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Da garoa ao som inconstante, como foi o 1º dia de Knotfest 2024

Festival do Slipknot reuniu atrações como Mudvayne, Amon Amarth e Dragonforce, além de uma série de bandas nacionais em palco à parte

Cobertura por Thiago Zuma e Rolf Amaro; texto introdutório por Thiago Zuma | Ao longo dos dias que antecederam à primeira data do Knotfest Brasil 2024 — segunda edição nacional do evento —, a cidade de São Paulo temeu um apocalipse climático, enquanto ainda sofria efeitos do apagão das chuvas na semana anterior. A previsão chegou a indicar tempestades que desabariam mais de 40mm de água no bairro de classe média-alta da zona oeste paulistana onde se localiza o Allianz Parque, estádio sede do festival.

Felizmente, o cenário caótico não se concretizou. Apesar de longe das condições climáticas ideais para aproveitar um festival, o sábado (19) do Knotfest ocorreu na maior parte do tempo sob garoa constante, por vezes só perceptível por uma gota perdida na tela do celular. Quando se intensificou, nunca chegou a se tornar uma chuva daquelas que leva parte do público a buscar abrigo, mas aumentava a sensação de frio. Nada que atrapalhasse a experiência — diferente dos problemas com o som.

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Se o alto volume e qualidade do Maggot Stage (destinado às bandas brasileiras) surpreenderam já na apresentação inaugural do Eskröta — embora não tenham sido mantidos para outros artistas do espaço —, as atrações gringas no palco principal Knotstage pareciam até sofrer com as limitações normalmente impostas por headliners às suas bandas de abertura. Não foi para tanto: em quase todos os shows anteriores ao Slipknot, a equalização se resolveu a contento ao longo do repertório.

Foto: @flashbang via @30ebr

A polêmica do primeiro dia, no entanto, ocorreu durante o show do Ratos de Porão no Maggot Stage. A lendária banda brasileira de punk/crossover se apresentou num breu, como se estivesse rolando um apagão. Ao mesmo tempo, o palco principal ao lado tinha todas as luzes acesas para os últimos acertos do Slipknot, que encerrou a noite na sequência. Nenhuma explicação foi dada até o momento.

No mais, o primeiro dia do Knotfest ocorreu sem percalços. A mudança da estrutura dos palcos — na qual o Maggot Stage virou um puxadinho ao lado do Knotstage —, permitiu uma fluência de shows com intervalos mínimos e garantiu sempre boa presença de público para as bandas brasileiras.

Foto: @flashbang via @30ebr

Como o setor Maggot — uma espécie de pista premium com bar exclusivo (Unsainted) com preços entre R$ 4,5 mil e R$ 4,9 mil — ocupava a metade do lado oposto ao palco secundário, ainda de frente ao Knotstage, as pessoas que não compraram este acesso se aglomeravam no espaço que se estendia do cenário principal até onde os grupos brasileiros tocaram. Era onde a participação do público ocorria de forma mais intensa, com a formação das maiores rodas.

No momento de ápice de público, as cadeiras superior e inferior estavam cheias nas laterais e esvaziadas na posição oposta ao palco, da mesma forma que a pista comum ficava mais espaçada, mas ainda bem preenchida na área atrás do imenso “house mix”. À frente dele, no que é tradicionalmente a pista VIP dos shows no Allianz Parque, ficou abarrotado, de difícil e tensa locomoção em direção ao palco.

Foto: @flashbang via @30ebr

Em geral, não houve tantas reclamações quanto à lotação dos bares e banheiros, que se enchiam quando acabavam os shows no palco principal, mas sem gerar transtornos como em eventos nos quais o estádio paulistano esgota seus ingressos.

Knotfest Brasil 2024 — primeiro dia

Eskröta (Maggot Stage)

Por Rolf Amaro | Não dá para negar que o Knotfest Brasil 2024 começou em clima de festa. Sem a tempestade apocalíptica, uma quantidade considerável do público pôde chegar cedo para prestigiar a Eskröta. A vocalista e guitarrista Yasmin Amaral, a baixista Tamy Leopoldo e o baterista Jhon França subiram ao Maggot Stage no horário marcado (12h30) e bolas pretas com o logo da banda em branco quicavam por sobre o público durante o set.

A Eskröta já havia se apresentado no Rock in Rio, na edição deste ano, mas não em um dos espaços principais — tanto que não houve transmissão pela TV. Desta vez, o palco era ao lado do Knotstage e o som estava alto e cristalino, diferente do que se viu nas atrações seguintes do Maggot.

O personagem Ghostface andou pelo palco em “Não Entre em Pânico” — parte do material da banda fala de filmes de terror. A outra parte aborda política, como em “Mosh Feminista”, em que participaram as integrantes do The Mönic (que se apresentaria no domingo, 20), e “Mulheres”, “dedicada” a um homem que as hostilizou durante a passagem de som.

Foto: @flashbang via @30ebr

Repertório – Eskröta:
1. Grita
2. Eticamente Questionável
3. Cena Tóxica
4. Playbosta
5. Não entre em Pânico
6. Exorcist in the Pit
7. Filha do Satanás
8. Massacre
9. Mosh Feminista (com The Mönic)
10. Mulheres

Orbit Culture (Knotstage)

Por Thiago Zuma | Niklas Karlsson, vocalista e guitarrista do Orbit Culture, emulou em gestos e voz, quando cantava limpo, James Hetfield (Metallica) o máximo que pôde para despertar o público do Knotfest durante a primeira atração internacional do festival. A partir da abertura com “Descent”, num volume surpreendentemente baixo, a banda sueca misturou sua levada melódica de death metal ao groove noventista recheada de bases pré-gravadas, incluindo vocais de suporte.

Seus 55 minutos de estreia no Brasil, porém, funcionaram melhor quando a fórmula incluiu uma pegada industrial, como em “Strangler” ou na última “Vultures of North”. A batida mais simples e rápida aumentou as rodas na pista, incluindo um primeiro louco que acendeu um sinalizador.

Kryour (Maggot Stage)

Por Rolf Amaro | O Kryour que subiu ao palco é diferente daquele que fez a abertura do show do In Flames no fim de 2023. Em julho, o baixista Gustavo Satyl saiu e Lucas “Thunder” Cunha assumiu o posto. Foi com ele que Gustavo Iandoli (voz e guitarra), Guba Oliveira (guitarra) e Matheus Carrilho (bateria) subiram ao palco, ladeados por dois banners que tanto identificavam a banda de melodic death metal como denunciavam as mudanças de cor das luzes. Estava claro às duas da tarde, mas elas foram bem utilizadas como cenário para a performance.

Foto: @flashbang via @30ebr

O que não ajudou foi a lotação do palco. O espaço era pequeno e foi dividido pelos quatro músicos, dois cinegrafistas do festival, dois fotógrafos e um cinegrafista que, aparentemente, trabalhava para a banda. Eram comuns cenas onde Iandoli e Thunder agitavam e, entre eles, um sujeito com o traseiro virado para o público registrando poses e sorrisos dos músicos.

