Há um ano, Chris Cornell nos deixava. O vocalista do Soundgarden e Audioslave cometeu suicídio em 18 de maio de 2017, aos 52 anos.
O corpo de Cornell foi encontrado em um quarto de hotel, em Detroit, Estados Unidos, na madrugada de 18 de maio. Horas antes, ele havia se apresentado com o Soundgarden na cidade.
Embora a ideia de cometer suicídio tenha sido atribuída pelo uso do medicamento antidepressivo Lorazepam, o laudo feito pelo médico legista aponta que o composto químico não influenciou na decisão de Chris Cornell em tirar sua vida. A viúva do músico, Vicky Cornell, contesta a investigação.
– Relatório policial descreve últimas horas e morte de Chris Cornell
É inegável que Chris Cornell nos deixou muito cedo. O músico tinha muita lenha para queimar, seja com o Soundgarden, em carreira solo ou com outros projetos. Cornell sempre se manteve na ativa desde que conseguiu a fama no início da década de 1990. Parecia depender da música para se manter bem e afastar seus demônios internos.
Na data em que a morte de Chris Cornell completa seu 1° ano, a playlist a seguir tem o intuito de celebrar sua obra e seu legado na música. Veja, abaixo, a lista de canções escolhidas e um breve comentário sobre cada uma.
Clique AQUI para acessar a playlist no Spotify. Ou, então, confira pelo player abaixo.
Para a playlist, foram escolhidas as músicas:
– “Hunted Down”, o primeiro single e a música que abre o EP de estreia do Soundgarden, “Screaming Life” (1987);
– “Flower”, a pesada música de abertura do primeiro disco do Soundgarden, “Ultramega OK” (1988) e um dos “marcos zero” do stoner rock;
– “Beyond The Wheel”, também de “Ultramega OK” (1988), que traz a faceta mais Black Sabbath do Soundgarden – com exceção dos vocais, muito mais técnicos que os de Ozzy Osbourne;
– “Hands All Over”, de “Louder Than Love” (1989), que começa a apresentar um pouco mais as características do Soundgarden que o mundo conheceu na década de 1990;
– “Hunger Strike”, gravada com o supergrupo Temple Of The Dog no álbum autointitulado (de 1991), sendo o grande sucesso da banda formada por membros do Soundgarden e Pearl Jam em homenagem ao falecido Andrew Wood (Mother Love Bone);
– “Rusty Cage”, gravada pelo Soundgarden em “Badmotorfinger” (1991), com sua essência experimental aplicada a um formato mais orientado ao hard rock;
– “Outshined”, também de “Badmotorfinger” (1991), que traz todos os elementos necessários para uma boa música do Soundgarden: riffs pesados, baixo e bateria em sintonia, refrão aberto e vocais maravilhosos;
– “Jesus Christ Pose”, outra de “Badmotorfinger” (1991), que é o momento mais heavy metal da carreira do Soundgarden;
– “Black Hole Sun”, de “Superunknown” (1994), o grande hit do Soundgarden em toda a sua trajetória;
– “Fell On Black Days”, também de “Superunknown” (1994), com elementos da evolução pop pela qual o Soundgarden passou aplicadas à sua depravada sonoridade;
– “The Day I Tried To Live”, outra de “Superunknown” (1994), com uma letra autobiográfica que resume o comportamento antissocial de Chris Cornell;
– “Spoonman”, ainda de “Superunknown” (1994), com as colheres mágicas de Artis the Spoonman;
– “Pretty Noose”, gravada pelo Soundgarden em “Down On The Upside” (1996), que soa como uma continuação do que a banda fez em “Superunknown”;
– “Burden In My Hand”, também de “Down On The Upside” (1996), cuja pegada melódica faz Chris Cornell brilhar, epsecialmente no momento acústico;
– “Blow Up The Outside World”, outra de “Down On The Upside” (1996), que é uma legítima semi-balada alternativa;
– “Can’t Change Me”, do álbum solo “Euphoria Morning” (1999), com inclinação um pouco mais forte para o pop/folk rock;
– “Cochise”, gravada com o Audioslave no álbum de estreia (de 2002), que simboliza o renascimento de Chris Cornell e dos dissidentes do Rage Against The Machine (Tom Morello, Tim Commerford e Brad Wilk) para o mainstream;
– “Show Me How To Live”, também do disco de estreia do Audioslave (2002), com uma das melhores performances vocais de Chris Cornell;
– “Like A Stone”, outra do álbum de estreia do Audioslave (2002), que expõe, perfeitamente, o estilo de composição de Cornell aliado ao instrumental do RATM;
– “Be Yourself”, do segundo disco do Audioslave, “Out Of Exile” (2005), que volta a abordar a veia pop rock do quarteto;
– “Doesn’t Remind Me”, também de “Out Of Exile” (2005), que apresenta uma interpretação simplista a uma composição tão classic rock;
– “Revelations”, do terceiro e último álbum do Audioslave, também intitulado “Revelations” (2006), que mostra como seria se Chris Cornell cantasse no Rage Against The Machine;
– “Original Fire”, também de “Revelations”, cuja pegada sedutora lembra os clássicos do garage rock;
– “You Know My Name”, da trilha sonora do filme “007: Casino Royale” (2006), cuja tonalidade épica apresenta um Chris Cornell, já em carreira solo novamente, bem sofisticado;
– “Billie Jean”, cover de Michael Jackson gravado para seu segundo disco solo, “Carry On” (2007), em versão acústica e completamente intimista;
– “Scream”, gravada por Chris Cornell no polêmico disco também intitulado “Scream” (2009), que evidencia o experimentalismo do músico dentro do universo dance/pop;
– “Thank You”, cover de Led Zeppelin gravada para o disco solo ao vivo “Songbook” (2011), que apresenta Chris Cornell diante da banda que mais o influenciou no início de sua carreira musical;
– “Been Away Too Long”, do álbum de retorno do Soundgarden, “King Animal” (2012), que destaca, justamente, a volta de uma das bandas mais importantes da década de 1990;
– “By Crooked Steps”, também de “King Animal” (2012), cuja ousadia rítmica a torna irresistível para os ouvidos;
– “Nearly Forgot My Broken Heart”, do álbum solo “Higher Truth” (2015), de pegada levemente oriental e simplesmente incrível;
– “Before We Disappear”, também de “Higher Truth” (2015), onde os vocais de Chris Cornell são de arrepiar;
– “The Promise”, lançada como single em 2017, sendo uma das últimas gravações – senão a última – de Chris Cornell.