A recente entrevista do cantor Amado Batista concedida ao programa “De Frente com Gabi” chamou a atenção por um tema que foge da arte e se encaminha para questões políticas.
O cantor relembrou o tempo em que foi torturado pelo governo militar, entre o fim dos anos 1960 e início da década de 1970, antes mesmo de começar sua carreira artística. Na época, Amado Batista trabalhava em uma livraria que facilitava o acesso a obras de filosofia, sociologia, política, entre outros. Em função disso, foi preso pelos militares durante investigações para deter pensadores considerados contrários à gestão. As informações foram adiantadas pelo portal Terra.
Sobre a tortura, Amado Batista detalhou que foi agredido fisicamente com choques elétricos e chegaram a colocar uma cobra próximo a ele. “Um dia me soltara todo machucado. Fiquei tão atordoado que pensei em ser mendigo. Queria largar tudo e virar andarilho”, afirmou o cantor.
Apesar disso, Amado Batista disse que mereceu sofreu tortura. “Acho que eu estava errado de estar contra o governo e ter acobertado pessoas que queriam tomar o país à força. Fui torturado, mas merecia”. A entrevistadora Marília Gabriela enfatizou que Batista passou para o lado dos torturadores e o cantor concluiu afirmando que, se nada tivesse sido feito à época, o Brasil teria se transformado em um país semelhante à Cuba.
Há algum tempo, Amado Batista tem recebido uma indenização em função da tortura que sofreu durante o regime militar, oferecida pela Comissão de Direitos Humanos e Lei da Anistia. O cantor revelou que ganha um salário mensal de aproximadamente R$ 1 mil.