A necessidade de conteúdo se sobrepôs à venda do próprio peixe; um erro que uma banda promissora como o Kryour não pode cometer. Principalmente quando ela sofre com problemas de som. Foi neste show que começaram os gritos de “aumenta, aumenta” por parte do público, jamais atendidos.

Foto: @flashbang via @30ebr

Repertório – Kryour:
1. Why Should I Know?
2. Anxiety
3. Timeless
4. Chrysalism
5. Restless Silence
6. Colorful

Dragonforce (Knotstage)

Por Thiago Zuma | Não foi na abertura com “Cry Thunder”, mas já na segunda música de seu show do último sábado (19) no Knotfest Brasil 2024, “Fury of the Storm”, o Dragonforce explodiu em solos neoclássicos e nos cantos agudos de seu vocalista Marc Hudson. O som embolado do início foi aos poucos se acertando durante pouco menos de uma hora de apresentação.

Foto: @flashbang via @30ebr

Peixe fora d’água no Knotfest (em um lineup que também trazia Slipknot, Mudvayne, Amon Amarth, Meshuggah e outros nomes de som mais pesado), mas completamente em casa em seu retorno ao Brasil depois de dez anos, a banda britânica não teve vergonha de seu ultraveloz metal melódico. Nem mesmo para executar versões rapidinhas de Céline Dion (“My Heart Will Go On”, a música do “Titanic”, mas nem choveu tanto assim) e Taylor Swift (“Wildest Dreams”, com direito a colocar uma foto da loirinha no telão).

A performance foi a primeira do grupo no país com a baixista Alicia Vigil, que toca com a formação desde 2020, embora tenha sido creditada como integrante só a partir de 2022. A banda inglesa é completa por Hudson no vocal, Herman Li (o “rosto” do projeto) e Sam Totman (o compositor solitário de praticamente todas as músicas) nas guitarras e Gee Anzalone na bateria, além de Billy Wilkins na guitarra de apoio somente em turnês.

Com “Through the Fire and Flames”, também conhecida como “aquela impossível do ‘Guitar Hero’” num show com inúmeras referências ao universo gamer nas letras e no telão, a banda se despediu sob algumas cantorias e tímidas rodas. Em entrevista ao site IgorMiranda.com.br, Li já havia adiantado: “se você quer Dragonforce, você vai ter Dragonforce”.

Repertório – Dragonforce:
1. Cry Thunder
2. Fury of the Storm
3. Power of the Triforce
4. Soldiers of the Wasteland
5. The Last Dragonborn
6. Doomsday Party
7. My Heart Will Go On (cover de Céline Dion)
8. Wildest Dreams (cover de Taylor Swift)
9. Through the Fire and Flames

Eminence (Maggot Stage)

Por Rolf Amaro | A já clássica banda mineira de thrash moderno Eminence subiu ao Maggot Stage provando ao público que os problemas no som direcionado à plateia do palco alternativo permaneciam. Com volume baixo e pouca definição, Davidson Mainart (baixo), Alan Wallace Bello (guitarra), Alexandre Oliveira (bateria) e, por último, Bruno Paraguay (voz) mal começaram o show e o coro “aumenta, aumenta” fez-se ouvir, sem parar.

Foto: @flashbang via @30ebr

Os músicos agitavam e pediam ao público que fizessem o mesmo, sendo prontamente atendidos. Paraguay chegou a cruzar a fronteira e dar uns passos no Knotstage, retornando em seguida. Mesmo assim, logo os pedidos pela melhora no som voltavam.

A participação da voz pré-gravada de Björn Strid (Soilwork / The Night Flight Orchestra) em “Dark Echoes” passaria despercebida se o Bruno não a tivesse anunciado e sinalizado cantando junto os versos sem microfone. Estava desse jeito.

Foto: @flashbang via @30ebr

Meshuggah (Knotstage)

Por Thiago Zuma | Foi breve a introdução do Meshuggah, que começou a tocar nos sistemas de som no Allianz Parque precisamente às 16h. O primeiro a entrar no palco foi o baterista Tomas Haake, que ditou os (poli)ritmos da apresentação do grupo sueco, trazendo o peso das oito cordas das guitarras de Fredrik Thordendal e Martin Hagström. A qualidade de som começou bem desregulada na primeira música, a relativamente calma e etérea “Broken Cog”.

Foto: @flashbang via @30ebr

A partir de “Rational Gaze”, porém, a equalização de som se acertou. A faixa do álbum “Nothing” (2002), emendada com sua parceira de disco “Perpetual Black Second”, colocou o público para tentar agitar nos tempos totalmente tortos dos suecos. Não pareceu um problema para ninguém na pista do Knotstage.

Quando o vocalista Jens Kidman — de comunicação escassa, mas simpático à sua maneira com suas caretas — pediu ao público uma derradeira gritaria antes de iniciar “Demiurge”, foi correspondido. Na bateria, Haake acompanhava o público entoando “ME XU GÁ” sem entortar o tempo dos gritos de guerra.

Repertório – Meshuggah:
1. Broken Cog
2. Rational Gaze
3. Perpetual Black Second
4. Kaleidoscope
5. God He Sees in Mirrors
6. Born in Dissonance
7. Future Breed Machine
8. Bleed
9. Demiurge

Project46 (Maggot Stage)

Por Rolf Amaro | O nome do Project46 já era chamado em coro minutos antes de subirem ao Maggot Stage. Aparentemente, eles não poderiam começar antes das 17h, embora tudo parecesse já montado — inclusive o espaço do palco foi ampliado.

O que não mudaram foram os gritos por um som melhor, feitos por um público que demonstrou conhecer as músicas, até mesmo “4six”, lançada no começo deste mês.

Foto: @flashbang via @30ebr

A banda tentou passar por cima dos problemas técnicos. O vocalista Caio Macbeserra, o guitarrista Vini Castellari e o baixista Baffo Neto reuniram-se em torno do recém-chegado baterista, Japa Drummer, sem parar de tocar, para manter o ritmo. Afinal de contas, tinham o público na mão, tanto para cantar quanto para agacharem e pularem em seguida, como foi na “Erro +55”.

Uma falha no microfone e o sumiço do som da guitarra por duas vezes — com alerta a Vini em ambas as situações por Karina Menascé, vocalista do Allen Key, que estava em meio ao público — antecederam o fim forçado de um dos prováveis shows de destaque do Knotfest Brasil 2024. Uma pena.

