Firehouse: 20 anos de “3”

Firehouse: “3”
Lançado em 11 de abril de 1995

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Os dois primeiros álbuns do Firehouse, lançados em 1990 e 1992, tiveram uma ótima repercussão e venderam milhões de cópias pelo mundo. Mas o hard rock perdeu força progressivamente. Não se sabia como um novo disco seria recebido, principalmente na terra natal dos caras: os Estados Unidos.
Como um tiro no escuro, “3” foi lançado em há exatos 20 anos. Sob a tutela do produtor Ron Nevison, o quarteto fez um ótimo trabalho, sem dispensar as origens, mas com um apelo ainda mais indiscreto ao pop rock – vertente que, ainda que de forma tímida, sempre esteve presente no som do grupo.
“Love Is A Dangerous Thing” abre a bolacha com uma levada que oscila entre o hard e o pop. O vocal característico de C.J. Snare dá a tônica. “What’s Wrong” soa um pouco mais noventista, mas sem desviar a essência do conjunto. A seguir, “Somethin’ ‘Bout Your Body” contrasta com a anterior, pelo saudosismo sonoro, com referências ao hard oitentista.
“Trying To Make A Living” começa calma mas cresce com poder e traz um cativante refrão. O single “Here For You” é uma bela balada, com ótima interpretação vocal e grudenta na medida certa. A paulada “Get A Life”, minha predileta do disco, traz peso, boas linhas de guitarra e uma ótima performance de todos os integrantes. “Two Sides” mantém o peso, mas com o charme do disco de estreia da banda.
A balada “No One At All” é digna de trilha sonora de par romântico em novela. “Temptation” retoma a pegada hard e prepara o terreno para o fechamento com “I Live My Life For You”, maior hit da história do Firehouse. Não é para menos: trata-se de uma boa power-ballad com todos os ingredientes que consagrou a fórmula, dos vocais inspirados aos violões bem tocados, além da bonita letra. Garantiu o sucesso do álbum ao atingir a 26ª posição nas paradas de singles norte-americanos e ser tocada em várias rádios de todo o mundo – inclusive no Brasil, que contou com uma passagem do Firehouse para divulgar o álbum até no programa da Xuxa.
“3” soa maduro e acessível sem forçar a barra. Quase pop rock, mas com a pitada Firehouse no meio. No futuro, o Firehouse não conseguiu repetir esse padrão de qualidade e caiu no limbo das bandas esquecidas do hard rock. Se investisse nesse segmento, onde praticamente apenas o Bon Jovi e o Aerosmith se deram bem, poderiam ter se consagrado em trabalhos posteriores.

C.J. Snare (vocal, teclados, baixo adicional)
Bill Leverty (guitarra, violão)
Perry Richardson (baixo)
Michael Foster (bateria)

01. Love Is A Dangerous Thing
02. What’s Wrong
03. Somethin’ ‘Bout Your Body
04. Trying To Make A Living
05. Here For You
06. Get A Life
07. Two Sides
08. No One At All
09. Temptation
10. I Live My Life For You

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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