium” e “In Bloom”.
Em entrevistas, Spencer Elden já havia revelado certo incômodo por ter aparecido na capa do álbum. À revista Time, em 2016, ele declarou:
“É uma viagem. Todos os envolvidos no álbum ganharam muito, muito dinheiro. Sinto como se eu fosse o último a ser lembrado do grunge. Moro com minha mãe e dirijo um Honda Civic. É difícil não se chatear quando você se lembra da quantidade de dinheiro envolvida. Vou a um jogo de beisebol e penso: ‘todos aqui provavelmente viram meu pequeno pênis de bebê’. Sinto que uma parte dos meus direitos humanos foi revogada.”