Foto: @flashbang via @30ebr

Repertório – Project46:
1. Atrás das linhas inimigas
2. Violência gratuita
3. 4six
4. Erro +55
5. Pode pá
6. F#da-se (Se depender de nós)

Amon Amarth (Knotstage)

Por Rolf Amaro | Duas estátuas gigantes de guerreiros vikings, feitas de material inflável, um pano de fundo e telas simulando madeira decoravam o palco do sexto e maior show que o Amon Amarth faria em São Paulo. É a mesma produção utilizada na turnê de divulgação do mais recente EP, “Heidrun” (2023). Ainda havia uma máscara que decorava o suporte do kit de bateria de Jocke Wallgren, o primeiro a aparecer e saudar o público.

Foto: @flashbang via @30ebr

Logo, juntaram-se a ele Jocke Ted Lundström (baixo), Olavi Mikkonen e Johan Söderberg (guitarras) e Johan Hegg (vocal) para abrir o show com “Guardians of Asgaard”, do disco “Twilight of the Thunder God” (1998). Com um português incrivelmente afiado, Hegg saudou o público com um “Boa noite, bem-vindos à nossa festa viking” quase sem sotaque, o que tornou irrelevante o fato de ainda serem cinco e meia da tarde e o dia estar claro.

O cantor estava simpático. Saudou o público a todo momento e disse que os brasileiros também são vikings — o que deve ter sido um elogio. O Amon Amarth foi das poucas bandas a — lá vamos nós novamente — não ter problemas de som, certamente colaborando no clima amigável. Johan Hegg chamou o brinde, também em português, com “saúde”, antes de beber do chifre que serve como copo.

O bom humor era recíproco. Tivemos o primeiro e talvez único “olé, olé, olé” espontâneo do Knotfest. Houve também a participação esperada em “Put Your Back Into the Oar”, com pessoas sentadas e em pé simulando remar um barco, momento que sempre mistura diferentes doses de alegria, diversão e vergonha alheia.

O clássico recente “Crack the Sky” fechou o set antes do bis e a faixa-título do disco que forneceu a primeira música, “Twilight of the Thunder God” encerrou um bom show. Só não foi melhor porque o Amon Amarth não estava jogando exatamente em casa — a compatibilidade entre o metal tradicional que o grupo representa com a sonoridade moderna feita pelas outras bandas mostrou seus limites.

Repertório – Amon Amarth:
1. Guardians of Asgaard
2. Raven’s Flight
3. The Pursuit of Vikings
4. Deceiver of the Gods
5. Heidrun
6. Put Your Back Into the Oar
7. The Way of Vikings
8. First Kill
9. Shield Wall
10. Raise Your Horns
11. Crack the Sky
12. Twilight of the Thunder God

Krisiun (Maggot Stage)

Por Thiago Zuma | Quando o Krisiun foi representar o metal brasileiro no Maggot Stage, como a primeira banda a iniciar sua apresentação já à noite (18h40), o palco mais escuro era então apenas uma opção soturna do renomado trio de death metal nacional.

Foto: @flashbang via @30ebr

O vocalista e baixista Alex Camargo pediu rodas desde a primeira música, “Ominous”, até o final, com “Serpent Messiah”. O público, claro, obedeceu.

A boa qualidade de som fez jus à apresentação curta — nem teve o tradicional encerramento com a clássica “Black Force Domain” — e irretocável dos gaúchos. Ficou fácil de entender o respeito internacional conquistado em seus mais de trinta anos de carreira.

Repertório – Krisiun:
1. Ominous
2. Combustion Inferno
3. Blood of Lions
4. Scourge of the Enthroned
5. Serpent Messiah

Mudvayne (Knotstage)

Por Thiago Zuma | O Mudvayne foi a última banda a se apresentar antes do Slipknot no palco principal do Knotfest Brasil 2024 no último sábado (19). O público, que começava a se aglomerar em frente ao Knotstage, chegou a derrubar uma das grades de separação dentro do setor premium.

Em função disso, a apresentação foi interrompida logo em seu início, após “Not Falling” e “Silenced”, duas músicas do álbum “The End of All Things to Come” (2002), disco de ouro nos Estados Unidos no início deste milênio, não terem despertado reações tão explosivas assim. Não ajudou muito o emocionado vocalista Chad Gray pedir ao público que desse dois passos atrás para o restabelecimento das barricadas.

Foto: @flashbang via @30ebr

Em sua estreia no Brasil, a banda já aclimatou o público para a atração seguinte do Knotstage com sua maquiagem de filme de terror, com pouco uso de iluminação num palco principal bem escuro. Apesar da sonoridade do grupo de nu metal do estado americano de Illinois também remeter ao Slipknot em seus primórdios, o show só esquentou mesmo em sua reta final de sua apresentação de aproximadamente uma hora.

O grupo, vale lembrar, veio ao país sem um de seus membros fundadores: o guitarrista Greg Tribbett, que se afastou temporariamente devido a problemas familiares. Em sua vaga está Marcus Rafferty, que tem excursionado com a banda desde sua volta, em 2021, como guitarrista rítmico. Gray, o baixista Ryan Martinie e o baterista Matthew McDonough completam o lineup. Há ainda um músico que ocupa o posto de Rafferty, de nome não anunciado.

Depois de o estádio acender as lanternas dos celulares para a introspectiva “World So Cold”, os hits “Happy?” e “Dig”, do trabalho de estreia “L.D. 50” (2000), despertaram cantorias e encerraram bem um show morno na maior parte do tempo. Depois de retornar de um hiato de dez anos, porém, é difícil enxergar vida ao Mudvayne além da atual onda de nostalgia do nu metal.

Foto: @flashbang via @30ebr

Repertório – Mudvayne:
1. Not Falling
2. Silenced
3. Internal Primates Forever
4. Fall Into Sleep
5. -1
6. Death Blooms
7. Dull Boy
8. Determined
9. Under My Skin
10. Nothing to Gein
11. World So Cold
12. Happy?
13. Dig

Ratos de Porão (Maggot Stage)

Por Rolf Amaro |

Duas curiosidades antecipavam o show do Ratos de Porão no Knotfest Brasil 2024, responsável por encerrar as atividades do Maggot Stage — palco alternativo destinado às bandas nacionais — no sábado (19), data inaugural do evento de dois dias.

A primeira é como seria a apresentação do quarteto em um evento de música pesada desse porte. Mesmo sendo um dos principais nomes mundiais do punk/crossover, o grupo paulista sempre foi preterido nos diversos festivais que passaram pelo país nos últimos 40 anos.

A segunda é se teríamos problemas técnicos. A Eskröta abriu o festival com som perfeito. Depois disso, praticamente todas as bandas seguintes — Kryour, Eminence e Project46 — sofreram com um misto de som baixo, embolado, guitarra que não funciona e por aí vai. Somente no show do Krisiun a coisa se estabilizou e uma qualidade satisfatória foi atingida.

Foto: @flashbang via @30e

Quando começou a tocar “Alerta Antifascista” no palco paralelo montado no Allianz Parque, em São Paulo, o Ratos pegou todo mundo de surpresa. Não pela música ou pela performance, mas simplesmente porque as luzes do palco estavam apagadas. E assim permaneceram.

