Korn lança o obscuro e pesado álbum The Nothing; ouça e confira opinião

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O Korn lançou, nesta sexta-feira (13), o 13° álbum de sua carreira. O disco, intitulado ‘The Nothing’, chega por meio da Roadrunner/Elektra.

Em um comunicado de tom introspectivo, o vocalista Jonathan Davis falou sobre ‘The Nothing’. “No fundo, dentro de nossa Terra, vive uma força extraordinária. Poucos estão cientes da magnitude e significância desse lugar, onde bem/mal, escuridão/luz, felicidade/tormento, perda/ganho e esperança/desespero existem como um só – nos puxando em todo momento de nossas vidas”, disse, em trecho do texto.

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Após citar uma “presença” que os rodeia a cada respiração, “como se estivéssemos sendo observados”, Jonathan Davis afirma: “É o lugar onde energias negras e brancas se ligam às nossas almas e moldam nossas emoções, escolhas, perspectivas e existência. Há um reino miraculoso e pequeno dentro desse vórtice e é o único lugar onde o equilíbrio entre essas forças dinâmicas e polarizadoras existem – onde a alma encontra seu refúgio. Bem-vindo a… O Nada (‘The Nothing’)”.

Apesar do comunicado nebuloso, Jonathan Davis dá a entender que o novo álbum do Korn terá uma pegada bem obscura. As composições podem ter influência do momento pessoal que o cantor vive atualmente – sua ex-esposa, Deven Davis, faleceu em 17 de agosto de 2018, aos 39 anos, devido ao uso combinado de cinco drogas: cocaína, heroína e remédios para ansiedade, dor neurogênica e depressão.

Em carta divulgada dias após a morte de Deven, Jonathan Davis fez um alerta sobre doenças mentais. “Na última década, minha esposa esteve muito muito doente. Ela tinha uma doença mental séria e o vício era seu efeito colateral. Eu a amava com TODO o meu coração. Quando ela era ela mesma, ela era uma esposa, mãe e amiga incrível. Deven tinha um grande coração e nunca machucaria seus filhos ou qualquer um que amasse. Ela era uma pessoa incrivelmente formidável, altruísta, amável e hilária. Ela era cheia de vida e de alegria, e faria qualquer coisa para compartilhar isso com as pessoas à sua volta”, disse, na ocasião.

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Ouça ‘The Nothing’ no player a seguir, via Spotify, e confira opinião abaixo:

The Nothing, do Korn, é obscuro e (muito) pesado

Logo na primeira audição de ‘The Nothing’, dá para perceber que todo o contexto pessoal de Jonathan Davis nos parágrafos anteriores parecem ter influenciado no caminho que o álbum segue. O Korn, aliás, é conhecido justamente por fazer músicas que expõem sentimentos mais obscuros. A banda não só lida com esses temas nas letras com certa naturalidade, como, também, consegue traduzir tudo isso em melodia.

Dessa forma, ‘The Nothing’ soa, no mínimo, bastante honesto. Contudo, os adjetivos “obscuro” e “pesado” são os que melhor se encaixam para definir o disco.

Seria injusto dizer que todo o álbum foi motivado pela perda recente de Jonathan Davis. Sabe-se que o conceito geral veio do filme ‘A História Sem Fim’ (‘The NeverEnding Story’), épico de 1984 baseado em um romance de mesmo nome. O longa retrata a história de um garoto que usa a imaginação para fugir de situações que o chateiam na vida real, como os problemas na escola e o falecimento de sua mãe. Um dia, ele é transportado para um mundo de fantasia e visualiza tudo aquilo que lê em um livro.

No fim das contas, ter um conceito básico por trás e um fato da vida real influenciando o tom fez com que ‘The Nothing’ soasse diferenciado. O Korn vive momento de regularidade com seus trabalhos na década – o anterior, ‘The Serenity of Suffering’ (2016), também é muito bom, mas o novo disco trouxe alguns elementos inesperados.

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Músicas como ‘Cold’ e ‘Idiosyncrasy’, por exemplo, trazem Jonathan Davis explorando vocais guturais como nunca antes. ‘Finally Free’, por sua vez, soa acessível ao estilo de faixas do álbum ‘Follow the Leader’ (1998). ‘Can Your Hear Me’, uma das melhores do disco, é tão carregada de melancolia que impressiona. Até a vinheta de introdução ‘The End Begins’ chama atenção, pois em meio à sua condução com gaita de foles e vocalizações, Davis tem um colapso emocional e dispara a chorar – o momento foi mantido na gravação.

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Já outras faixas, claramente, seguem a fórmula típica do Korn: abertura intensa, versos com menos guitarras, refrães explosivos e pontes que exploram mais o peso. Como a banda tem uma sonoridade bem definida, não há mudanças na abordagem dos guitarristas Munky e Head, do baixista Fieldy e do baterista Ray Luzier. Os timbres, em especial, seguem característicos e intocados.

Por soar mais inspirado, ‘The Nothing’ se credencia como um dos melhores álbuns do Korn, talvez, de toda a discografia – que é marcada por momentos irregulares na década passada. É uma pena que uma tragédia pessoal tenha inspirado parte do trabalho, mas o resultado de tudo isso foi bem traduzido em termos artísticos.

Confira, a seguir, a capa e a tracklist de ‘The Nothing’.

01. The End Begins
02. Cold
03. You’ll Never Find Me
04. The Darkness is Revealing
05. Idiosyncrasy
06. The Seduction Of Indulgence
07. Finally Free
08. Can You Hear Me
09. The Ringmaster
10. Gravity Of Discomfort
11. H@rd3r
12. This Loss
13. Surrender To Failure

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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