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Os 30 anos de “Tooth And Nail”, o verdadeiro começo do Dokken

Dokken: “Tooth And Nail”
Lançado em 13 de setembro de 1984

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Gosto de dizer que “Tooth And Nail” é o primeiro disco de verdade do Dokken. O debut “Breaking The Chains”, de 1983, tem muito mais a cara do vocalista, Don Dokken – tanto é que o trabalho foi lançado primeiramente em 1981 sob o nome do cantor ao invés do grupo. É um trabalho mais pasteurizado, com moderação excessiva na fúria das guitarras de George Lynch e na força da cozinha do baterista “Wild” Mick Brown e do baixista Jeff Pilson (este sequer tocou no álbum).
Em “Tooth And Nail”, fica claro que o Dokken funcionou como grupo. A entrada de Jeff Pilson foi decisiva para as composições. Todos os quatro participam da parte autoral, de forma balanceada, sem centralização. Ou seja: fúria na guitarra e força na cozinha. Fora os backing vocals, reforçados pela presença de Pilson, que também canta muito bem. O hard rock da banda começa a flertar um pouco com o heavy metal. Tudo fica melhor a partir daqui – até mesmo a produção, agora assinada pelos experientes Tom Werman (responsável por “Shout At The Devil”, do Mötley Crüe) e Roy Thomas Baker (que trabalhou com o Queen e o Cars).

A curta introdução “Without Warning”, com violão e guitarra, resume o estilo de George Lynch em 94 segundos e alerta para a pedrada que está por vir: a faixa título, com um pé e meio no acelerador, riffs pesados, boa performance de voz e baixo e solo incrível. Uma das melhores canções para se abrir um disco. A radiofônica “Just Got Lucky” tira o fôlego logo na primeira audição. Ganchos melódicos bem trabalhados, refrão poderoso e aparição magistral de Lynch e Don Dokken.
“Heartless Heart”, na sequência, tem como destaque a bateria de “Wild” Mick Brown e os backing vocals. A pesada “Don’t Close Your Eyes” tem um instrumental destruidor, mas uma performance preguiçosa de Don Dokken. Se o cantor soltasse suas cordas vocais nessa faixa, seria um dos melhores momentos do play. Mais cadenciada, “When Heaven Comes Down” tem os arranjos de George Lynch como o elemento mais atrativo. Quase heavy metal.

“Into The Fire” é uma pedrada típica do Dokken, com mistura magistral de elementos do hard rock e do heavy metal. Execução inspirada de George Lynch, backing vocals decisivos, cozinha poderosa e performance única de Don Dokken. A faixa serve como resumo da trajetória da banda nos anos 1980. “Bullets To Spare”, totalmente orientada ao hard, tem uma audição gostosa e trabalha bem com os clichês da época.
“Alone Again” é a única canção do álbum que pode ser propriamente chamada de “balada”, apesar dos momentos de peso. O dedilhado que a permeia é irresistível, assim como a vocalização de Don Dokken. A letra é ótima e o refrão gruda. A conclusão com “Turn On The Action” é um hard n’ heavy acelerado, com a voz de Dokken no momento mais agudo do disco. É o tipo de música que sempre funciona em shows por garantir o headbanging. Ótimo fechamento.

A repercussão foi boa. “Tooth And Nail” começou a dar visibilidade para o Dokken nos Estados Unidos – ironicamente, o grupo de norte-americanos repercutia melhor na Europa. As vendas foram satisfatórias e colocaram os caras no mapa. O que veio depois é história – de uma das maiores bandas do hard rock oitentista.

Don Dokken (vocal)
George Lynch (guitarra, violão)
Jeff Pilson (baixo)
Mick Brown (bateria)

1. Without Warning (Instrumental)
2. Tooth and Nail
3. Just Got Lucky
4. Heartless Heart
5. Don’t Close Your Eyes
6. When Heaven Comes Down
7. Into the Fire
8. Bullets to Spare
9. Alone Again
10. Turn On the Action

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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