O baixista Juninho Sangiorgio pediu explicitamente para que pelo menos uma luz fosse direcionada ao palco. Alguns técnicos ocuparam as laterais e tentaram literalmente iluminar a banda com lanternas profissionais. Mesmo o público de todo o estádio tentou ajudar com os próprios celulares.

Foto: @flashbang via @30e

Enquanto a solidariedade acontecia, o próprio Juninho olhou para o lado e percebeu a contradição. O palco vizinho, Knotstage, que estava sendo preparado para o Slipknot, estava perfeitamente iluminado.

A visão era tão boa por lá que, enquanto o Ratos se apresentava, parte do público conseguiu ver a chegada do kit de bateria de Eloy Casagrande. Tais fãs reagiram em comemoração, num ato inicialmente de pouco sentido para quem estava atento ao grupo brasileiro.

Se Juninho foi sério, João Gordo fez piada. “Só porque ‘nós é’ punk, vamos tocar no escurooo”, brincou, em dado momento. Antes de “Amazônia Nunca Mais”, disse: “Sabe por que a gente está no escuro? Porque hoje é meu aniversário”. A data real é 13 de março. O cantor teve que desmentir, pois o povo começou a cantar “parabéns”.

Metade do show havia passado quando finalmente um canhão de luz, que depois seria utilizado em um dos integrantes da banda principal, foi direcionado ao palco do Ratos de Porão. A transmissão pelos telões ganhou definição e agilidade. Os integrantes eram mostrados de forma bastante dinâmica, com closes, bem como a bandeira do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que decorava o amplificador de baixo – como habitual, Juninho também usava uma camiseta do movimento.

Foto: @flashbang via @30e

Não foi muito difícil especular se essa não teria sido a razão do que parecia uma sabotagem. Todavia, o fato de o posicionamento do grupo e de seu baixista serem amplamente conhecidos torna tal opção inviável.

Pelas redes, Gordo explicou: na verdade, tratou-se de uma falha técnica no sistema de iluminação do Slipknot, que “zerou a programação” no geral e afetou sua banda. O guitarrista Jão, por sua vez, cobrou uma retratação pública dos organizadores — o que ainda não aconteceu.

Em contrapartida, a qualidade do som foi das melhores do dia. O baterista Boka deu ritmo à brutalidade do Ratos com camisa florida e cara de quem nada o atrapalha. Jão, com cara de cientista louco e a guitarra que lhe foi presenteada pelo Herbert Vianna (Os Paralamas do Sucesso) nos anos 1990, vale por 10 guitarristas. Consegue não deixar faltar peso no som nem na hora dos solos.

Foi uma das melhores apresentações do primeiro dia do Knotfest Brasil 2024. Pena que nem todo mundo pôde ver.

Foto: @flashbang via @30e

Repertório — Ratos de Porão:
1. Alerta Antifascista
2. Aglomeração
3. Amazônia nunca mais
4. Farsa nacionalista
5. Lei do silêncio
6. Morrer
7. Mad Society
8. Crianças sem futuro
9. Sofrer
10. Crucificados pelo sistema
11. Conflito violento
12. Beber até morrer
13. Aids, Pop, Repressão
14. Crise geral

Slipknot (Knotstage)

Por Thiago Zuma | Nem parecia que uma das maiores bandas da música pesada nas últimas duas décadas subiria ao palco para encerrar o primeiro dia de Knotfest Brasil 2024. O público gritava em peso o nome do baterista brasileiro Eloy Casagrande enquanto aguardava a entrada do Slipknot no palco principal de seu próprio festival.

Ao se juntar ao grupo americano na vaga de Jay Weinberg, Casagrande saiu do Sepultura. Gerou enorme comoção em território nacional tendo em vista a posição que passaria a ocupar, agora com projeção ainda maior.

Quando o volume do sistema de som aumentou consideravelmente para tocar “For those about to rock (we salute you)” do AC/DC, o primeiro atraso na programação do Knotfest, então em dez minutos, parecia próximo de se encerrar. Ao primeiro grito de Brian Johnson “FIRE!”, anunciando a explosão do primeiro canhão, talvez se pudesse esperar que o palco se incendiasse. Veio, contudo, apenas a escuridão completa, em cenário similar ao visto na apresentação do Ratos de Porão no Maggot Stage.

Foto: @flashbang via @30ebr

A ansiedade geral do público e a quantidade de celulares apontando para o palco, molhados sob fina garoa paulistana, aumentaram durante a introdução “742617000027”, do primeiro disco homônimo do grupo — desconsiderando-se “Mate. Feed. Kill. Repeat.” (1996), hoje considerada uma demo oficial da banda. O Slipknot prometeu dois repertórios diferentes para suas apresentações no festival, mas houve confusão com relação a isso.

O Slipknot, então, entrou no palco com as máscaras que remetiam aos primórdios e a trinca “(sic)”, “Eyeless” e “Wait and Bleed”. Quem não estava perdendo a cabeça, o fôlego e a voz na pista empolgado com as músicas chegou a pensar estar assistindo à apresentação especial de vinte e cinco anos do álbum de 1999 — prevista para domingo (20).

Depois da primeira intervenção do vocalista Corey Taylor, saudando o público barulhento e empolgado que enchia o estádio paulistano, veio o hit “Before I Forget”, do álbum “Vol. 3: (The Subliminal Verses)”, de 2004. Agora estava claro: era o show dos grandes sucessos da carreira do niilista grupo americano, como prenunciava a reação efusiva aos primeiros ruídos ou notas de cada nova música executada, enquanto rodas se abriam espalhadas por vários setores da pista.

Foto: @flashbang via @30ebr

A apresentação seguiu nos moldes tradicionais do Slipknot. Os percussionistas Shawn “Clown” Crahan e Michael Pfaff tocavam o terror no palco, enquanto os guitarristas Mick Thomson e Jim Root trocavam seus riffs travadões característicos, vez ou outra adicionando solos ruidosos e tensos às músicas do grupo, com a ajuda do DJ Sid Wilsonrecuperado de graves queimaduras após mexer nos restos de uma fogueira em agosto. Se Alessandro Venturella chamou mais atenção pela iluminação no braço de seu baixo enquanto percorria o Knotstage, Eloy Casagrande era focado no telão a todo momento.

Foto: @flashbang via @30ebr

É difícil um baterista se integrar ao som clássico do Slipknot tão bem quanto o falecido fundador Joey Jordison. Todavia, o brasileiro parece ter injetado uma dose extra de empolgação que contaminou o resto da banda. Ou talvez tenha sido apenas pela recepção digna de rock star em seu estado natal. O tempo vai dizer se o ex-Sepultura terá vida longa no grupo americano.

