A carreira do Angra pode ser dividida em três fases distintas, todas marcadas pela presença de um vocalista diferente. Rafael Bittencourt também enxerga dessa forma e falou sobre as particularidades de cada uma.
Em entrevista a Mauricio Alabama (via Whiplash), o guitarrista declarou que a primeira fase, com Andre Matos nos vocais, é a mais celebrada e envolta em mito, principalmente após a morte do cantor. Rafael também considera a fase com Edu Falaschi como uma grande virada. Já a mais recente, com Fabio Lione, é a que tem mais rejeição do público em sua visão.
No entanto, os anos com o italiano como frontman também foram os mais lucrativos. Bittencourt credita o êxito financeiro também ao empresário Paulo Baron.
Ele disse:
“É a fase em que eu mais ganhei dinheiro. O Angra se tornou mais sólido, mais bem administrado e com um legado que não depende de uma formação específica. Hoje sabemos lidar melhor com os negócios da banda, muito por causa da chegada do Paulo Baron, que tem uma mentalidade empresarial forte.”
Angra em hiato
Atualmente, o Angra se encontra em hiato por tempo indeterminado, para que os músicos possam se dedicar a outros projetos. O álbum mais recente foi “Cycles of Pain”, lançado em 2023.
Em entrevista a Igor Miranda publicada na Rolling Stone Brasil, o guitarrista Rafael Bittencourt e o baixista Felipe Andreoli garantem que a pausa nas atividades ocorre em um momento interno tranquilo, com intenção de retomar a atual formação com a futura volta às atividades. A ideia da interrupção é justamente evitar que novas desavenças ocorram devido à agenda extenuante cumprida nos últimos anos.
Bittencourt explica:
“Eu já vinha falando que queria um tempo para reorganizar internamente. Estamos vindo de uma corrida muito forte, emendando um álbum no outro, uma turnê na outra, às vezes duas turnês acontecendo ao mesmo tempo, como foi o caso da turnê do Acústico [‘Acoustic Live at Opera de Arame’], o lançamento do álbum [‘Cycles of Pain’], depois a turnê do [20º aniversário do] Temple of Shadows. Todos estavam desgastados, a ponto de eu farejar que aquilo poderia gerar problema, de acabar minando — com o excesso de trabalho — e pessoas quererem sair da banda. Senti um ar que não era só meu, um certo descontentamento com o desgaste, ainda que não com o Angra em si. Acho que é um bom momento para se reorganizar internamente e se fortalecer. As pessoas vão pensar o que quiserem. Tem gente que fala que eu enriqueci com meu canal Amplifica e por isso não quero mais. Nada a ver. É um absurdo essa ‘informação’. Pelo contrário: faço muito por amor. Me dedico e estou investindo ainda no Amplifica para que ele um dia vire algo comercial. Mas o ponto é que vejo que para mudar de patamar — e eu gostaria que o Angra mudasse de patamar, pois a gente tem muito prestígio e respeito de muitas camadas dentro da música, de jornalistas e outros músicos —, acho que precisamos dar uma parada para nos fortalecer. Pensar numa estratégia e se fortalecer ainda mais.”
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