O repórter Gustavo Fioratti, da ‘Folha de S. Paulo’, assina uma reportagem que detalha a atual situação vivenciada pelo Garotos Podres. Os integrantes de uma das bandas mais importantes do punk paulista – e brasileiro como um todo – se desentenderam após um show em 2012, em Araraquara (SP). A briga foi acentuada por divergências entre os posicionamentos políticos de seus membros.
Da esquerda para a direita: Mao, Mauro, Sukata e Caverna (Foto: divulgação) |
O show em Araraquara (SP) encerrou o Garotos Podres da forma que o conhecíamos após o baixista Michel Stamatopoulos (o Sukata) e o baterista Leandro Caverna abandonarem o vocalista José Rodrigues Mao Júnior (o Mao) em um hotel da cidade, que fica a 300 km da capital paulista. Desde então, está na justiça o imbróglio relacionado ao uso da marca Garotos Podres – não houve veredicto favorável a qualquer lado até o momento.
Recentemente, Mao retomou o nome Garotos Podres para uso em sua nova banda, que, anteriormente, era conhecida como O Satânico Dr. Mao e os Espiões Secretos. Antes disso, Sukata e Leandro Caverna estavam se apresentando sob a marca Garotos Podres com outro vocalista. Em 2016, a dupla deu fim ao projeto, mas os trabalhos podem ser retomados em 2019.
A briga entre os integrantes do Garotos Podres é acentuada pelos diferentes posicionamentos políticos de dois dos seus integrantes. Mao, que é professor de história com doutorado pela USP e autor do livro “A Revolução Cubana e a Questão Nacional”, tem ideologia orientada à esquerda e acredita que o Brasil esteja vivendo sob ditadura. Sukata, por sua vez, é advogado e candidatou-se a vereador de São Ceatano do Sul pelo PEN, o Patriota, partido de Cabo Daciolo. Religioso, o baixista apoia os ideais de Jair Bolsonaro e é contra a legalização do aborto e a teoria de gênero.
As visões políticas distintas teriam gerado, inclusive, divergências artísticas, já que uma música de Mao intitulada “Repressão policial (instrumento do capital)” teria sido rejeitada pelos outros músicos do Garotos Podres. Apesar disso, Sukata deixou em aberto a vaga para Mao voltar à banda. O cantor, por sua vez, disse que não quer retornar, pois não deseja ter apoiadores de Bolsonaro “nem no círculo de amizade”.
A reportagem completa de Gustavo Fioratti para a ‘Folha de S. Paulo’, com falas dos integrantes dos Garotos Podres e contextualização completa do ocorrido, pode ser conferida clicando aqui.