Foto: @flashbang via @30ebr

Depois de o Allianz Parque ser dominado pelos enormes coros do público principalmente em “Psychosocial” e “The Heretic Anthem” — não que tenham sido muito menores em “The Devil in I” ou “Unsainted” —, a mais introspectiva “Vermillion” encerrou a primeira parte do repertório após aproximadamente uma hora e dez minutos de show.

Foram quase três minutos de espera até os ruídos recomeçarem no sistema de som, mas, antes da primeira música do bis, Corey Taylor ainda conversou com o público, agradecendo-o pela presença em seu festival. Então a banda tocou “Duality”, despertou a frenesi da pista e obteve os maiores coros em uma noite em que o público certamente saiu rouco do Allianz Parque.

A loucura no palco e no meio da galera terminou com a execução empolgada de “Spit It Out” e “Surfacing”. Eloy Casagrande foi abraçado pelos companheiros de banda ao sair ovacionado do palco após o fim do repertório, que não teve o hit “People=Shit”, do álbum “Iowa” (2001), nem o tradicional momento de pula-pula após o agachamento coletivo.

*Este é um texto somente sobre o primeiro dia do Knotfest Brasil. A cobertura completa do festival será publicada em breve. Fique de olho no site IgorMiranda.com.br e nas redes, especialmente Instagram.

Foto: @flashbang via @30ebr

Repertório – Slipknot:

Intro: For Those About to Rock (We Salute You) (AC/DC song)
Intro: 742617000027
1. (sic)
2. Eyeless
3. Wait and Bleed
4. Before I Forget
5. Disasterpiece
6. Psychosocial
7. The Devil in I
8. The Heretic Anthem
9. Unsainted
10. Custer
11. Prosthetics
12. Vermilion

Bis:
13. Duality
14. Spit It Out
15. Surfacing
(Outro: ‘Til We Die)

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Como o setor Maggot — uma espécie de pista premium com bar exclusivo (Unsainted) com preços entre R$ 4,5 mil e R$ 4,9 mil — ocupava a metade do lado oposto ao palco secundário, ainda de frente ao Knotstage, as pessoas que não compraram este acesso se aglomeravam no espaço que se estendia do cenário principal até onde os grupos brasileiros tocaram. Era onde a participação do público ocorria de forma mais intensa, com a formação das maiores rodas.

No momento de ápice de público, as cadeiras superior e inferior estavam cheias nas laterais e esvaziadas na posição oposta ao palco, da mesma forma que a pista comum ficava mais espaçada, mas ainda bem preenchida na área atrás do imenso “house mix”. À frente dele, no que é tradicionalmente a pista VIP dos shows no Allianz Parque, ficou abarrotado, de difícil e tensa locomoção em direção ao palco.

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Em geral, não houve tantas reclamações quanto à lotação dos bares e banheiros, que se enchiam quando acabavam os shows no palco principal, mas sem gerar transtornos como em eventos nos quais o estádio paulistano esgota seus ingressos.

Knotfest Brasil 2024 — primeiro dia

Eskröta (Maggot Stage)

Por Rolf Amaro | Não dá para negar que o Knotfest Brasil 2024 começou em clima de festa. Sem a tempestade apocalíptica, uma quantidade considerável do público pôde chegar cedo para prestigiar a Eskröta. A vocalista e guitarrista Yasmin Amaral, a baixista Tamy Leopoldo e o baterista Jhon França subiram ao Maggot Stage no horário marcado (12h30) e bolas pretas com o logo da banda em branco quicavam por sobre o público durante o set.

A Eskröta já havia se apresentado no Rock in Rio, na edição deste ano, mas não em um dos espaços principais — tanto que não houve transmissão pela TV. Desta vez, o palco era ao lado do Knotstage e o som estava alto e cristalino, diferente do que se viu nas atrações seguintes do Maggot.

O personagem Ghostface andou pelo palco em “Não Entre em Pânico” — parte do material da banda fala de filmes de terror. A outra parte aborda política, como em “Mosh Feminista”, em que participaram as integrantes do The Mönic (que se apresentaria no domingo, 20), e “Mulheres”, “dedicada” a um homem que as hostilizou durante a passagem de som.

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Repertório – Eskröta:
1. Grita
2. Eticamente Questionável
3. Cena Tóxica
4. Playbosta
5. Não entre em Pânico
6. Exorcist in the Pit
7. Filha do Satanás
8. Massacre
9. Mosh Feminista (com The Mönic)
10. Mulheres

Orbit Culture (Knotstage)

Por Thiago Zuma | Niklas Karlsson, vocalista e guitarrista do Orbit Culture, emulou em gestos e voz, quando cantava limpo, James Hetfield (Metallica) o máximo que pôde para despertar o público do Knotfest durante a primeira atração internacional do festival. A partir da abertura com “Descent”, num volume surpreendentemente baixo, a banda sueca misturou sua levada melódica de death metal ao groove noventista recheada de bases pré-gravadas, incluindo vocais de suporte.

Seus 55 minutos de estreia no Brasil, porém, funcionaram melhor quando a fórmula incluiu uma pegada industrial, como em “Strangler” ou na última “Vultures of North”. A batida mais simples e rápida aumentou as rodas na pista, incluindo um primeiro louco que acendeu um sinalizador.

Kryour (Maggot Stage)

Por Rolf Amaro | O Kryour que subiu ao palco é diferente daquele que fez a abertura do show do In Flames no fim de 2023. Em julho, o baixista Gustavo Satyl saiu e Lucas “Thunder” Cunha assumiu o posto. Foi com ele que Gustavo Iandoli (voz e guitarra), Guba Oliveira (guitarra) e Matheus Carrilho (bateria) subiram ao palco, ladeados por dois banners que tanto identificavam a banda de melodic death metal como denunciavam as mudanças de cor das luzes. Estava claro às duas da tarde, mas elas foram bem utilizadas como cenário para a performance.

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O que não ajudou foi a lotação do palco. O espaço era pequeno e foi dividido pelos quatro músicos, dois cinegrafistas do festival, dois fotógrafos e um cinegrafista que, aparentemente, trabalhava para a banda. Eram comuns cenas onde Iandoli e Thunder agitavam e, entre eles, um sujeito com o traseiro virado para o público registrando poses e sorrisos dos músicos.

A necessidade de conteúdo se sobrepôs à venda do próprio peixe; um erro que uma banda promissora como o Kryour não pode cometer. Principalmente quando ela sofre com problemas de som. Foi neste show que começaram os gritos de “aumenta, aumenta” por parte do público, jamais atendidos.

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Repertório – Kryour:
1. Why Should I Know?
2. Anxiety
3. Timeless
4. Chrysalism
5. Restless Silence
6. Colorful

Dragonforce (Knotstage)

Por Thiago Zuma | Não foi na abertura com “Cry Thunder”, mas já na segunda música de seu show do último sábado (19) no Knotfest Brasil 2024, “Fury of the Storm”, o Dragonforce explodiu em solos neoclássicos e nos cantos agudos de seu vocalista Marc Hudson. O som embolado do início foi aos poucos se acertando durante pouco menos de uma hora de apresentação.

