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Plebe Rude lança a música “68” para celebrar seus 40 anos de carreira

Banda influente no rock brasileiro foi formada precisamente no dia 7 de julho de 1981

No dia 7 de julho de 1981, era formada a Plebe Rude, que se tornou uma das principais bandas de rock do Brasil. Quarenta anos depois, o grupo lançou nas plataformas digitais a música “68”, primeiro single de seu próximo álbum, “Evolução – Vol. II”.

A faixa, produzida pelo vocalista Philippe Seabra, faz parte do projeto “Evolução”, que teve seu primeiro volume lançado em 2019. O trabalho narra em um total de 28 canções, a trajetória do ser humano na Terra através de uma ampla análise do homem, do seu desenvolvimento e de sua vivência em sociedade.

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Assista ao lyric video de “68” a seguir:

Sobre “68”

O baixista André X conta que “68” foi escolhida para apresentar o álbum “Evolução – Vol. II” por discorrer sobre um tema ainda relevante.

“É sobre um ano marcante do século XX, no qual, em várias localizações do globo, protestos contra o status quo se levantaram, com consequências explosivas.”

André X diz que a banda foi atraída pelo fato de que muitos dos levantes foram comandados ou tiveram a participação de jovens.

“Além de todas as consequências políticas e sociais, os protestos trouxeram a juventude para a cena global, como protagonistas. Após 1968, minorias e excluídos também passaram a ter voz e serem representados. Foi um ano anti-repressão, que procurou mudar a sociedade, tornando-a mais inclusiva, tolerante e livre. Apanharam muito, mas não cederam.”

Seabra também aponta a importância do ano específico escolhido pela Plebe como tema da nova canção.

“68 foi um ano de muitas lutas, desde os protestos contra a guerra do Vietnã, dos direitos civis e a primavera de Praga. O assassinato do Martin Luther King talvez tenha sido o fato mais marcante. Mas foi como o ano terminou que marcou 68 e deu significado e esperança para tudo o que aconteceu. O Apollo 8 em dezembro circundou a Lua pela primeira vez e foi ali que vimos toda a fragilidade da Terra através da famosa imagem ‘earthrise’. Um ano tão difícil foi encerrado com a raça humana se vendo na vastidão do espaço. Quem sabe aprenderia a deixar de lado as diferenças e cuidar daquele pontinho no céu.”

Apesar da Plebe Rude se debruçar em um tema do passado com a faixa single de “Evolução – Vol. II”, o baixista conclui que o momento atual está presente em todas as músicas do projeto “Evolução”.

“Me pego ouvindo o disco e pensando: essa música é sobre algo que aconteceu na história tempos atrás, mas parece que estamos cantando sobre hoje. Com a nova onda conservadora se consolidando, é importante o exemplo histórico de que lutar é possível.”

O vocalista concorda:

“A letra é assustadoramente atual. Esse momento esdrúxulo que estamos passando pediu um comentário social que ninguém está abordando.”

Sobre “Evolução – Vol. II”, novo álbum da Plebe Rude

O álbum “Evolução – Vol. II” foi finalizado antes do início da pandemia de Covid-19. No entanto, Seabra revela que a faixa ainda inédita, “A Hora de Parar”, teve uma atualização para abarcar o tema.

“A trajetória do homem, tristemente previsível, nos fez não ter que atualizar mais nada. O ‘Volume 2’ começa na revolução industrial e segue a história desse curioso rebanho que tende à autodestruição. Mas durante o caminho quem sabe aprenda alguma coisa para reverter esse futuro sombrio.”

Letra de “68”

(Música e letra: Philippe Seabra / André X)

“Ergam os punhos pros direitos civis
Do gramado em frente à Casa Branca as ruas de Paris

No Vietnã a caça a Ho Ching Minh
E na América o assassinato do Martin Luther King

68 acabou entrando para a história

Eu sou realista, sim
E quero o impossível para mim

A Primavera de Praga acendeu
Uma chama de esperança pelo leste europeu

No Araguaia a mobilização
Enquanto o AI-5 trucidava a constituição

68 acabou entrando para a história

Eu sou realista, sim
E quero o impossível para mim
Esquentem a guerra fria e saibam sim que é proibido proibir

Dezembro de 68 partiu em missão
O Apollo 8 com a humanidade na tripulação

Circundou a lua e vimos pela primeira vez
A aurora de um planeta e toda sua insensatez

O nascer da terra pra lembrar do que já esquecemos

A lua que iluminava a selva do Vietnã
A mesma luz que o Mandela via da prisão
Que refletia na sepultura do Martin Luther King
A luz que a força bruta não consegue extinguir

68 acabou entrando para a história

Eu sou realista, sim
E quero o impossível para mim
Esquentem a Guerra Fria e saiba, sim que é proibido proibir”

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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