Por que Nikki Sixx se recusa a usar seu nome de registro

Baixista e líder do Mötley Crüe mudou legalmente seu nome nos anos 1970, quando ainda começava carreira artística

Você talvez não conheça Frank Carlton Serafino Feranna Jr. O nome de registro de Nikki Sixx foi legalmente mudado antes mesmo de ele se tornar o baixista do Mötley Crüe e alcançar seu sucesso. A alteração aconteceu no final dos anos 1970, quando o músico ainda dava seus primeiros passos no meio artístico.

Em outubro de 2021, o artista lançou o livro Meus primeiros 21: Como me tornei Nikki Sixx. À época, em entrevista à revista Classic Rock, falou sobre como enxergava a denominação pela qual se tornou mundialmente conhecido e a influência que a alteração teve em sua vida.

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Ele explicou, conforme resgate do Ultimate Guitar:

“Nikki Sixx é um homem vivo e que respira. Frank Feranna foi um garoto. Os dois tiveram uma rota de colisão no final dos anos 1970. Eu realmente não usei meu nome de nascimento por causa das informações que me foram passadas pela minha mãe. Como uma criança irritada com a situação, não ia usar o nome do meu pai, que me abandonou. No momento em que mudei meu nome legalmente para Nikki Sixx, deixei Frank Feranna para trás.”

Porém, a situação mudou com o passar dos anos – e novas descobertas que vieram à tona. O músico disse:

“Ao longo de muitos anos, tendo filhos e aprendendo mais sobre meu próprio pai, completei um ciclo. Minha filha de 20 anos se chama Frankie. Tenho outra filha chamada Ruby, mas seu nome do meio é Feranna. Ao escrever o novo livro, voltei e conversei com todos os meus amigos de infância, ex-companheiros de banda, até reencontrei minha primeira namorada, o que foi alucinante. Isso realmente me lembrou que Frank era um sonhador – e Nikki Sixx foi seu assassino.”

“Frankie died just the other night…”

A letra de “On With the Show”, presente em “Too Fast for Love” (1981), debut do Mötley Crüe, serve como um epílogo de Ferrana. A maioria dos fãs conhece a história geral de como a mudança aconteceu. No entanto, poucos sabem a inspiração real por trás desse nome específico, incluindo a pessoa de quem ele veio inicialmente.

Conforme apontado pelo Far Out Magazine, Sixx se envolveu romanticamente com Angie Saxon, uma musicista e estudante de jornalismo. Antes, ela teve um relacionamento com Jeff Nicholson, vocalista da banda Squeeze, da Califórnia — não confunda com a homônima inglesa. O cantor ganhou reconhecimento na cena musical por seu trabalho em bandas cover ao lado de Sammy Hagar. Ao fundar o Squeeze, assumiu o nome artístico Niki Syxx.

No livro, Nikki confessa:

“Eu amei esse nome imediatamente — mesmo que faltasse aquele doce k extra. Naquele momento, decidi roubá-lo. Por um tempo, andei por aí me chamando de Nikki London. Mas isso causou problemas, eventualmente, por causa do que chamávamos de ‘Síndrome de Van Halen’, quando alguém usa o nome artístico para batizar uma banda.”

Sixx brevemente pensou em adotar o apelido Nikki Nine, mas foi atraído por um pseudônimo numérico diferente. Saxon se opôs, citando que o namorado não deveria se apropriar do nome de Nicholson. Apesar do protesto, Sixx manteve.

“Pensei ‘Tanto faz, ele nunca vai fazer sucesso mesmo’.”

Sobre Nikki Sixx

Nascido em San Jose, Califórnia, Frank Carlton Serafino Feranna Jr. se mudou para Los Angeles aos 17 anos e tocou em várias bandas locais, com destaque para o Sister e o London.

A consagração viria como baixista e principal compositor do Mötley Crüe. Foi o único a participar de todas as formações do grupo que se tornou sinônimo do hard rock dos anos 1980. Entre outros projetos, teve o 58, Brides Of Destruction e Sixx: A.M.

Ainda produziu e compôs para artistas como Alice Cooper, Steve Jones, Lita Ford e Meat Loaf. Também escreveu livros e se aprofundou na carreira de fotógrafo em anos recentes.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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