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Peixe fora d’água no Knotfest (em um lineup que também trazia Slipknot, Mudvayne, Amon Amarth, Meshuggah e outros nomes de som mais pesado), mas completamente em casa em seu retorno ao Brasil depois de dez anos, a banda britânica não teve vergonha de seu ultraveloz metal melódico. Nem mesmo para executar versões rapidinhas de Céline Dion (“My Heart Will Go On”, a música do “Titanic”, mas nem choveu tanto assim) e Taylor Swift (“Wildest Dreams”, com direito a colocar uma foto da loirinha no telão).

A performance foi a primeira do grupo no país com a baixista Alicia Vigil, que toca com a formação desde 2020, embora tenha sido creditada como integrante só a partir de 2022. A banda inglesa é completa por Hudson no vocal, Herman Li (o “rosto” do projeto) e Sam Totman (o compositor solitário de praticamente todas as músicas) nas guitarras e Gee Anzalone na bateria, além de Billy Wilkins na guitarra de apoio somente em turnês.

Com “Through the Fire and Flames”, também conhecida como “aquela impossível do ‘Guitar Hero’” num show com inúmeras referências ao universo gamer nas letras e no telão, a banda se despediu sob algumas cantorias e tímidas rodas. Em entrevista ao site IgorMiranda.com.br, Li já havia adiantado: “se você quer Dragonforce, você vai ter Dragonforce”.

Repertório – Dragonforce:
1. Cry Thunder
2. Fury of the Storm
3. Power of the Triforce
4. Soldiers of the Wasteland
5. The Last Dragonborn
6. Doomsday Party
7. My Heart Will Go On (cover de Céline Dion)
8. Wildest Dreams (cover de Taylor Swift)
9. Through the Fire and Flames

Eminence (Maggot Stage)

Por Rolf Amaro | A já clássica banda mineira de thrash moderno Eminence subiu ao Maggot Stage provando ao público que os problemas no som direcionado à plateia do palco alternativo permaneciam. Com volume baixo e pouca definição, Davidson Mainart (baixo), Alan Wallace Bello (guitarra), Alexandre Oliveira (bateria) e, por último, Bruno Paraguay (voz) mal começaram o show e o coro “aumenta, aumenta” fez-se ouvir, sem parar.

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Os músicos agitavam e pediam ao público que fizessem o mesmo, sendo prontamente atendidos. Paraguay chegou a cruzar a fronteira e dar uns passos no Knotstage, retornando em seguida. Mesmo assim, logo os pedidos pela melhora no som voltavam.

A participação da voz pré-gravada de Björn Strid (Soilwork / The Night Flight Orchestra) em “Dark Echoes” passaria despercebida se o Bruno não a tivesse anunciado e sinalizado cantando junto os versos sem microfone. Estava desse jeito.

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Meshuggah (Knotstage)

Por Thiago Zuma | Foi breve a introdução do Meshuggah, que começou a tocar nos sistemas de som no Allianz Parque precisamente às 16h. O primeiro a entrar no palco foi o baterista Tomas Haake, que ditou os (poli)ritmos da apresentação do grupo sueco, trazendo o peso das oito cordas das guitarras de Fredrik Thordendal e Martin Hagström. A qualidade de som começou bem desregulada na primeira música, a relativamente calma e etérea “Broken Cog”.

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A partir de “Rational Gaze”, porém, a equalização de som se acertou. A faixa do álbum “Nothing” (2002), emendada com sua parceira de disco “Perpetual Black Second”, colocou o público para tentar agitar nos tempos totalmente tortos dos suecos. Não pareceu um problema para ninguém na pista do Knotstage.

Quando o vocalista Jens Kidman — de comunicação escassa, mas simpático à sua maneira com suas caretas — pediu ao público uma derradeira gritaria antes de iniciar “Demiurge”, foi correspondido. Na bateria, Haake acompanhava o público entoando “ME XU GÁ” sem entortar o tempo dos gritos de guerra.

Repertório – Meshuggah:
1. Broken Cog
2. Rational Gaze
3. Perpetual Black Second
4. Kaleidoscope
5. God He Sees in Mirrors
6. Born in Dissonance
7. Future Breed Machine
8. Bleed
9. Demiurge

Project46 (Maggot Stage)

Por Rolf Amaro | O nome do Project46 já era chamado em coro minutos antes de subirem ao Maggot Stage. Aparentemente, eles não poderiam começar antes das 17h, embora tudo parecesse já montado — inclusive o espaço do palco foi ampliado.

O que não mudaram foram os gritos por um som melhor, feitos por um público que demonstrou conhecer as músicas, até mesmo “4six”, lançada no começo deste mês.

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A banda tentou passar por cima dos problemas técnicos. O vocalista Caio Macbeserra, o guitarrista Vini Castellari e o baixista Baffo Neto reuniram-se em torno do recém-chegado baterista, Japa Drummer, sem parar de tocar, para manter o ritmo. Afinal de contas, tinham o público na mão, tanto para cantar quanto para agacharem e pularem em seguida, como foi na “Erro +55”.

Uma falha no microfone e o sumiço do som da guitarra por duas vezes — com alerta a Vini em ambas as situações por Karina Menascé, vocalista do Allen Key, que estava em meio ao público — antecederam o fim forçado de um dos prováveis shows de destaque do Knotfest Brasil 2024. Uma pena.

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Repertório – Project46:
1. Atrás das linhas inimigas
2. Violência gratuita
3. 4six
4. Erro +55
5. Pode pá
6. F#da-se (Se depender de nós)

Amon Amarth (Knotstage)

Por Rolf Amaro | Duas estátuas gigantes de guerreiros vikings, feitas de material inflável, um pano de fundo e telas simulando madeira decoravam o palco do sexto e maior show que o Amon Amarth faria em São Paulo. É a mesma produção utilizada na turnê de divulgação do mais recente EP, “Heidrun” (2023). Ainda havia uma máscara que decorava o suporte do kit de bateria de Jocke Wallgren, o primeiro a aparecer e saudar o público.

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Logo, juntaram-se a ele Jocke Ted Lundström (baixo), Olavi Mikkonen e Johan Söderberg (guitarras) e Johan Hegg (vocal) para abrir o show com “Guardians of Asgaard”, do disco “Twilight of the Thunder God” (1998). Com um português incrivelmente afiado, Hegg saudou o público com um “Boa noite, bem-vindos à nossa festa viking” quase sem sotaque, o que tornou irrelevante o fato de ainda serem cinco e meia da tarde e o dia estar claro.

O cantor estava simpático. Saudou o público a todo momento e disse que os brasileiros também são vikings — o que deve ter sido um elogio. O Amon Amarth foi das poucas bandas a — lá vamos nós novamente — não ter problemas de som, certamente colaborando no clima amigável. Johan Hegg chamou o brinde, também em português, com “saúde”, antes de beber do chifre que serve como copo.

