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A grande frustração de Ace Frehley com o Kiss, segundo o próprio

"Isso acabou contribuindo para a minha saída", explicou saudoso guitarrista em entrevista de 2010 recentemente resgatada

Ace Frehley deixou o Kiss pela primeira vez em 1982. Segundo o saudoso guitarrista, a saída aconteceu tanto por causa de seu vício em drogas e álcool, quanto pelos direcionamentos criativos da banda, com os quais não concordava.

Um dos aspectos representou até mesmo a maior frustração do artista dentro do grupo. O próprio mencionou o tópico durante entrevista ao canal Banger TV em 2010, recentemente resgatada. 

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De acordo com o Spaceman original, era um problema o fato de que, nos shows, o público parecia ligar mais para o aspecto visual da performance — com as maquiagens, figurinos e pirotecnias — do que para a música em si. Conforme transcrição do site Ultimate Guitar, ele explicou: 

“Para mim, o mais importante é a música, o show sempre vem em segundo lugar. E isso foi uma das coisas que, com o tempo, me fez perceber o que estava acontecendo com o Kiss: às vezes falavam mais do show do que da música. Aí comecei a ficar desiludido no fim dos anos 70… ou, na verdade, no começo dos anos 80, e isso acabou contribuindo para a minha saída.”

Para Frehley, tornou-se “frustrante” ler resenhas colocando a música em segundo plano. Porém, ao seu ver, os próprios membros eram culpados pela percepção, como acrescentou: 

“Eu achava que a música era mais importante do que o show. O show era só algo para os olhos. O que me frustrava era ler críticas dizendo: ‘o show foi incrível’, e no final acrescentarem: ‘ah, e a música também foi boa’. Sou músico antes de tudo, então eu não gostava dessas críticas. Mas acho que nós mesmos nos colocamos nessa posição, com aquelas fantasias extravagantes e toda a pirotecnia. Foi muito divertido, até o momento em que deixou de ser.”

O culpado

Na autobiografia “Não me Arrependo”, o guitarrista também atribuiu a questão a Neil Bogart, presidente da Casablanca Records. Em certo trecho, desabafou: 

“Com Neil, as coisas nunca tinham a ver com música. Era sobre o espetáculo. Era sobre ganhar dinheiro e expandir a marca. Mas a que custo? Todos nós queríamos fama e adulação, mas nas semanas em que reescrevemos e gravamos ‘Kissin’ Time’ [cover de Bobby Rydell], nenhum de nós se sentiu muito bem com o que estava fazendo. Foi a primeira vez em que percebi que nosso acordo com o diabo — escolher estilo em vez de substância — tinha consequências não intencionais e seriamente desagradáveis.”

Gene Simmons também já admitiu que o caráter performático da banda se sobressaía à música. Tanto que à AXS TV, em 2023, mencionou:

“É uma regra autoimposta de que, mesmo que você odeie a banda, a música e ache tudo isso bobo, se você vier ao nosso show, vai sair dizendo: ‘esse foi o melhor show da minha vida’. Os quatro caras que formaram a banda há 40 anos basicamente tinham uma missão ‘vamos montar a banda que nunca vimos no palco e dar ao público algo que nunca viram antes’.”

Sobre Ace Frehley

Nascido no Bronx, em Nova York, Paul Daniel Frehley começou a tocar guitarra ainda na infância, incentivado pela família. Participou de uma série de bandas amadoras entre o final dos anos 1960 e início dos 1970s.

A consagração veio quando se juntou ao Kiss. Esteve presente em dois momentos, entre 1972 e 1982, regressando em 1996 e ficando até 2002. Criou o personagem Space Ace, além de ter desenhado o logotipo da banda. É até hoje o membro preferido de uma parte considerável dos fãs.

Na segunda metade dos anos 1980 comandou o Frehley’s Comet, que lançou dois discos de estúdio e teve repercussão mediana junto ao público. Deixou oito álbuns solo, incluindo o lançado em 1978, quando ainda estava na banda que o tornou famoso. O mais recente, “10,000 Volts”, saiu no início de 2024.

Faleceu no dia 16 de outubro, aos 74 anos, semanas após ter sofrido uma queda em casa.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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