O bom humor era recíproco. Tivemos o primeiro e talvez único “olé, olé, olé” espontâneo do Knotfest. Houve também a participação esperada em “Put Your Back Into the Oar”, com pessoas sentadas e em pé simulando remar um barco, momento que sempre mistura diferentes doses de alegria, diversão e vergonha alheia.

O clássico recente “Crack the Sky” fechou o set antes do bis e a faixa-título do disco que forneceu a primeira música, “Twilight of the Thunder God” encerrou um bom show. Só não foi melhor porque o Amon Amarth não estava jogando exatamente em casa — a compatibilidade entre o metal tradicional que o grupo representa com a sonoridade moderna feita pelas outras bandas mostrou seus limites.

Repertório – Amon Amarth:
1. Guardians of Asgaard
2. Raven’s Flight
3. The Pursuit of Vikings
4. Deceiver of the Gods
5. Heidrun
6. Put Your Back Into the Oar
7. The Way of Vikings
8. First Kill
9. Shield Wall
10. Raise Your Horns
11. Crack the Sky
12. Twilight of the Thunder God

Krisiun (Maggot Stage)

Por Thiago Zuma | Quando o Krisiun foi representar o metal brasileiro no Maggot Stage, como a primeira banda a iniciar sua apresentação já à noite (18h40), o palco mais escuro era então apenas uma opção soturna do renomado trio de death metal nacional.

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O vocalista e baixista Alex Camargo pediu rodas desde a primeira música, “Ominous”, até o final, com “Serpent Messiah”. O público, claro, obedeceu.

A boa qualidade de som fez jus à apresentação curta — nem teve o tradicional encerramento com a clássica “Black Force Domain” — e irretocável dos gaúchos. Ficou fácil de entender o respeito internacional conquistado em seus mais de trinta anos de carreira.

Repertório – Krisiun:
1. Ominous
2. Combustion Inferno
3. Blood of Lions
4. Scourge of the Enthroned
5. Serpent Messiah

Mudvayne (Knotstage)

Por Thiago Zuma | O Mudvayne foi a última banda a se apresentar antes do Slipknot no palco principal do Knotfest Brasil 2024 no último sábado (19). O público, que começava a se aglomerar em frente ao Knotstage, chegou a derrubar uma das grades de separação dentro do setor premium.

Em função disso, a apresentação foi interrompida logo em seu início, após “Not Falling” e “Silenced”, duas músicas do álbum “The End of All Things to Come” (2002), disco de ouro nos Estados Unidos no início deste milênio, não terem despertado reações tão explosivas assim. Não ajudou muito o emocionado vocalista Chad Gray pedir ao público que desse dois passos atrás para o restabelecimento das barricadas.

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Em sua estreia no Brasil, a banda já aclimatou o público para a atração seguinte do Knotstage com sua maquiagem de filme de terror, com pouco uso de iluminação num palco principal bem escuro. Apesar da sonoridade do grupo de nu metal do estado americano de Illinois também remeter ao Slipknot em seus primórdios, o show só esquentou mesmo em sua reta final de sua apresentação de aproximadamente uma hora.

O grupo, vale lembrar, veio ao país sem um de seus membros fundadores: o guitarrista Greg Tribbett, que se afastou temporariamente devido a problemas familiares. Em sua vaga está Marcus Rafferty, que tem excursionado com a banda desde sua volta, em 2021, como guitarrista rítmico. Gray, o baixista Ryan Martinie e o baterista Matthew McDonough completam o lineup. Há ainda um músico que ocupa o posto de Rafferty, de nome não anunciado.

Depois de o estádio acender as lanternas dos celulares para a introspectiva “World So Cold”, os hits “Happy?” e “Dig”, do trabalho de estreia “L.D. 50” (2000), despertaram cantorias e encerraram bem um show morno na maior parte do tempo. Depois de retornar de um hiato de dez anos, porém, é difícil enxergar vida ao Mudvayne além da atual onda de nostalgia do nu metal.

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Repertório – Mudvayne:
1. Not Falling
2. Silenced
3. Internal Primates Forever
4. Fall Into Sleep
5. -1
6. Death Blooms
7. Dull Boy
8. Determined
9. Under My Skin
10. Nothing to Gein
11. World So Cold
12. Happy?
13. Dig

Ratos de Porão (Maggot Stage)

Por Rolf Amaro |

Duas curiosidades antecipavam o show do Ratos de Porão no Knotfest Brasil 2024, responsável por encerrar as atividades do Maggot Stage — palco alternativo destinado às bandas nacionais — no sábado (19), data inaugural do evento de dois dias.

A primeira é como seria a apresentação do quarteto em um evento de música pesada desse porte. Mesmo sendo um dos principais nomes mundiais do punk/crossover, o grupo paulista sempre foi preterido nos diversos festivais que passaram pelo país nos últimos 40 anos.

A segunda é se teríamos problemas técnicos. A Eskröta abriu o festival com som perfeito. Depois disso, praticamente todas as bandas seguintes — Kryour, Eminence e Project46 — sofreram com um misto de som baixo, embolado, guitarra que não funciona e por aí vai. Somente no show do Krisiun a coisa se estabilizou e uma qualidade satisfatória foi atingida.

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Quando começou a tocar “Alerta Antifascista” no palco paralelo montado no Allianz Parque, em São Paulo, o Ratos pegou todo mundo de surpresa. Não pela música ou pela performance, mas simplesmente porque as luzes do palco estavam apagadas. E assim permaneceram.

O baixista Juninho Sangiorgio pediu explicitamente para que pelo menos uma luz fosse direcionada ao palco. Alguns técnicos ocuparam as laterais e tentaram literalmente iluminar a banda com lanternas profissionais. Mesmo o público de todo o estádio tentou ajudar com os próprios celulares.

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Enquanto a solidariedade acontecia, o próprio Juninho olhou para o lado e percebeu a contradição. O palco vizinho, Knotstage, que estava sendo preparado para o Slipknot, estava perfeitamente iluminado.

A visão era tão boa por lá que, enquanto o Ratos se apresentava, parte do público conseguiu ver a chegada do kit de bateria de Eloy Casagrande. Tais fãs reagiram em comemoração, num ato inicialmente de pouco sentido para quem estava atento ao grupo brasileiro.

Se Juninho foi sério, João Gordo fez piada. “Só porque ‘nós é’ punk, vamos tocar no escurooo”, brincou, em dado momento. Antes de “Amazônia Nunca Mais”, disse: “Sabe por que a gente está no escuro? Porque hoje é meu aniversário”. A data real é 13 de março. O cantor teve que desmentir, pois o povo começou a cantar “parabéns”.

Metade do show havia passado quando finalmente um canhão de luz, que depois seria utilizado em um dos integrantes da banda principal, foi direcionado ao palco do Ratos de Porão. A transmissão pelos telões ganhou definição e agilidade. Os integrantes eram mostrados de forma bastante dinâmica, com closes, bem como a bandeira do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que decorava o amplificador de baixo – como habitual, Juninho também usava uma camiseta do movimento.

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Não foi muito difícil especular se essa não teria sido a razão do que parecia uma sabotagem. Todavia, o fato de o posicionamento do grupo e de seu baixista serem amplamente conhecidos torna tal opção inviável.

Pelas redes, Gordo explicou: na verdade, tratou-se de uma falha técnica no sistema de iluminação do Slipknot, que “zerou a programação” no geral e afetou sua banda. O guitarrista Jão, por sua vez, cobrou uma retratação pública dos organizadores — o que ainda não aconteceu.

Em contrapartida, a qualidade do som foi das melhores do dia. O baterista Boka deu ritmo à brutalidade do Ratos com camisa florida e cara de quem nada o atrapalha. Jão, com cara de cientista louco e a guitarra que lhe foi presenteada pelo Herbert Vianna (Os Paralamas do Sucesso) nos anos 1990, vale por 10 guitarristas. Consegue não deixar faltar peso no som nem na hora dos solos.

Foi uma das melhores apresentações do primeiro dia do Knotfest Brasil 2024. Pena que nem todo mundo pôde ver.

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Repertório — Ratos de Porão:
1. Alerta Antifascista
2. Aglomeração
3. Amazônia nunca mais
4. Farsa nacionalista
5. Lei do silêncio
6. Morrer
7. Mad Society
8. Crianças sem futuro
9. Sofrer
10. Crucificados pelo sistema
11. Conflito violento
12. Beber até morrer
13. Aids, Pop, Repressão
14. Crise geral

Slipknot (Knotstage)

Por Thiago Zuma | Nem parecia que uma das maiores bandas da música pesada nas últimas duas décadas subiria ao palco para encerrar o primeiro dia de Knotfest Brasil 2024. O público gritava em peso o nome do baterista brasileiro Eloy Casagrande enquanto aguardava a entrada do Slipknot no palco principal de seu próprio festival.

Ao se juntar ao grupo americano na vaga de Jay Weinberg, Casagrande saiu do Sepultura. Gerou enorme comoção em território nacional tendo em vista a posição que passaria a ocupar, agora com projeção ainda maior.

Quando o volume do sistema de som aumentou consideravelmente para tocar “For those about to rock (we salute you)” do AC/DC, o primeiro atraso na programação do Knotfest, então em dez minutos, parecia próximo de se encerrar. Ao primeiro grito de Brian Johnson “FIRE!”, anunciando a explosão do primeiro canhão, talvez se pudesse esperar que o palco se incendiasse. Veio, contudo, apenas a escuridão completa, em cenário similar ao visto na apresentação do Ratos de Porão no Maggot Stage.

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A ansiedade geral do público e a quantidade de celulares apontando para o palco, molhados sob fina garoa paulistana, aumentaram durante a introdução “742617000027”, do primeiro disco homônimo do grupo — desconsiderando-se “Mate. Feed. Kill. Repeat.” (1996), hoje considerada uma demo oficial da banda. O Slipknot prometeu dois repertórios diferentes para suas apresentações no festival, mas houve confusão com relação a isso.

O Slipknot, então, entrou no palco com as máscaras que remetiam aos primórdios e a trinca “(sic)”, “Eyeless” e “Wait and Bleed”. Quem não estava perdendo a cabeça, o fôlego e a voz na pista empolgado com as músicas chegou a pensar estar assistindo à apresentação especial de vinte e cinco anos do álbum de 1999 — prevista para domingo (20).

Depois da primeira intervenção do vocalista Corey Taylor, saudando o público barulhento e empolgado que enchia o estádio paulistano, veio o hit “Before I Forget”, do álbum “Vol. 3: (The Subliminal Verses)”, de 2004. Agora estava claro: era o show dos grandes sucessos da carreira do niilista grupo americano, como prenunciava a reação efusiva aos primeiros ruídos ou notas de cada nova música executada, enquanto rodas se abriam espalhadas por vários setores da pista.

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A apresentação seguiu nos moldes tradicionais do Slipknot. Os percussionistas Shawn “Clown” Crahan e Michael Pfaff tocavam o terror no palco, enquanto os guitarristas Mick Thomson e Jim Root trocavam seus riffs travadões característicos, vez ou outra adicionando solos ruidosos e tensos às músicas do grupo, com a ajuda do DJ Sid Wilsonrecuperado de graves queimaduras após mexer nos restos de uma fogueira em agosto. Se Alessandro Venturella chamou mais atenção pela iluminação no braço de seu baixo enquanto percorria o Knotstage, Eloy Casagrande era focado no telão a todo momento.

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É difícil um baterista se integrar ao som clássico do Slipknot tão bem quanto o falecido fundador Joey Jordison. Todavia, o brasileiro parece ter injetado uma dose extra de empolgação que contaminou o resto da banda. Ou talvez tenha sido apenas pela recepção digna de rock star em seu estado natal. O tempo vai dizer se o ex-Sepultura terá vida longa no grupo americano.

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Depois de o Allianz Parque ser dominado pelos enormes coros do público principalmente em “Psychosocial” e “The Heretic Anthem” — não que tenham sido muito menores em “The Devil in I” ou “Unsainted” —, a mais introspectiva “Vermillion” encerrou a primeira parte do repertório após aproximadamente uma hora e dez minutos de show.

Foram quase três minutos de espera até os ruídos recomeçarem no sistema de som, mas, antes da primeira música do bis, Corey Taylor ainda conversou com o público, agradecendo-o pela presença em seu festival. Então a banda tocou “Duality”, despertou a frenesi da pista e obteve os maiores coros em uma noite em que o público certamente saiu rouco do Allianz Parque.

A loucura no palco e no meio da galera terminou com a execução empolgada de “Spit It Out” e “Surfacing”. Eloy Casagrande foi abraçado pelos companheiros de banda ao sair ovacionado do palco após o fim do repertório, que não teve o hit “People=Shit”, do álbum “Iowa” (2001), nem o tradicional momento de pula-pula após o agachamento coletivo.

*Este é um texto somente sobre o primeiro dia do Knotfest Brasil. A cobertura completa do festival será publicada em breve. Fique de olho no site IgorMiranda.com.br e nas redes, especialmente Instagram.

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Repertório – Slipknot:

Intro: For Those About to Rock (We Salute You) (AC/DC song)
Intro: 742617000027
1. (sic)
2. Eyeless
3. Wait and Bleed
4. Before I Forget
5. Disasterpiece
6. Psychosocial
7. The Devil in I
8. The Heretic Anthem
9. Unsainted
10. Custer
11. Prosthetics
12. Vermilion

Bis:
13. Duality
14. Spit It Out
15. Surfacing
(Outro: ‘Til We Die)

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